Devemos considerar que a mais
relevante constatação quanto ao posicionamento da igreja matriz de Lorena, não
é fato de estar situada de frente para o rio Paraíba. Com absoluta certeza, a relevância justificadora da reflexão sobre a posição geográfica da Matriz de Lorena está no seu direcionamento para
o Norte. Posicionamento no qual se torna possível vislumbrar as cinco serras
altas do Roteiro de Andre João Antonil. Por conseguinte torna se possivel identificar com maior precisão o caminho percorrido pelos que seguiam para Minas, ou seja, por um afluente
do Paraíba, o ribeiro do limeira. Por outro lado, igualmente tornou-se possível identificar, o Roteiro do
Caminho para Minas do Ouro entre o porto Guaypacaré e o Bairro do Embau. Para
tanto devemos consider que uma légua de sesmaria mede 6.600 metros . Nessa direção temos o registro do Livro do
Tombo em poder da Igreja de Lorena de 1747, contendo o roteiro do caminho em direção à Mantiqueira. E, no que diz respeito ao fato de os
habitantes da Freguesia de Lorena morarem “meia, uma, duas e três léguas pelo
caminho das Minas em direção à Mantiqueira” chega-se a seguinte constatação: 1)
Meia légua (3.300 três mil e trezentos metros) corresponde ao trecho da Matriz
ao ponto de parada na Bica do Ouro no Campo da USP. (2) Uma légua 6.600 (seis
mil e seiscentos metros), corresponde ao trecho da Matriz a Fazenda Angelina
que deu origem ao nome de uma estação de trem rumo a Piquete pelo afluente do
Paraíba o ribeiro do Limeira. (3) Duas léguas 13, 200 (treze mil e duzentos
metros), esta relacionado ao trecho da Matriz a algum lugar correspondente ao
Núcleo Embrião de Piquete, que somado ao fato de haver se constituir essa
localidade, em terras devolutas, como se dava com os aldeamentos, no caso em
questão, com o nome de Aldeia São Miguel, localizada em documentos de 1777. (Sendo
certo que esse espaço do Núcleo Embrião de Piquete, constituiu-se ainda em uma Arraial , restando
como referência o Bairro da Raia, uma redundância 4) Três ou mais léguas e meia
distante da Matriz está o “Quilombo” e a “Capoeira Grande” sendo desnecessário
maiores detalha por se tratar de um bairro cujo nome perpetuou-se no tempo
pertencente à Cachoeira Paulista 5) Estando o Bairro do “Quilombo” distante meia
para duas léguas do Vuau. Ou seja, o Bairro do Quilombo fica entre 3.300 (três
mil e trezentos metros) a 13.200 (treze mil e duzentos metros) do Bairro do
Embau, torna-se possível concluir com maior exatidão que, a distancia entre o
Bairro do Quilombo ao Embau é de uma légua, ou seja, 6.600 (seis mil e
seiscentos metros). Isto porque, se nos termos do Livro do Tombo com seu
registro de 1747, o Bairro do “Quilombo” e a “Capoeira Grande” ficam distante
da Matriz três ou mais legras aproximados 19.8000 (dezenove mil e oitocentos
metros) e o “Vuau” fica quatro léguas distante da Matriz 26.400 (vinte e seis
mil e quatrocentos metros) a diferença resulta em 6.600 (seis mil e seiscentos
metros) considerando a variável proposta a distancia é de 1 (légua). Resta
ainda com fundamento nesse mesmo artigo a incontrastável evidencia solidificada
na fé, em São Miguel Arcanjo
em Piquete, São Sebastião no Bairro do Itabaquara, Nossa Senhora da Guia no
Bairro do Quilombo e Nossa Senhora Aparecida no Bairro do Embau. Estou falando
de um lugar gravado no mais profundo de minha memória faz 51 (cinqüenta e um
anos), ou seja, um pouco mais de meio século. Partindo de Piquete fiz esse
caminho pela última vez no dia 08 de outubro de 2008, as evidências não deixam
duvidas quando me deparei com uma intuitiva revelação. Com fé em São Miguel um dia a
verdade haverá de prevalecer, não obstante aos ouvidos moucos da academia. E o
povo de Piquete haverá igualmente de se apropriar com orgulho, da grandiosa
Historia construída, parafraseando, pelo sangue suor e lagrimas dos Africano e
indígena dessas paragens.
"Elevado o núcleo a Freguesia, procurou-se
demarcar-lhe as divisas. Ao sul os limites com Guaratinguetá começavam na Ponte
de S. Patrício, no aterrado. Ao norte, até o alto da Mantiqueira, confrontava
com Pouso Alto, a 8 léguas mais ou menos. E as "outras demais partes não
se sabe com que freguesia se divide por ser sertão incompreensível".
Em função do abastecimento das Gerais, ao longo
do caminho, após a Freguesia de N. S. da Piedade, preso à sua influência, em
direção às mesmas Gerais, o povoamento vai se estendendo. O Livro do Tombo
registra em 1747 que a freguesia possuía 240 fogos com mil e seiscentas pessoas
de confissão. Seus habitantes moravam em distância de "meia, uma, duas e
três léguas pelo caminho das Minas em direção à Mantiqueira". Nele estavam
localizados os bairros: "Vu-au", quatro léguas da matriz; o
"Quilombo" e a Capoeira Grande "distante da Matriz três ou mais
léguas e meia para duas do "Vuau". Para o bairro do "Vuau"
era solicitado erguer uma capela. Estes bairros teriam quarenta fogos com 370
pessoas, "são estáveis e prometem aumento". Fonte: http://www.valedoparaiba.com/terragente/estudos/desbrav_01.htm