domingo, 31 de agosto de 2014

Uma caminhada pela rota dos escravos (Transcrição)

DO SÉCULO 17 ao 19, a cidade de Uidá foi um dos principais centros do comércio de escravos da África Ocidental. Uidá ficava onde hoje é a República do Benin e foi palco da exportação de mais de 1 milhão de escravos. Era comum africanos enviarem outros africanos como mercadoria viva em troca de produtos como álcool, roupa, pulseiras, facas, espadas e principalmente armas de fogo, item muito procurado por causa de guerras intertribais.
Entre os séculos 16 e 19, estima-se que 12 milhões de africanos foram enviados de navio através do Atlântico para suprir a demanda de mão de obra escrava em plantações e minas no continente americano. Segundo o livro American Slavery—1619-1877 (A Escravidão na América — 1619-1877), cerca de 85% dos escravos “foram para o Brasil e várias colônias caribenhas dos britânicos, franceses, espanhóis e holandeses”. Calcula-se que 6% foram para as colônias que se tornariam parte dos Estados Unidos.
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No início de sua viagem, muitos dos escravos — acorrentados, espancados e marcados com ferro em brasa — caminhavam os 4 quilômetros do percurso que hoje vai do Museu de História de Uidá, um forte reconstruído, até o chamado Portal do Não Retorno, que fica no litoral. Esse portal marca o fim da Rota dos Escravos. Ele tem um significado mais simbólico do que literal, pois nem todos os escravos partiam do mesmo local. Por que a escravidão era tão comum?*
Um histórico longo e vergonhoso
Em tempos bem remotos, governantes africanos vendiam prisioneiros de guerra para comerciantes árabes. Mais tarde, nações europeias entraram no comércio de escravos, em especial após o estabelecimento de colônias nas Américas. Nessa época, os muitos prisioneiros de guerras intertribais eram vendidos como escravos, fazendo da guerra um negócio lucrativo tanto para os vitoriosos dos conflitos como para os gananciosos traficantes. Além disso, os escravos eram adquiridos por meio de sequestros e de traficantes africanos, que os traziam do interior do continente. Praticamente qualquer pessoa podia ser vendida como escravo, até mesmo um nobre que perdia o favor do rei.
Um famoso traficante de escravos foi o brasileiro Francisco Félix de Souza. Em 1788, Francisco assumiu o comando do forte que era o centro do comércio de escravos de Uidá, na baía do Benin. Naquela época, Uidá estava sob o reino de Daomé. No entanto, Francisco e o rei daomeano Adandozan se desentenderam. Então, Francisco, provavelmente enquanto estava na prisão, conspirou com o irmão do rei, e juntos derrubaram o monarca em 1818. Assim começou uma relação lucrativa entre o novo rei, Guezo, e Francisco, que foi nomeado como administrador do comércio de escravos.
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Guezo queria expandir seu reinado e precisava de armamento europeu para isso. Assim, ele nomeou Francisco como vice-rei de Uidá para ajudá-lo a administrar o comércio com os europeus. Visto que tinha controle absoluto sobre a venda de escravos naquela região da África, Francisco logo acumulou uma fortuna, e o mercado de escravos, que ficava perto da casa dele, se tornou um centro para compradores estrangeiros e locais.
Uma triste caminhada
Hoje, o turista começa a Rota dos Escravos de Uidá no já citado forte português, originalmente construído em 1721. Os prisioneiros que se tornariam escravos ficavam confinados no grande pátio central desse forte. Muitos haviam caminhado — acorrentados uns aos outros — várias noites antes de chegar. Por que os mercadores faziam os escravos caminhar à noite? A escuridão dificultava aos fugitivos saber onde estavam, impedindo-os de achar o caminho para casa.
Quando um grupo de escravos chegava, realizava-se um leilão, e depois os compradores marcavam com ferro em brasa suas aquisições. Os escravos que seriam exportados eram levados para a praia, onde canoas ou barcos pequenos os levavam para os navios.
Outra atração da histórica Rota dos Escravos é o lugar onde ficava a Árvore do Esquecimento, que mais tarde foi substituída por um monumento. Por que a árvore tinha esse nome? Os escravos eram obrigados a andar em volta dela — conta-se que os homens davam nove voltas, e as mulheres sete — para apagar as lembranças da terra natal, o que os deixaria menos propensos a se rebelar.
Na rota também há um monumento em homenagem às cabanas Zomaï, que não existem mais. Zomaï se refere à escuridão constante dentro das cabanas, o que preparava os prisioneiros para as péssimas condições a bordo dos navios. Os escravos ficavam apinhados nessas cabanas por meses, enquanto aguardavam embarcar nos navios. Os que morriam nesse período difícil eram jogados numa cova coletiva.
O monumento chamado Zomachi, que simboliza arrependimento e reconciliação, é muito comovente. Ali, todo mês de janeiro, descendentes de escravos e de mercadores de escravos pedem perdão pelas pessoas que cometeram essas injustiças.
A última parada do passeio é o Portal do Não Retorno, que simboliza os últimos momentos dos escravos em solo africano. Esse monumento grande, em formato de arco, exibe representações em baixo relevo de duas filas de africanos acorrentados se dirigindo à praia perto dali, com o Atlântico à sua frente. Algumas pessoas contam que, quando chegavam ali, alguns prisioneiros desesperados comiam areia para não se esquecer de sua terra natal. Outros preferiam morrer e se estrangulavam com as próprias correntes.
Abolição
No início do século 19, intensificaram-se os esforços para abolir a escravidão. O último carregamento de escravos partindo de Uidá para os Estados Unidos chegou a Mobile, Alabama, em julho de 1860. No entanto, a condição de escravo dessas pessoas não durou muito, pois o governo dos Estados Unidos promulgou a Proclamação da Emancipação em 1863. Mas a escravidão só acabou no Hemisfério Ocidental em 1888, quando foi abolida no Brasil.
O comércio de escravos resultou numa ampla dispersão de africanos, o que teve um grande impacto no perfil da população e na cultura de muitos países do continente americano. Por exemplo, o vodu, um tipo de religião que envolve a prática de magia e feitiçaria, se espalhou para vários países, principalmente o Haiti. “O termo vodu”, diz a Encyclopædia Britannica, “origina-se da palavra vodun, que significa um deus ou espírito na língua do povo fon do Benin (antigo Daomé)”.
Infelizmente, ainda existem formas cruéis de escravidão, não necessariamente em sentido literal. Por exemplo, milhões de pessoas trabalham como escravos para sobreviver a condições econômicas lamentáveis. Outras sofrem às mãos de regimes políticos opressivos. (
Eclesiastes 8:9) E milhões são escravas de superstições e ensinamentos religiosos falsos. Será que os governos humanos podem libertar seus súditos desses tipos de escravidão? Não. Apenas Jeová Deus pode, e ele fará isso! Não é à toa que Sua Palavra escrita, a Bíblia, promete que todos os que recorrerem a Jeová para adorá-lo segundo a verdade bíblica — a verdade que liberta as pessoas — terão “a liberdade gloriosa dos filhos de Deus”. — Romanos 8:21; João 8:32. 
Fonte: http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102011169

sábado, 30 de agosto de 2014

Brasil no séc. XVI, ano de 1506


No silêncio do Oceano Atlântico (João Marcos Rainho)

Escolas brasileiras participam de atividade internacional da Unesco sobre rota marítima percorrida pelos escravos africanos
A história do tráfico negreiro no oceano Atlântico está sendo resgatada por estudantes secundaristas em todo o mundo, inclusive brasileiros, graças à Unesco - órgão das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura. O objetivo é desmistificar a imagem dos povos africanos como raça sobrepujada pelos europeus e valorizar a contribuição cultural e artística do negro para a civilização. "O negro só aparece nos livros escolares como sub-raça, passiva, sem cultura e escravizada. Queremos alertar professores e jovens para que mudem essa abordagem preconceituosa", explica Joel Rufino, coordenador do projeto no Brasil. Estudantes que vivem em países com alguma relação com o tráfico de escravos no oceano Atlântico fazem pesquisas locais e trocam informações com colegas do mundo todo. O trabalho, iniciado no ano passado, deve prosseguir até 2003, quando a Unesco pretende lançar um livro com o resumo das experiências e incorporá-las dentro de um estudo maior, sobre a história do Oceano Atlântico.
Todas as escolas envolvidas participam da rede PEA - Programa Escolas Associadas da Unesco. Além da Rota dos Escravos, o PEA propõe diversos temas anuais para serem estudados e debatidos em todo o mundo, como por exemplo, 1999 - Ano Internacional do Idoso e 2000 - Ano Internacional da Cultura da Paz. A Unesco é representada no Brasil por Vera Costa Gissoni, chanceler da Universidade Castelo Branco (RJ), que cadastra as instituições interessadas e coordena todas as atividades no País. Fazem parte do PEA/Brasil 140 escolas (6.200 no mundo). "Estimulamos as instituições de ensino a adotarem uma postura inovadora dentro do que exige os Parâmetros Curriculares", divulga Vera Costa de Gissoni, coordenadora nacional do PEA. "Nosso foco é desenvolver a cultura da paz, situando os alunos como cidadãos e seres humanos", complementa.
A coordenação do PEA-Brasil, sediada na Universidade Castelo Branco, organiza encontros nacionais com os participantes e fornece assessoria técnica-pedagógica, através de um roteiro de pesquisa pré-estabelecido.O tema relativo a escravidão está nas mãos do professor Joel Rufino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro do Comitê Internacional da Rota dos Escravos. "O Brasil terá uma presença marcante, devido a forte influência da cultura negra em nossa sociedade", prevê Rufino. "Os jovens precisam entender que os seres humanos são semelhantes. Nos diferenciamos não pelo patrimônio genético, somos apenas populações diferentes. Entretanto, existem pessoas que usam essa distinção para dominar os outros", critica. "A questão de que os poderes econômicos e político diminuem o racismo é uma meia verdade", continua o professor. "Estereótipos racistas começam na puberdade e se fortalecem durante a juventude e idade adulta".
"A importância do ensino sobre o tráfico negreiro nas escolas como um dos maiores eventos históricos do planeta não tem sido suficientemente reconhecida pelos educadores", critica a professora Aurora Borges, coordenadora regional do PEA-RJ, ressaltando que "o tráfico de escravos conduziu-nos à formação das diásporas em toda parte do mundo atlântico, com aspectos positivos e negativos". Aurora resume a pretensão do programa: através de um exame coerente e compreensivo dos estudantes, viria a compreensão da grandiosa magnitude histórica e do significado da contribuição dos africanos para o mundo moderno".
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Fonte: Aprendiz http://migre.me/lmV0Z
rota da escravidão
Com informações do LABHOI
O Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi produzido na intenção de reunir os 100 lugares mais importantes para o tráfico negreiro.
O trabalho coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade  Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”, foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país.
A prioridade foi dada às evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados. O inventário é sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção.
Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando  novos sentidos para suas referências africanas.
Clique abaixo para ter acesso ao documento
Fonte: http://migre.me/lmTN3
REGISTRO (PIQUETE-SP), NO CAMINHO DO OURO NO CAMINHO DA HISTÓRIA. - ESPAÇO DE MEMÓRIA DA ESCRAVIDÃO.

OBSERVATÓRIO DA POPULAÇÃO SERGIPANA: Video documentário a Rota do Escravo - A Alma da R...

OBSERVATÓRIO DA POPULAÇÃO SERGIPANA: Video documentário a Rota do Escravo - A Alma da R...

‘Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil’ é disponibilizado na página da SEPPIR

Data: 26/09/2013   
O trabalho de organização do estudo foi realizado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense em parceria com o Projeto ‘Rota dos Escravos’, da Unesco


Foto Geledes
‘O
Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil’ está disponível em PDF na página eletrônica da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O trabalho reúne 100 Lugares de Memória e foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país, após consultas e trocas de informações.O inventário traz informações sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção, a partir de evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados.
Os organizadores acreditam que o avanço da pesquisa histórica sobre o tráfico e a escravidão no Brasil permitiu a reunião das 100 indicações, mas têm certeza que o Inventário está longe de se esgotar. A organização do Inventário foi coordenada pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”.
“Esse trabalho deve ser entendido como um ponto de partida para novas e futuras ações (nos âmbitos federal, estadual e municipal), tanto no campo da pesquisa histórica, como no do ensino, educação patrimonial, divulgação e desenvolvimento do turismo cultural dos Lugares de Memória do Tráfico e História dos Africanos Escravizados no Brasil”, afirma o representante do Projeto Rota do Escravo, Milton Guran, que se reuniu com a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) no início deste mês de setembro.
Sobre a escravidão no Brasil, o inventário traz a seguinte explicação: ‘Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando novos sentidos para suas referências africanas. Nos verbetes, utilizamos tanto o termo jurídico de época (escravo) quanto o adjetivo “escravizado”, que sublinha o caráter compulsório da instituição. Para referir às novas identidades africanas criadas nas Américas, respeitamos a diversidade de expressões utilizadas pelos especialistas consultados, refletindo diferentes cronologias, abordagens historiográficas e usos regionais’.
Coordenação de Comunicação da SEPPIR

Rota do Escravo (Transcrição)

 A Conferência Geral da UNESCO aprovou em 1993, na sua 27ª sessão, por proposta do Haiti e de países africanos, a criação do Projecto “A Rota do Escravo” (Resolução 27/C/3.13). O projecto foi oficialmente lançado em 1994, na cidade de Ouidah, no Benim, tendo como preocupação central contribuir para uma revisão da história da escravatura e do tráfico de escravos no mundo, no quadro dos valores da UNESCO.
O projecto assenta em cinco pilares:
Cumprir o dever de memória;
Promover o pluralismo e o diálogo intercultural;
Favorecer a instauração de uma cultura de paz e coesão social
Estimular a construção de novas identidades e cidadanias oriundas do tráfico negreiro e da escravatura;
Estabelecer as verdades históricas sobre os fenómenos desta natureza.
O Comité Português do Projeto UNESCO A Rota do Escravo nasceu no quadro desta iniciativa, por proposta de Isabel Castro Henriques, membro do Comité Científico Internacional deste projecto, desde 1995. Apoiado pela Comissão Nacional da UNESCO em Portugal, e homologado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1998, o Comité Português integra investigadores de diferentes formações e competências, promovendo múltiplas actividades sobre estas problemáticas, nas esferas da educação, da cultura, da ciência e da comunicação, para estimular a reflexão e o debate na sociedade portuguesa.
A concretização dos seus trabalhos assenta no estabelecimento de parcerias com diversas entidades públicas (autarquias, universidades, bibliotecas) e privadas, nacionais e internacionais, em especial com os países da CPLP.
O Comité Português desenvolve uma acção regular através da realização de conferências, de workshops, de publicações, de exposições, de produção de materiais didácticos e de outras iniciativas relevantes no âmbito dos seus objetivos.
O Comité Português O Projecto UNESCO “A Rota do Escravo” está sediado, no Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento, do Instituto Superior de Economia e Gestão (CEsA-ISEG).
Fonte: http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/rotadoescravo/?page_id=22

Batuque Lapinha da Serra - Tradição na Estrada Real


Excelência em Turismo - Turismo Cultural - Parte 1/2



 

Excelência em Turismo - Turismo Cultural - Parte 2/2



 

Turismo Cultural(Transcrição)

“Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura”. (Marcos Conceituais – MTur)
“Consideram-se patrimônio histórico e cultural os bens de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. São bens culturais de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de se tornarem atrações turísticas: arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, ruínas, museus e outros espaços destinados à apresentação ou contemplação de bens materiais e imateriais, manifestações como música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e celebrações. Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou não na definição de patrimônio, incluindo-se nessa categoria os eventos gastronômicos, religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições de arte, de artesanato e outros”.
Além disso, outros recortes como turismo cívico, religioso, místico/esotérico e étnico também são considerados segmentos específicos do Turismo Cultural, o que gera amplas oportunidades para desenvolver roteiros adaptados a diversos gostos e necessidades, tanto do turista nacional quanto do estrangeiro.
Os principais atrativos do Turismo Cultural são:
-          sítios históricos – centros históricos, quilombos
-          edificações especiais – arquitetura, ruínas
-          obras de arte
-          espaços e instituições culturais – museus, casas de cultura
-          festas, festivais e celebrações locais
-          gastronomia típica
-          artesanato e produtos típicos
-          música, dança, teatro, cinema
-          feiras e mercados tradicionais
-          saberes e fazeres – causos, trabalhos manuais
-          realizações artísticas – exposições, ateliês
-          eventos programados – feiras e outras realizações artísticas, culturais, gastronômicas
-          outros que se enquadrem na temática cultural
 
Fonte: http://migre.me/lmv4C



 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

TROPEIROS NEGROS


http://migre.me/lciYO

Debret 'registrou as mais belas cenas de tropeiros'/ Aquarela sobre papel 'Escravo negro conduzindo tropas na Província do Rio Grande' - Rio de Janeiro, 1823 http://migre.me/lcjzA

 

sábado, 23 de agosto de 2014

Caminho Velho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Estrada Real -  O chamado Caminho Velho, ou Caminho do Ouro, era uma das vias que dava acesso à região das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia. O caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba, atravessando a serra do Mar. Por esse Caminho dos Guaianás, avançaram as forças de Martim Correia de Sá (cerca de setecentos portugueses à frente de dois mil indígenas) que, partindo do Rio de Janeiro em 1597, desembarcaram na enseada de Paraty, subindo a serra do Mar para combater os Tamoios, aliados dos corsários franceses naquele litoral. A partir da descoberta de ouro no sertão das Minas Gerais, em fins do século XVII, o seu trajeto alcançava a vila do Falcão (atual Cunha), de onde descia alcançando o vale do rio Paraíba (Guaratinguetá), prosseguindo até Vila Rica (atual Ouro Preto), transformando-se no caminho oficial para o ingresso de escravos na região (ida), assim como para o escoamento do ouro das minas (volta), transportado por via marítima de Paraty para Sepetiba, e daí, por via terrestre novamente, pelos domínios da antiga Fazenda de Santa Cruz, até ao Rio de Janeiro, de onde seguia para Lisboa, em Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 quilômetros, percorridos, normalmente, em cerca de 95 dias de viagem. O trecho entre Guaratinguetá e Cunha se tornou a atual rodovia SP-171. Foi por estas vias que o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses (1697-1702), se dirigiu ao sertão dos Cataguás e do rio das Velhas, em 1700. Foi a primeira visita de uma autoridade Colonial à recém-descoberta região das Minas. Por conta do risco de ataque de corsários, de piratas, e de naufrágios, D. João V (1706-1750) recomendou, em 1728, a substituição do trecho marítimo, entre Sepetiba e Paraty. Por essa razão, em meados do século XVIII já existia uma variedade - o Caminho Novo da Piedade - que, partindo do Rio de Janeiro, pelo caminho para a Fazenda de Santa Cruz'22222', alcançava o vale do rio Paraíba, onde entroncava com o Caminho de São Paulo na altura da atual cidade de Lorena. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_Velho

Fone  MAPAS DE SANTOS - Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766

Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. :
http://www.novomilenio.inf.br/santos/mapa106g.htm
 Pico da Meia Lua 
Parafraseando: O Caminho Novo da Piedade que, partindo do Rio de Janeiro, pelo caminho para a Fazenda de Santa Cruz, alcançava o vale do rio Paraíba, onde entroncava com o Caminho de São Paulo na altura da atual cidade de Lorena. Quando então o sentido  percorrido era sudoeste, em direção ao Alto da Serra, espaço colonial de Piquete, Meia Lua, Garganta do Sapucai, Desfiladeiro de Itajubá, entrando pela atual município de Marmelópolis-MG,  Núcleo originário de Soledade de Itajubá.  No sentido contrario o Caminho Novo da Piedade objetivava com que o ouro que viesse do da Região Oeste, em especial Cuiabá seguisse para o  Rio de Janeiro pelo referido caminho.  Ou seja evitando com que por via de Paraty-RJ, passasse pelo trecho de mar, via porto de Sepetiva. Agora dizer que, o Ouro vindo de Cuiabá, passava por São Paulo para então seguir em direção ao Vale do Paraíba em direção ao Rio pelo Caminho Novo da Piedade resulta em indizível despautério.

ITAÚNA: Muros e mistérios na Mata da Onça (parte 1) TV FANZINE


TV FANZINE - Descoberta arqueológica em Itaúna


Pedro Leopoldo: O berço de Luzia (parte 1)


Pedro Leopoldo: O berço de Luzia (parte 2)


Pré-História de Minas Gerais - Parte 1/3


Pré-História de Minas Gerais - Parte 2/3


Pré-História de Minas Gerais - Parte 3/3


A Música Negra no Brasil


Influência da língua e literatura africana no português brasileiro


Influência da culinária negra no Brasil


Influências da Cultura Africana no Brasil


A influência do povo africano na língua falada no Brasil


Influência Africana no Brasil


500 ANOS O BRASIL - DOS GRILHÕES AO QUILOMBO - EP. 04


História da Humanidade, Volume VI - Expansão Maritima e America pré-colo...



(Transcrição) - Estudo encontra DNA da Polinésia em índios do Brasil - Herton Escobar terça-feira 02/04/13
Foto de índios botocudos de Walter Garbe (1909), reproduzida do livro Brasil – 500 Anos de Povoamento, do IBGE (Divulgação) Herton Escobar / O Estado de S. Paulo Análises genéticas de crânios antigos guardados no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelaram um componente inesperado no genoma de uma linhagem extinta de [...]


Foto de índios botocudos de Walter Garbe (1909), reproduzida do livro Brasil – 500 Anos de Povoamento, do IBGE (Divulgação)
Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Análises genéticas de crânios antigos guardados no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelaram um componente inesperado no genoma de uma linhagem extinta de índios brasileiros chamados botocudos (ou aimorés).
Vasculhando o DNA mitocondrial desses índios, em busca de pistas sobre o povoamento das Américas, pesquisadores encontraram algumas marcas genéticas características de povos polinésios, das ilhas do Pacífico.
O estudo não propõe que houve uma migração de polinésios para as Américas (altamente improvável, tanto do ponto de vista geográfico quanto cronológico), mas sugere que, de alguma forma indireta, pessoas de origem ou ancestralidade polinésia cruzaram com a linhagem dos botocudos na mata atlântica do sudeste brasileiro. Só não se sabe quando, onde nem como isso teria acontecido.
“Precisamos achar uma explicação para isso”, diz o pesquisador Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, que coordenou o estudo.
O trabalho,
publicado na revista PNAS, propõe quatro caminhos que o DNA polinésio poderia ter percorrido para chegar aos botocudos. O cenário mais plausível, segundo Pena, é que ele tenha chegado no início do século 19, com escravos de Madagascar, país africano onde há uma herança genética polinésia. Pode ter havido uma miscigenação entre os escravos e os botocudos, ou mulheres africanas podem ter sido raptadas pelos índios e tido filhos com eles.
Os botocudos ocupavam áreas dos atuais Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Eles não aceitavam a autoridade portuguesa e foram praticamente extintos no fim do século 19, segundo o estudo.
As marcas polinésias foram encontradas em amostras extraídas dos dentes de 2 dos 14 crânios pesquisados para o trabalho. Os resultados moleculares são robustos, segundo Pena, e foram confirmados independentemente por pesquisadores da Universidade de Copenhague, que também assinam o estudo. O fato de as marcas aparecerem em apenas alguns indivíduos indica que a miscinegação foi limitada, talvez restrita a alguns grupos de botocudos.O DNA mitocondrial é aquele que está dentro das mitocôndrias, passado exclusivamente de mãe para filho (herança materna, sem influência do pai), já que o espermatozoide tem muito menos mitocôndrias do que o óvulo, e estas desaparecem após a fertilização.

Os outros três possíveis cenários apresentados no trabalho para explicar a inserção da marca polinésia no DNA mitocondrial botocudo são:
1) Cenário pré-colombiano mais remoto: Que os ancestrais polinésios cruzaram geneticamente com os ancestrais ameríndios que cruzaram geograficamente o estreito de Bering entre 15 mil e 20 mil anos atrás, quando um período glacial reduziu o nível dos oceanos e expôs uma ponte terrestre entre os continentes asiático e americano. Cenário extremamente improvável, considerando que a idade estimada do haplótipo (conjunto de marcas genéticas que caracterizam uma população) polinésio, de aproximadamente 9 mil anos, é bem menor que a do povoamento das Américas. As ilhas do Pacífico só foram povoadas 3 mil anos atrás.
2) Cenário pré-colombiano mais recente: Que houve alguma miscigenação entre polinésios e ameríndios antes da “descoberta” da América pelos europeus. Há algumas evidências arqueológicas, não conclusivas, de que pode ter havido contato entre esses dois grupos antes de Colombo (por exemplo, ossos de galinha polinésia no Chile e batata-doce americana na Ilha de Páscoa). Porém, mesmo que esse contato tenha ocorrido e alguns polinésios tenham chegado à costa oeste da América do Sul, eles ainda teriam de ter cruzado os Andes e chegado até o interior do Brasil para cruzar com os índios brasileiros. “Achamos que esse cenário e improvável demais para ser considerado seriamente”, escrevem os pesquisadores na PNAS.
3) Cenário mais recente: Que o haplótipo polinésio é herança dos escravos trazidos da Polinésia para o Peru em meados do século 19 (por volta de 1860). Porém, não há evidências de que esses escravos tenham cruzado os Andes ou mesmo deixado alguma herança genética na população peruana atual. Os 300 escravos que ainda estavam vivos quando a escravidão foi abolida no Peru em 1896 foram enviados de volta para a Polinésia.
Assim, conclui Pena: “O cenário dos escravos de Madagascar é o mais plausível, mas não estamos postulando nada e estamos mantendo a mente aberta para novos cenários que poderão aparecer no futuro.” Fonte: http://migre.me/l9G1M

HISTÓRIA MODERNA: AS GRANDES NAVEGAÇÕES = PRODUÇÃO PROF. CESAR MOTA


HISTÓRIA DO BRASIL: ZUMBI DOS PALMARES = EDIÇÃO E NARRAÇÃO PROF. CESAR ...


HISTÓRIA DO BRASIL: AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS = EDIÇÃO E NARRAÇÃO PROF...


HISTÓRIA DO BRASIL: O TRATADO DE TORDESILHAS = NARRAÇÃO PROF. CESAR MOTA


CAMINHO DOS ESCRAVOS EM DIAMANTINA MG


Nas Paginas da História - Minas dos Escomesravos - Parte 2 (Ouro Preto, ...


A COZINHA DOS ESCRAVOS, OURO PRETO, MINAS GERAIS


04 Historia do Turismo PARTE1


04 Historia do Turismo PARTE2


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Danças Brasileiras - Jongo (1 de 3)


Danças Brasileiras - Jongo (2 de 3)


Danças Brasileiras - Jongo (3 de 3)


Jongo do Sudeste - Parte 1


Jongo do Sudeste - Parte 2


Sonia Regina fala sobre Educação Patrimonial - Parte 1 de 2


Sonia Regina fala sobre Educação Patrimonial - parte 2 de 2


Intérpretes do Brasil - Roberto Da Matta- Parte 1


Intérpretes do Brasil - Roberto Da Matta- Parte 2


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Parte 1 - Memória e Identidade: Aspectos relevantes para o desenvolvimento do Turismo Cultural (Transcrição)

Introdução
O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente de um determinado povo. Para isso é necessário que não deixe de rememorar, ir em busca das raízes, das origens, do âmago da sua história, etc.
A memória tem um caráter primordial para elevação de uma nação de um grupo étnico, pois aporta elementos para sua transformação.
A idéia de nação é uma realidade que se impõe por si mesmo, pois é uma construção contínua que repousa no erro histórico. Ao falar de raça vem em nossas mentes altura, índice cefálico, uma aparência hereditária, enquanto etnicidade os aspectos culturais são primordiais, pois é uma comunidade biológica de cultura e de língua.
A nação, raça e etnia se distinguem pela pertença racial, originada na comunidade de origem, a pertença étnica é dada pela crença subjetiva na comunidade de origem e a nação pelo poder político. Expresso nas instituições democráticas nas instâncias competentes. Apesar de que hoje não se fala mais em raça que é um conceito em desuso.
Stuart Hall afirma que: `as identidades nacionais não são coisas com as quais nós nascemos, mas são formadas, transformadas no interior da representação` (HALL, 1999, 48). Sendo a nação construída, é uma comunidade simbólica e gera sentimentos de identidade e de pertença que não necessariamente tem de ser os limites geográficos que impõe essa nação.
Partindo do pressuposto que a `memória é a faculdade de reter idéias ou reutilizar sensações, impressões ou quaisquer informações adquiridas anteriormente` como afirma o dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1989, 334), percebe-se que essa memória proporciona a lembrar da própria lembrança e não deixa que se apaguem as experiências adquiridas por todos envolvidos com aquele episódio.
Desta forma, o objetivo deste artigo é identificar a importância da memória na construção de uma identidade e só através desta identidade formada é que a indústria do Turismo Cultural se faz presente, apropriando-se desta para o incremento da localidade onde desenvolve esse tipo de Turismo, tendo acesso ao Patrimônio Cultural, à história, à cultura e ao modo de viver daquela comunidade.
Neste trabalho, usou-se como técnica de pesquisa o levantamento bibliográfico referente à Memória, Identidade e Turismo Cultural.
Conceitos de Memória, Identidade e Turismo Cultural.
Filosoficamente (Memória) significa a capacidade de reter um dado da experiência ou conhecimento adquirido e de traze-lo à mente; e esta é necessária para constituição da experiências e do conhecimento científico. Toda produção do conhecimento se dá a partir de memórias de um passado que é consolidado no presente. Hilton Japiassú, no Dicionário de Filosofia ele afirma :
A memória pode ser entendida como a capacidade de relacionar um evento atual com um evento passado do mesmo tipo, portanto como uma capacidade de evocar o passado através do presente (JAPIASSÚ, 1996, 178).
Isso é bastante perceptível quando temos a experiência de um sabor ou um cheiro que percebíamos ou tínhamos enquanto criança, mais tarde quando adultos ao sentirmos o cheiro ou o sabor somos remetidos, voltamos ao passado e invocamos essa lembrança. Buscamos essa memória que está adormecida, não que busquemos, mas ela vem à tona.
Existem lugares da memória, lugares particularmente ligados a uma lembrança, que pode ser uma lembrança pessoal, mas também pode não ter apoio no tempo cronológico. Pode ser, por exemplo, um lugar de férias na infância, que permaneceu muito forte na memória da pessoa, muito marcante, independentemente da data real em que a vivência se deu (POLLAK, 1992, 202).
A memória é sempre atual, pois a qualquer momento podemos evocá-la. É vivida no eterno presente; aberta à dialética da lembrança e do esquecimento; alimenta-se de lembranças vagas, telescópias, globais e flutuantes; e cria sentimento de pertencimento e identidade, etc.
Estas são algumas características da memória que fornecem um arcabouço de conhecimento a si mesma. A memória sabe.
Em contrapartida pode-se observar que ao mesmo tempo que um grupo quer esquecer, outros testemunharam acontecimentos e querem inscrever suas lembranças contra o esquecimento, para que a memória continue sempre viva. É a luta pelo não esquecimento.
Surge aí a resistência de grupos que não querem esquecer suas memórias pelo contrário querem preservá-las e perpetuá-las, para que as futuras gerações saibam dos acontecimentos por ali passado.
A memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade de coerência de uma pessoa de um grupo em sua reconstrução de si ( POLAK,1992, 204).
Porém essa memória não pode ser enquadrada, emoldurada de acordo com os interesses próprios, pois é livre e atua em seus personagens de forma bastante livre sem interferências. Emerge repentinamente remetendo à lembranças do já vivido. Pode ser construída consciente ou inconsciente, pois o que a memória grava, recalca, exclui, relembra é o resultado de um trabalho de organização.
A memória histórica constitui um fator de identificação humana, é a marca ou o sinal de sua cultura. Reconhecemos nessa memória o que nos distingue e o que nos aproxima. Identificamos a história e os seus acontecimentos mais marcantes, desde os conflitos às iniciativas comuns. E a identidade cultural define o que cada grupo é e o que nos diferencia uns dos outros.
Segundo Wehling, a memória tem finalidades:
A memória do grupo sendo a marca ou sinal de sua cultura, possui algumas evidências bastante concretas. A primeira e mais penetrante dessas finalidades é a da própria identidade. A memória do grupo baseia-se essencialmente na afirmação de sua identidade (WEHLING, 2003, 13).
A ligação entre memória e identidade é tão profunda que o imaginário histórico-cultural se alimenta destes para se auto-sustentar e se reconhecer como expressão particular de um determinado povo.
A memória não pode ser entendida como apenas um ato de busca de informações do passado, tendo em vista a reconstituição deste passado. Ela deve ser entendida como um processo dinâmico da própria rememorização, o que estará ligado à questão de identidade (SANTOS, 2004, 59).
Sendo assim rememorizada ela não se deixam cair no esquecimento e vai sendo refrescada constantemente, sendo grafada, narrada, ou tornando-se fonte-histórica, utilizando da `memória social que é um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história` ( LE GOFF, 1996, 426).
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 Fonte: Por: Claudio Magalhães Batista Introdução O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente de um determinado povo. Para isso é necessário que não deixe de rememorar, ir em busca das raízeshttp://ecoviagem.uol.com.br/fique-por-dentro/artigos/turismo/memoria-e-identidade-aspectos-relevantes-para-o-desenvolvimento-do-turismo-cultural-1333.asp
 

Parte 2 - Memória e Identidade: Aspectos relevantes para o desenvolvimento do Turismo Cultural (Transcrição)

Identidade:
A identidade cultural e a memória reforçam-se mutuamente. Conhecemos as nossas raízes, distinguimos o que nos une e o que nos divide. Estamos aptos a entender que a cultura e a memória são faces de uma mesma moeda e que a atitude cultural por excelência e com o que nos rodeia, desde os testemunhos construídos ou das expressões da natureza aos testemunhos vivos aos quais são imprescindíveis para a construção desta identidade.
A memória é um elemento essencial da identidade e contribui para a formação da cidadania.
A definição da própria identidade cultural implica em distinguir os princípios, os valores e os traços que a marcam, não apenas em relação a si própria, mas frente a outras culturas, povos ou comunidades. Memória e identidade estão interligados, desse cruzamento, múltiplas pelas possibilidades poderão se abrir ora produção de imaginário histórico-cultural (SANTOS, 2004, 59).
Por identidade entendemos os aspectos peculiares de um determinado povo com suas crenças, ritos e experiências comuns que foram a identidade particular, ex: a identidade nacional, brasileira, americana, japonesa, etc.
Na linguagem do senso comum, a identificação é construída a partir do reconhecimento de alguma origem comum, ou de características que são partilhadas com outros grupos ou pessoas, ou ainda a partir de um mesmo ideal. (HALL, 2000. 106).
Essa construção da identidade ou identidades vão se moldando quando um determinado grupo se apropria de seus valores, manifestações perpetuando-os na sua história, passando de geração a geração.
As identidades parecem invocar uma origem que residiria em um passado histórico com o qual elas continuariam a manter uma certa correspondência. Elas tem a ver, entretanto, com a questão da utilização dos recursos da história, da linguagem e da cultura para a produção não daquilo que nós somos, mas daquilo no qual nos tornamos (HALL, 2000, 109).
A identidade é uma categoria extremamente diferenciada dentro das Ciências Humanas e Sociais. Pode ser abordada em relação à questão de gênero, pode ser definida a partir da religião que se professa, pode ser construída, e geralmente o é, com a contribuição da atividade profissional que uma pessoa exerce, está intimamente ligada ao grupo étnico ao qual pertencemos, o que já inclui outras categorias como língua, costumes, etc.
Através da memória e da construção da identidade de um povo, surge o turismo com a perspectiva de preservar a cultura e fazer dela um produto turístico que tem uma demanda específica, pois quem procura esse tipo de turismo quer outro tipo de atração que é conhecer o Patrimônio cultural daquela localidade.
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Parte 3 - Memória e Identidade: Aspectos relevantes para o desenvolvimento do Turismo Cultural (Transcrição)

Turismo Cultural:
A relação existente entre cultura e turismo é visivelmente notada quando o turismo se apropria das manifestações culturais, da arte, dos artefatos da cultura.
Por sua vez a cultura também se apropria do turismo no que diz respeito a formatação das expressões culturais para o desenvolvimento do turismo. Surge ai, então, um turismo especial voltado para a cultura.
Turismo cultural é o acesso a esse patrimônio cultural, ou seja, à história, à cultura e ao modo de viver de uma comunidade. Sendo assim, o turismo cultural não busca somente lazer, repouso e boa vida. Caracteriza-se, também, pela motivação do turista em conhecer regiões onde o seu alicerce está baseado na história de um determinado povo, nas suas tradições e nas suas manifestações culturais, históricas e religiosas (MOLETTA, 1998, 9-10).
O turismo cultural tem a função de estimular aos fatores culturais dentro de uma localidade e é um meio de fomentar recursos para atrair visitantes e incrementar o desenvolvimento econômico da região turística, a qual tem características favoráveis a esse setor de turismo, sendo apoiado nos princípios do desenvolvimento turístico sustentável. Podendo ser também uma estratégica de dominação, controle, folclorização, instrumentalização dos nativos para gerar lucro e prestígio para os agentes do turismo e os governantes.
A cultura como atrativo turístico é considerada uma atividade econômica de importância global, que abarca elementos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
É um dos fenômenos mais importantes dos últimos tempos, pois propicia o contato entre diferentes culturas, a experiência de diferentes situações, e passa por diferentes ambientes, e a observação de diferentes paisagens. Isto possibilita a globalização da cultura. ( SANTOS & ANTONINI, 2003, 101).
Assegurar às gerações futuras, o aceso a recursos do turismo cultural é um dever principalmente dos profissionais deste setor turístico.
Segundo Moletta (apud. SANTOS, 2004, 83), um profissional do turismo cultural deve apresentar as seguintes características:
Ter tido farta leitura sobre os atrativos culturais explorados; estar em constante buscar de novas informações; conhecer tecnicamente a região, realizando interpretações sobre o bem estudado e sua relação com a história; ter boa comunicação, iniciativa e empatia com o visitante; Dominar a informação, transmitindo entusiasmo e motivação para o grupo; possuir noções de primeiros socorros e transparecer um profundo respeito à cultura (MOLETTA, 2001, 46).
O turismo cultural se relaciona intimamente com a vida cotidiana do destino turístico que se quer conhecer, pois há lugares que se especializam em recepção dos turistas e de certa forma industrializam, massificam as manifestações culturais sendo um produto exclusivamente para os mesmos.
De certa forma pode exercer uma função de modificação da cultura, interferindo no aspecto cultural e descaracterizando assim a própria manifestação que é espontânea. O turismo como fenômeno tem que ser implementado com muito cuidado pois deve procurar revalorizar o cotidiano da localidade e não inventar uma manifestação cultural para mostrar ao turista.
O Turismo Cultural pode converter em uma oportunidade para o desenvolvimento de correntes turísticas atraídas por motivações predominantemente culturais fortalecendo assim a própria cultura.
Aparelhagem do Turismo Cultural:
O público específico da segmentação no setor do Turismo Cultural é motivado por características próprias peculiares, como: nível de escolaridade mais elevado. A grande maioria tem curso superior, fala ou compreende outra língua, etc. São indivíduos que ao satisfazerem suas necessidades mais elementares e vitais (alimentação, vestuário, habitação), buscam escalas superiores de satisfação (melhoria qualitativa dos elementos vitais e educação, lazer, viagens, etc.)
Fazer turismo e principalmente o Turismo Cultural leva aos indivíduos a um certo tipo de `status` social, porque nem sempre o turismo é acessível a todos.
A educação é primordial para o aprimoramento e a propensão dos viajantes a fazer turismo. O grau de escolaridade tem uma correlação positiva com altos níveis de renda. Isso significa a mesma correlação positiva com o turismo, ou seja, níveis de renda mais elevados revelam maiores propensões a viajar do que níveis de renda mais baixos. O mesmo se se relaciona diretamente o turismo com o grau de escolaridade ( RABAHY, 2000, 93).
Esses aspectos são relevantes para o desenvolvimento do turismo cultural e o mesmo se ampara de tosa uma aparelhagem tecnológica para seu incremento e potencialidade.
Aparelhagem tecnológica aqui significa toda técnica e todo aparato que o turismo cultural se apropria para que ser produto, no caso a cultura, as manifestações, ritos, expressões artísticas, transforme-se em um produto turístico.
Como aparelhagem podemos destacar a elaboração de um marketing agressivo, divulgando assim a cultura daquela comunidade: artesanato, folclore, gastronomia típica, arquitetura histórica, arquitetura típica, etc.
O turismo cultural não é um modismo passageiro. Está intimamente ligado à demanda intelectual dos jovens que cresceu nos últimos 30 anos. O nível de instrução cresceu , gerando assim uma democratização de bens e equipamentos culturais, para maiores parcelas da população.
No turismo cultural a importância de revitalização de áreas urbanas e comunidades com expressões artísticas se acelera a cada dia com o intuito de divulgar, mas de preservar suas origens.
No Brasil, cidades como Ouro Preto, Salvador, Olinda e centros históricos importantes de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba são parcialmente preservados. Em Curitiba o Largo da Ordem manteve seu estilo do século XIX e ao mesmo tempo transformou-se em uma área de lazer e entretenimento noturno de boa qualidade (TRIGO, 1993. 112).
Neste tipo de turismo deve-se ter a preocupação por parte dos operadores de turismo as quais vendem o produto da cultura, à valorização do cotidiano das comunidades e não simplesmente produzir uma manifestação cultural para se mostrar ao turista, pois senão estaria fabricando um produto e perdendo assim a característica do mesmo. Porém o turismo é o setor que mais cresce e pode ser ainda explorado muito mais.
O turismo cultural compreende uma infinidade de aspectos, todos eles passíveis de serem explorados para a atração de visitantes. A arte é um dos elementos que mais atraem turistas. A pintura, a escultura, as artes gráficas, a arquitetura são elementos procurados pelos turistas. Assim, os museus se constituem nos primeiros atrativos a serem procurados pelos visitantes de uma localidade (IGNARRA, 1999, 120).
Outros elementos são apropriados pelo turismo cultural com a intenção de promover o próprio e a comunidade local, como: a música, dança, artesanato, gastronomia típica, folclore, agricultura tradicional, manifestações religiosas, a história da comunidade, etc.
Tudo isso oferece como aparelhagem para o turismo cultural para que se desenvolva forte e atuante neste segmento, porém de forma responsável, não descaracterizando a cultura do local.
Considerações Finais:
Pretendeu-se neste artigo salientar os aspectos relevantes para o desenvolvimento do turismo cultural como sendo imprescindível o resgate da memória e a identidade de um determinado povo.
A memória é essencial para uma cultura que deseja preservar suas características e como ela é intimamente ligada a identidade, fornece subsídios para que a identidade se construa e se fortaleça a partir de elos comuns.
No turismo cultural a memória e a identidade são essenciais para o desenvolvimento deste segmento turístico, que vem crescendo a cada década devido às exigências dos padrões do turismo, no caso cultural, pois um dos fatores que faz crescer esse tipo de turismo é a elevação da escolaridade da população que de uma forma ou de outra vem aumentando graças a esse mundo globalizado .
Portanto o artigo propicia a contribuir para a reflexão acadêmica sobre a memória, identidade como elementos capazes de fomentar e desenvolver cada vez mais o turismo cultural.
 Publicado por Equipe EcoViagem
 Fonte: Por: Claudio Magalhães Batista Introdução O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente de um determinado povo. Para isso é necessário que não deixe de rememorar, ir em busca das raízeshttp://ecoviagem.uol.com.br/fique-por-dentro/artigos/turismo/memoria-e-identidade-aspectos-relevantes-para-o-desenvolvimento-do-turismo-cultural-1333.asp
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Por dentro da África - Apresentação


Frei Chico: "Quando acaba a Comunidade nenhuma cultura sobrevive". Coroa...


PIQUETE-SP: a) CAMINHO DO OURO - b) JONGO - c) IRMANDADE DE SÃO BENDITO - ESPAÇO DE MEMÓRIA - PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL CONTIDOS EM EVIDÊNCIAA DOCUMENTAIS, ESCRITAS E ORAIS DA PRESENÇA HISTÓRICA E CULTURAL DOS AFRICANOS, RELEVÂNCIA RECONHECIDA PELA COMUNIDADE INTERNACIONAL COM A INCLUSÃO NA LISTA DO 100 LUGARES DE MEMÓRIA DA ESCRAVIDÃO E DO TRÁFICO ATLÂNTICO. (GRIFOS MEUS)

 http://www.labhoi.uff.br/node/1507
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Trabalho e Cotidiano


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Patrimônio Imaterial

Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil
O trabalho de organização do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Reúne 100 Lugares de Memória e foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país, após consultas e intensas trocas de informações. Sem essa generosa contribuição, inclusive na redação preliminar dos verbetes e indicação da bibliografia ou fontes de referência, não teria sido possível a reunião desse amplo material.
O avanço da pesquisa histórica sobre o tráfico e a escravidão em nosso país permitiu a reunião dessas 100 indicações, mas temos certeza que estamos longe de esgotar o Inventário. Esse trabalho deve ser entendido como um ponto de partida para novas e futuras ações (nos âmbitos federal, estadual e municipal), tanto no campo da pesquisa histórica, como no do ensino, educação patrimonial, divulgação e desenvolvimento do turismo cultural dos Lugares de Memória do Tráfico e História dos Africanos Escravizados no Brasil.
Demos prioridade às evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados. Por outro lado, sabemos que a lista seria interminável se tivéssemos optado por reunir os Lugares de Memória dos descendentes de africanos no Brasil. O inventário é sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção.
Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando novos sentidos para suas referências africanas. Nos verbetes, utilizamos tanto o termo jurídico de época (escravo) quanto o adjetivo “escravizado”, que sublinha o caráter compulsório da instituição. Para referir às novas identidades africanas criadas nas Américas, respeitamos a diversidade de expressões utilizadas pelos especialistas consultados, refletindo diferentes cronologias, abordagens historiográficas e usos regionais.
Se, de início, foi uma tarefa difícil a separação entre africanos e afrodescendentes, o esforço foi recompensado. O leitor também ficará impressionado com as dimensões das ações dos africanos escravizados no Brasil. Para melhor compreensão e maior visibilidade dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos, organizamos os 100 Lugares em 7 diferentes temáticas, apresentadas a seguir:
Portos de chegada, locais de quarentena e venda
Desembarque ilegal
Casas, Terreiros e Candomblés
Igrejas e Irmandades
Trabalho e Cotidiano
Revoltas e Quilombos
Patrimônio Imaterial
Fonte: http://www.labhoi.uff.br/node/1507
Fonte: http://www.labhoi.uff.br/node/1507





























quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Roteiros Paulistas - English Version


Roteiros Paulistas


 
Nota: Transcrição: 
 O século do ouro
A corrida do Ouro
“Selvas, montanhas e rios estão transidos de pasmo,  É que avançam , terra adentro, os homens alucinados (...)  Que a sede de ouro é sem cura, e, por ela subjugados,  os homens matam-se e morrem, ficam mortos, mas não fartos” Cecília Meirelles - Romanceiro da Inconfidência. A notícia da descoberta do metal precioso no interior do Brasil, o maior manancial até então encontrado em toda história ocidental, provocou a primeira corrida do ouro da história moderna (achados só superados depois pelo da Califórnia em 1848 e o do Yukon em 1890). Antonil observou que a “cada ano vêm nas frotas quantidades de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão brancos, pardos e pretos, muitos índios de que os paulistas se servem.” Foi tamanho o fluxo que o rei D.João V, resolveu, por lei de 1720, controlar a saída dos seus súditos com medo do despovoamento das aldeias e dos campos portugueses. Não evitou porém que, ao longo do século 18, 800 mil deles viessem parar nos garimpos. Os navios “da Repartição do Sul” dirigidos ao porto do Rio de Janeiro, passaram a ser vigiados e vistoriados, terminando por adotar-se as licenças especiais e o passaporte em 1709 como uma maneira de refrear o fluxo dos aventureiros.
Mesmo na colônia a disparada em massa dos moradores em direção às minas provocou alarme das autoridades. Gente vinha de Taubaté, de Guaratinguetá, de Santos, do sertão da Bahia, e de mais de longe ainda. Em 1702, o governador-geral do Brasil, D.Rodrigo Costa comunica ao rei D.Pedro II que a situação tornava-se calamitosa, constatando que as capitanias achavam-se quase desertas porque seus moradores “esquecendo-se totalmente da conservação das próprias vidas e segurança dos seus mesmos domínios”, rumavam para os garimpos. Chegavam lá pessoas de todas as condições, homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, clérigos e religiosos de várias instituições (os padres foram convidados a se retirarem das Minas em 1738). Iniciava-se a ocupação do interior do Brasil. A população naquele século decuplicou, atingindo a mais de 3 milhões de habitantes, sendo que 650 mil concentravam-se na área das minas.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/br_ouro3.htm





 

O TURISMO CULTURAL NO BRASIL (Transcrição)

No Brasil, foi criado em fins de 2003, por iniciativa do Ministério do turismo, um grupo técnico temático sobre turismo cultural, composto de representantes de várias organizações e instituições da área de turismo, o que foi de fundamental importância para que se chegasse a uma definição precisa do termo, de modo a nortear o debate e o desenho de políticas direcionadas ao segmento no país. A partir dos trabalhos desta Comissão, chegou-se a uma segmentação precisa do setor do turismo, expressa no documento “marcos conceituais dos segmentos de turismo”, que veio a público no Salão de Turismo de São Paulo, em Junho de 2006. A definição adotada de turismo cultural é a seguinte:
“Turismo cultural compreende as atividades relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.” (Cartilha da Segmentação, p.13)  O enfoque expresso no documento vai ao encontro daquele encontrado na literatura internacional sobre o tema: o que distingue o segmento do turismo cultural é a motivação do turista de vivenciar outras culturas. A definição ali encontrada de patrimônio histórico e cultural3 e de eventos culturais é a seguinte:
“ Considera-se patrimônio histórico e cultural os bens de natureza materialimaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. São bens culturais, de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de atração turística: arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, ruínas; museus e outros espaços destinados à apresentação ou contemplação de bens materiais e imateriaismanifestações, como música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e outras. Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou não na definição de patrimônio. Incluem-se nesta categoria os eventos religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinemagastronômicos, exposições de arte, de artesanato e outros.”(idem, ibidem)

Cabe destacar que a cartilha da segmentação constrói subcategorias, no interior do segmento de turismo cultural. São elas:
􀁸 Turismo cívico: “Ocorre em função de deslocamentos motivados pelo  conhecimento de monumentos, fatos, observação ou participação em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de determinados locais”.
􀁸 Turismo religioso: “Configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.”
􀁸 Turismo místico e esotérico: “Caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos.”
􀁸 Turismo étnico: Constitui-se das atividades decorrentes da vivência das experiências autênticas em contatos diretos com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos.” (Cartilha da Segmentação, pgs 15 a 17)  Para nossos propósitos, faremos apenas uma grande distinção: entre o turismo cultural dirigido a locais culturalmente significativos (patrimônio histórico/museus) e aquele dirigido a manifestações artísticas vivas locais (enquadradas ou não na definição de patrimônio). NOTA: O presente documento é propriedade do Governo Federal e é disponibilizado gratuitamente para avaliação dos profissionais do turismo brasileiro. A transcrição do trecho foi obtido na internet no 20 de agosto (grifos meus)

Fonte: http://www.labhoi.uff.br/node/1507
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Trabalho e Cotidiano


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Patrimônio Imaterial

Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil
O trabalho de organização do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Reúne 100 Lugares de Memória e foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país, após consultas e intensas trocas de informações. Sem essa generosa contribuição, inclusive na redação preliminar dos verbetes e indicação da bibliografia ou fontes de referência, não teria sido possível a reunião desse amplo material.
O avanço da pesquisa histórica sobre o tráfico e a escravidão em nosso país permitiu a reunião dessas 100 indicações, mas temos certeza que estamos longe de esgotar o Inventário. Esse trabalho deve ser entendido como um ponto de partida para novas e futuras ações (nos âmbitos federal, estadual e municipal), tanto no campo da pesquisa histórica, como no do ensino, educação patrimonial, divulgação e desenvolvimento do turismo cultural dos Lugares de Memória do Tráfico e História dos Africanos Escravizados no Brasil.
Demos prioridade às evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados. Por outro lado, sabemos que a lista seria interminável se tivéssemos optado por reunir os Lugares de Memória dos descendentes de africanos no Brasil. O inventário é sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção.
Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando novos sentidos para suas referências africanas. Nos verbetes, utilizamos tanto o termo jurídico de época (escravo) quanto o adjetivo “escravizado”, que sublinha o caráter compulsório da instituição. Para referir às novas identidades africanas criadas nas Américas, respeitamos a diversidade de expressões utilizadas pelos especialistas consultados, refletindo diferentes cronologias, abordagens historiográficas e usos regionais.
Se, de início, foi uma tarefa difícil a separação entre africanos e afrodescendentes, o esforço foi recompensado. O leitor também ficará impressionado com as dimensões das ações dos africanos escravizados no Brasil. Para melhor compreensão e maior visibilidade dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos, organizamos os 100 Lugares em 7 diferentes temáticas, apresentadas a seguir:
Portos de chegada, locais de quarentena e venda
Desembarque ilegal
Casas, Terreiros e Candomblés
Igrejas e Irmandades
Trabalho e Cotidiano
Revoltas e Quilombos
Patrimônio Imaterial

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GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...