quinta-feira, 23 de junho de 2016

Indios lopos

 (Transcrição) "Na rememoração dos embates entre os índios e os primeiros exploradores do vale do Sapucaí são citados os ferozes índios lopos, que deram inclusive denominação à serra da cordilheira da Mantiqueira, bastante referida na cartografia do século XVIII: a Serra do Lopos." Fonte: http://www.fundamar.com/imprensa.aspx?id=59

sábado, 4 de junho de 2016

A Coroa, a Igreja e o fenômeno Confrarial nas Minas Setecentistas - "Irmandade de São Miguel e Almas", (Transcrição)

Resumo
A fusão entre Igreja e Estado, decorrente do padroado, favoreceu a atuação leiga no âmbito da religião e, assim, as associações religiosas tiveram papel fundamental na vida social, política e religiosa da colônia. Os soberanos portugueses, ao estimularem a criação das irmandades, eximiam-se de subsidiar a construção, a ornamentação e a manutenção das igrejas, além de se livrarem dos encargos da assistência social à população. Ao longo do texto, procuramos demonstrar que as irmandades eram, além de um importante símbolo de prestígio social e poder, um espaço de sociabilidade, caridade e devoção.
Palavras-chave irmandade; Minas Gerais; São Miguel e Almas 
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Introdução
O nosso objeto de estudo é a irmandade de São Miguel e Almas, erigida em 1716, na antiga vila de São João del Rei, originada em função da corrida do ouro no interior da colônia. Nosso estudo visa conhecer o papel desempenhado pelos irmãos no espaço colonial a fim de perceber seu envolvimento com a produção dos cultos católicos, com os símbolos sagrados, o perfil social dos sodalícios presentes naquelas associações religiosas, suas relações com os poderes locais, suas sociabilidade e religiosidade. As associações religiosas tiveram papel fundamental na vida social, política e religiosa da Colônia. Na Capitania de Minas, a atuação leiga no âmbito da religião foi favorecida pela fusão entre Igreja e Estado instituída pelo Padroado1. Os soberanos portugueses, ao estimularem a criação das irmandades, eximiam-se de subsidiar a construção, a ornamentação e a manutenção das igrejas, além de se livrarem dos encargos da assistência social à população, os quais também ficavam a cargos das irmandades (SALLES, 2007: 23). Aassociação entre indivíduos que compartilhavam expectativas afetivas, materiais e espirituais em torno de uma mesma devoção religiosa é que garantia a seus membros socorro nos momentos de doença, ruína financeira, prisão, viuvez; amparo espiritual através da prestação dos cuidados necessários nos últimos momentos de vida como também após a morte, garantindo o sepultamento digno em território sagra do e assegurando, através dos sufrágios, a rápida passagem da alma pelo purgatório em direção ao paraíso (Idem: 122). A irmandade de São Miguel e Almas era composta majoritariamente por portugueses do norte da metrópole. Ali tinha assento homens brancos, de profissões várias, entre os quais portadores de inúmeras patentes militares e grande parte ocupando cargos na Câmara da vila. Podemos perceber que as irmandades que conferem maior prestígio a seus associados são sempre congregações cujos membros fazem parte da elite política, econômica e social daquelas localidades. As entidades de brancos, mais poderosas economicamente, chegaram a funcionar como casas bancárias, emprestando dinheiro a juro, até para o governo (SALLES, 2007: 23-24). A irmandade de São Miguel e Almas da vila de São João del Rei é um exemplo de irmandade que emprestava dinheiro a juros. Em 1782 a irmandade emprestou a juros de cinco por cento ao ano a quantia de um conto e seiscentos mil réis, parte do dinheiro que constituía o patrimônio da Capela das Almas, instituída na igreja matriz, ao Guarda Mor Antônio José da Silva Britto2. Em Os leigos e o poder, Caio Boschi (1986) relaciona 35 irmandades sob a invocação de São Miguel e Almas existentes na Capitania de Minas, montante que as coloca em terceiro lugar, em termos de vocação institucionalizada, sobrepujada primeiramente pelas irmandades do Rosário dos Pretos e, em segundo, pelas do Santíssimo Sacramento (Idem: 187). Essa relação atesta, no plano da religiosidade, a popularidade atingida por este culto.

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Fonte: Artigo de Manoela Vieira Alves de AraújoMestranda em História Universidade Federal de Juiz  de Fora. Este trabalho faz parte da pesquisa que venho  desenvolvendo no mestrado, relacionada à temática da religiosidade e às irmandades mineiras no século  XVIII,  em especial a de São Miguel e Almas de São João delRei, voltada para o culto às almas do Purgatório. Financiado pela Capes (DS)http://migre.me/u0ULj

quinta-feira, 2 de junho de 2016

JONGO OU CAXAMBU - TURISMO DE RAIZ EM PIQUTE-SP

Mestre Gil e Dona Zezé Machado (in memória)

Nota: TURISMO DE RAÍZES, por (Mércia Queiroz)
“Turismo de Raízes” configura-se como uma tendência internacional inspirada pelos avanços sociais e políticos adquiridos pelos movimentos Black Artse Black Power , que nasceu nos Estados Unidos, no final da década de 60 e inicio de 70, e mais tarde pelo popular romance de Alex Haley, "Roots", que estreou como mine-série na TV em 1977. O conceito de “Turismo de Raízes”, segundo a pesquisadora Cheryl Finley, aponta especificamente para um fluxo constante e regular de turistas afro-americanos que tem participado e até moldado um tipo peculiar de turismo, que tem no seu centro a necessidade de encontrar e validar uma herança cultural autêntica, tanto a África como em locais de memória significativos (onde a África tem sido recriada) ao longo do Atlântico Negro, como Salvador e o Recôncavo na Bahia (FINLEY , 2005:38-39). De acordo com Patrícia Pinho, estes turistas, além de viajar para encontrar as suas “raízes africanas”, estariam interessados também em estabelecer uma conexão com povos afrodescendentes de outras partes da diáspora (PINHO, 2004:27). Se os “turistas culturais” viajam pelo desejo de ver coisas novas, aumentar os conhecimentos, conhecer as particularidades e os hábitos de outras populações, conhecer civilizações e culturas diferentes, participar em manifestações artísticas ou ainda, por motivos religiosos”, como nos diz Lucínio Cunha, (CUNHA, 2000:22), os “turistas de raízes” parecem ter um motivo pré-determinado e especial – a busca de uma conexão com o seu passado ancestral, a intenção de reencontrar suas “raízes africanas”, conectar-se com outros afro-descendentes – na escolha dos destinos, o que confirmaria a sua especificidade. Seguindo uma tendência mundial de segmentação de produtos para nichos de mercados diferenciados visando maior competitividade, no mercado turístico, verifica-se uma crescente segmentação de produtos turísticos, alimentada pelas peculiaridades encontradas nos diversos países e regiões, em virtude de motivações e valores que alimentam a demanda turística. Nesta perspectiva, este sub-segmento do turismo cultural e novo nicho de mercado, de natureza peculiar, destina do especificamente ao mercado afro-americano teria um interesse específico, contrapondo-se ao turismo de massa. Para alguns autores, a presença cada vez mais constante dos “turistas de raízes” pode também ser considerada como uma importante rede de circula ção dos objetos, símbolos e idéias no Atlântico Negro, como referenciais de “africanidades” (GILROY, 1993 apud PINHO, 2004: 46). Considerando-se que é no local de destino que o visitante entra em contato com o produto turístico e realiza a sua experiência turística, é importante destacar nesta arena turística a questão da autenticidade que parece estar sendo buscada por estes visitantes em relação à população do destino, uma vez que a dinâmica cultural de um povo está em constante renovação de seus elementos culturais. Se para Finley, autenticidade é sugerida como a memória dos africanos escravizados, para Rodrigo Grunewald, nesta arena turística deve-se indagar: autenticidade aos olhos de quem? (FINLEY, 2005:30 e GRUNEWALD, 2001:143). Como o turismo refere-se a atividades e experiências de pessoa s e grupos, uma outra questão que se levanta na arena do “turismo de raízes”, diz respeito aos agentes sociais nela envolvidos (locais, nacionais e internacionais) e as relações de poder que nela se estabelecem, uma vez que a estruturação de um mercado e specialmente voltado para este turismo, inclui hoje uma rede de agentes diversos, com interesses diferenciados e muitas vezes conflituosos. O “Turismo de Raízes” é um sub-segmento do turismo cultural que tem atraído significativa atenção em vários lugares do mundo e, recentemente no Brasil, embora ainda sejam muitas as dificuldades encontradas, para delimitar as fronteiras desse novo segmento, tanto no plano simbólico no qual se insere a cultura, como no universo dos negócios. Trata-se, portanto, de um campo de investigação recente e complexo, que envolve as especificidades culturais, históricas e políticas de cada local de destino.

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...