sábado, 31 de agosto de 2013

MULTICULTURALISMO E IDENTIDADE NACIONAL (Transcrição)

O multiculturalismo pode ser visto como um sintoma de transformações sociais básicas, ocorridas na segunda metade do século XX, no mundo todo pós-segunda guerra mundial. Pode ser visto também como uma ideologia, a do politicamente correto, ou como aspiração, desejo coletivo de uma sociedade mais justa e igualitária no respeito às diferenças. Conseqüência de múltiplas misturas raciais e culturais provocadas pelo incremento das migrações em escala planetária, pelo desenvolvimento dos estudos antropológicos, do próprio direito e da lingüística, além das outras ciências sociais e humanas, o multiculturalismo é, antes de mais nada, um questionamento de fronteiras de todo o tipo, principalmente da monoculturalidade e, com esta, de um conceito de nação nela baseado. Visto como militância, o multiculturalismo implica em reivindicações e conquistas por parte das chamadas minorias. Reivindicações e conquistas muito concretas: legais, políticas, sociais e econômicas.
Para a maior parte dos governos, grupos ou indivíduos que não conseguem administrar a diferença e aceitá-la como constitutiva da nacionalidade, ela tem de estar contida no espaço privado, em guetos, com maior ou menor repressão, porque é considerada um risco à identidade e à unidade nacionais. Mas não há como negar que, cada vez mais, as identidades são plurais e as nações sempre se compuseram na diferença, mais ou menos escamoteada por uma homogeneização forçada, em grande parte artificial.
O multiculturalismo é hoje um fenômeno mundial (estima-se que apenas 10 a 15% das nações no mundo sejam etnicamente homogêneas). Costuma, porém, ser considerado um fenômeno inicialmente típico dos Estados Unidos, porque este país tem especificidades que são favoráveis à sua eclosão. Essa especificidade é "histórica, demográfica e institucional". Mas, outros países que não necessariamente têm as mesmas condições - as quais, segundo Andrea Semprini, em Multiculturalismo (EDUSC, com tradução de Laureano Pelegrin), são: a existência de instituições democráticas, de uma economia pós-industrial em via de globalização e de uma população heterogênea - também apresentam esse fenômeno. Entre esses, Canadá, Austrália, México e Brasil, especialmente devido à presença de "minorias nacionais autóctones" por longo tempo discriminadas. Canadá e Austrália têm sido apontados como exemplares, devido a algumas conquistas fundamentais e relativamente recentes. Mesmo na Europa, nos lembra Semprini, há minorias que hoje reivindicam seu reconhecimento e, às vezes, como no caso dos Bascos na Espanha, de forma violenta. Conflitos e contradições também se encontram na França e na Alemanha. De acordo com Semprini, na França, o caso do véu islâmico fala por si só e, na Alemanha, a discussão interminável sobre a integração dos turcos e o direito à dupla nacionalidade volta sempre, mesmo que, hoje, disfarçada no que o partido democrata cristão vem chamando de Leitkultur - definido por uns como cultura de referência alemã, à qual os imigrantes deveriam se adaptar (como defendeu, levantando polêmica, Friedrich Merz, presidente do CDU-CSU, em outubro de 2000), e por outros, mais radicalmente, como cultura dominante.
..................................................................................................................

Pink Floyd - High Hopes - Pico dos Marins - Piquete/SP.


MULTICULTURALISMO E DIREITOS HUMANOS (Transcrição)

II – Multiculturalismo
Primeiro, é conveniente esclarecer as diferenças entre multiculturalismo, pluralismo, universalismo e relativismo. O pluralismo é uma características de sociedades livres, em que há a convivência pacífica e respeitosa entre pensamentos diferentes, atualmente encontrada nos Estados Democráticos de Direito. Não se pode falar em um pensamento melhor que outro, pois todos são dignos de respeito. O pluralismo combate o pensamento único, o que contraria uma das tendências do processo de globalização8. Segundo Giovanni Sartori (1995, p. 115),
 
"Una cultura pluralista implica una visión del mundo basada, en esencia, en la creencia de que la diferencia, y no la semejanza, el disenso, y no la unanimidad, el cambio y no la inmutabilidad, contribuyen a la buena vida."  Fonte: http://migre.me/fUQb5

UNESCO pede mais esforços para ampliar conscientização sobre História do tráfico de escravos (Transcrição)

Marcando o aniversário da primeira revolta de escravos bem-sucedida no Ocidente, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, disse nesta sexta-feira (23) que contar a história do tráfico de escravos é crucial para prestar homenagem aos combatentes da liberdade e "honrar suas contribuições para a afirmação dos direitos humanos"."Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade", disse Bokova em mensagem para o Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição, que é comemorado anualmente em 23 de agosto – data da revolução haitiana liderada pelos escravos em 1791.
O significado e as implicações desta história devem ser conhecidos por todos e ensinados dentro e fora das escolas, por meio da mídia e na arena pública, afirmou Bokova. "Que isso seja uma fonte de respeito e um chamamento universal em prol da liberdade para as futuras gerações", acrescentando que, por meio de suas lutas, seu desejo de dignidade e liberdade, os escravos contribuíram para a universalidade dos direitos humanos.
A UNESCO tem desempenhado um papel de liderança na promoção da compreensão e do reconhecimento do tráfico de escravos. Desde a criação do projeto "
A Rota do Escravo" em 1994, a agência tem trabalhado para revelar a extensão e as consequências do tráfico e retratar a riqueza das tradições culturais africanas.
Por meio de debates e conversas, o projeto espera criar entendimento mútuo, reconciliação internacional, estabilidade e aumentar a conscientização sobre o assunto.
Os esforços do projeto contribuirão para a Década Internacional dos Povos Afrodescendentes, que começou este ano e pretende impulsionar compromissos políticos em favor de pessoas com ascendência africana.
"O tráfico de escravos não é apenas algo do passado: é nossa história e tem moldado a face de muitas sociedades modernas, criando laços indissolúveis entre povos e continentes, e transformando, de forma irreversível, o destino, a economia e a cultura das nações", observou Bokova, afirmando que os heróis do passado também servem de exemplo para dar continuidade à luta pelo fim do preconceito racial e das novas formas de escravidão.
No início deste ano, a ONU honrou a memória de aproximadamente 15 milhões de vítimas inocentes que sofreram ao longo de quatro séculos como resultado do tráfico transatlântico de escravos, destacando a situação dos 21 milhões que, de acordo com estimativas da Organização Internacional do Trabalho (
OIT), ainda sofrem a brutalidade da escravidão moderna. FONTE:http://migre.me/fUPwQ
...............................................................................................................................................
Sob a proposta do Haiti e países da África, iniciadores do projeto, a Conferência general da UNESCO aprovou em 1993 o lançamento do projeto " a rota do escravo " que foi feito oficialmente em 1994 em Ouidah no Benin.Fonte: http://migre.me/fUPPG
A rosta do escravo

Ep. 07: Fausto e a Pobreza das Minas - 500 Anos: O Brasil Colônia na TV ...


TERRA DE MINAS - O CICLO DO OURO 4/5


TERRA DE MINAS - O CICLO DO OURO 1/5


Sítio Histórico - Ecológico Caminho do Ouro - O Trajeto
Trajeto Guaratinguetá - Vila Rica - segundo descrição de Antonil (1711), mapa realizado a mando do quarto Capitão General e governador das Minas Luiz diogo Lobo da Silva (entre 1763 e 1768) e Affonso de Taunay (1927).
Guaratinguetá - saída
Guaipacaré - (depois Vila de Nossa Senhora da Piedade, hoje Lorena onde ficavam as famosas roças de Garcia Rodrigues)
Registro - (Piquete)
Conceição do Embaú - (atual Cruzeiro?)
Passa Vinte - (atual Passa Quatro?)
Pinheirinhos
Pouso Alto
Rio Verde - (atual Conceição do Rio Verde?)
Boa Vista -( Perto de onde hoje está Caxambu)
Ingaí - (bifurcação existente na estrada atualmente em Cruzília - corruptela de encruzilhada - leva a esta cidade - mencionada por Antonil)
Grambú - (atual Santana do Garambeú?)
Rio Grande - (atual Piedade do Rio Grande?)
São José Del Rei - (ou S. J. do Rio das Mortes - atual Tiradentes)
Bixinho - (pequeno povoado, atualmente distrito de Tiradentes)
Prados
Lagoa Dourada
Tanque - (?)
Susuhi - (atual São Braz do Suasuí)
Congonhas
Ouro Branco
Ouro Preto - Chegada
Fonte:http://www.paraty.com.br/camou-cron.htm  


 

O que teme o CFM? Opinião de uma brasileira que cursa medicina em Cuba



 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Rota do Escravo - A Alma da Resistência

Rotas Atlânticas da Diáspora Africana (Transcrição)

 Atlânticas da Diáspora Africana (PDF)
http://editoradauff.com.br/63-thickbox/rotas-atlanticas-da-diaspora-africana.jpg
Em setembro de 1994, a UNESCO lançou um projeto de pesquisa sobre o comércio de escravos conhecido no Brasil como ROTA DOS ESCRAVOS que se desdobrou em um conjunto de iniciativas em todo o mundo, entre elas o NIGERIAN HINTERLAND PROJECT, por mim dirigido. A região então objeto de minha investigação abrangia o interior das baías do Benim e Biafra, na costa ocidental africana, de onde saíram aproximadamente 40% do total dos escravos enviados para as Américas. O objetivo primordial desse projeto era reunir um grupo de pesquisadores em história da África e da diáspora africana de diferentes instituições e países com o objetivo de mapear a origem desses escravos. Um segundo objetivo era, através dessa experiência, fortalecer uma rede de colaboração entre pesquisadores e formar novos estudiosos que dessem continuidade ao trabalho. Um dos mais significativos resultados desse esforço foi a publicação de um conjunto de obras individuais e coletivas que começam a trazer a público os resultados desse trabalho. ROTAS ATLÂNTICAS DA DIÁSPORA AFRICANA é um exemplo desse trabalho colaborativo e seguindo os objetivos do projeto explora o impacto histórico da escravidão e da diáspora africana, tendo como foco a rota entre a Baía do Benim e a cidade do Rio de Janeiro.
Ao contrário de outras iniciativas anteriores em que as conexões atlânticas são apresentadas por um conjunto diversificado de pontos de partida e chegada, essa coletânea enfoca uma linha de deslocamento específica e privilegia a compreensão das formas particulares de organização dos escravos oriundos da Baía do Benim que integram o grupo que os portugueses convencionaram chamar de “pretos minas”. Nesse sentido, a concentração do olhar na cidade do Rio de Janeiro  – um dos mais importantes portos atlânticos, mas minoritário para a entrada de escravos vindos da Baía do Benim – se mostra como uma estratégia inovadora para estudar esse grupo em profundidade, assim como perceber a complexidade das redes comerciais aí envolvidas.
No seu conjunto é um livro extremamente provocador, tanto pela escolha do universo abordado quanto pelas questões tratadas em cada texto que vão desde o comércio atlântico até o cotidiano urbano da vida dos africanos escravos e forros. Outro ponto que merece destaque é justamente a longevidade dessa rota. Vindo diretamente da África para o Rio de Janeiro, como chega a acontecer no século XVIII, ou com passagens intermediárias por outras partes (como Pernambuco e Bahia), rota mais freqüente e demograficamente mais relevante,  a verdade é que o Rio de Janeiro recebeu escravos oriundos da Baía do Benim desde os primeiros anos do século XVIII até a extinção do tráfico ilegal, e, como apontado, mesmo depois, num fluxo ainda não estudado de africanos efetivamente livres, aí chegados nas últimas décadas do século XIX.
Esse é, portanto, um livro que merece ser lido e assimilado, não apenas por seus resultados mas como ponto de partida para novas investigações de modo a, mais uma vez, formar novas gerações de pesquisadores que levem adiante a imensa tarefa de não deixar cair no esquecimento os mais de dez milhões de africanos que desembarcaram nos portos das Américas como escravos.
Paul E. Lovejoy FRSC
Distinguished Research Professor
Canada Research Chair in African Diaspora History

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

NEGROS (Transcrição)

Dois motivos levaram Paraty a ser um dos mais movimentados porto de desembarque de escravos africanos. O primeiro é que Paraty foi, durante muito tempo, o único ou o mais rápido acesso do litoral para as cidades de São Paulo, Minas Gerais e Vale do Paraíba. Por isso, durante os ciclos do açúcar, ouro e café, era pelo porto da cidade que chegavam os navios negreiros com escravos destinados a essas regiões. O segundo motivo é que por ser uma vila pequena, não havia fiscalização de autoridades civis, militares e eclesiásticas que embaraçavam o desembarque, leilão, venda e entrega dos escravos.
O principal local de desembarque de escravos era no fundo do Saco de Mamanguá. Uma bula papal proibia a venda ou leilão de escravos antes de serem batizados. Daí o motivo da construção em 1720 da capela de Nossa Senhora da Conceição de Mamanguá. O registro era feito apenas do primeiro nome e da idade estimada. Pouco mais tarde a capela foi transferida para Paraty-mirim onde criou-se uma estrutura de descanso, engorda, batizado e venda de escravos. Tão intenso foi esse movimento que o território de Paraty-mirim foi elevado à categoria de Paróquia por decreto-provincial de 1836.
Por pressão dos ingleses, foi promulgada em 1830 a Lei Feijó proibindo o tráfico de escravo. Apesar de não ser levada a sério, os cafeicultores pressentindo o fim do tráfico, começaram a fazer estoque de escravos. Devido a essa lei, os navios negreiros não podiam chegar oficialmente pelo porto da cidade e, por isso, até o ano de 1850 os escravos eram desembarcados clandestinamente no porto de Paraty-Mirim, a 20 km da cidade. Nesse ano foi promulgada a lei Eusébio de Queiroz que acabou definitivamente com o tráfico, afetando a economia do município. A abolição definitiva da escravatura foi em 1888, com a promulgação da Lei Áurea.

Com tanta facilidade para obter escravos, Paraty foi construída utilizando esse tipo de mão de obra. Foram os negros que moveram os engenhos de açúcar e os alambiques de pinga, calçaram as ruas da cidade e as estradas da serra com pedras, subiram a serra com mercadorias destinadas ao interior e desceram com ouro e com café, cuidaram das plantações, mantiveram os rios limpos de galhos e árvores para evitar enchentes. Em 1717 o Capitão Lourenço de Carvalho era o mais rico paratiense “porque se acha com trezentos negros, que lha adquirem grande cabedal com a condução de cargas, em que continuadamente andam serra acima”. No auge do ciclo do café Paraty tinha uma população de 10.000 habitantes dos quais 3.500 eram escravos.
.........................................................................................................
Mapa do Caminho do Ouro Registro (Piquete-SP), espaço colonial.
 

OS MINA EM MINAS: TRÁFICO ATLÂNTICO, REDES DE COMÉRCIO (Transcrição)

..........................................................................................................
Na primeira metade do século XVIII, o Caminho Velho, aberto sobre a antiga Trilha dos Guaianás, que sai das proximidades da Vila de Paraty, é o primeiro caminho terrestre usado pelos portugueses para atravessar a Serra do Facão em direção a Minas Gerais. Este caminho faz de Paraty passagem obrigatória para as tropas que transportam toda sorte de mercadorias, escravos e ouro. O primeiro registro de embarque de ouro, para Portugal 690 data de 1697. Daí em diante, a vila de Paraty está, ao longo da primeira metade do século XVIII, associada aos caminhos e descaminhos do comércio do ouro e dos escravos. Passando por Paraty, os escravos vindos da África são levados para o trabalho nas lavras e outras atividades a elas ligadas. Lá chegando, comprados a peso de ouro, fazem escoar para as mãos dos negociantes o metal que deveria seguir para os cofres da Coroa. Assim, o caminho por onde sobem os escravos e desce o ouro, passa a ser também a rota do "descaminho"4. Praias desertas, matas fechadas  ouro em pó são o segredo do enriquecimento.
..........................................................................................................
Fonte:http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S20.52.pdf
 Mapa da Estrada Real / Caminho do Ouro, de Paraty a Ouro Preto. Via Registro (Piquete-SP), Rota da Diápora Africana.

sábado, 24 de agosto de 2013

SEPARATISMO E CLIVAGENS REGIONAIS NO SUL DE MINAS GERAIS NO SÉCULO XIX: CONSIDERAÇÕES INICIAIS DE PESQUISA (Transcrição)

......................................................................................................
A indefinição de fronteiras entre Minas Gerais e São Paulo foi apontada por Carla Anastasia, em   Vassalos e Rebeldes, como sendo um dos principais fatores de litígio entre as duas capitanias. De acordo com a autora, o problema territorial iniciou-se em 1710, com a criação do distrito das Minas desmembrado de São Paulo, e permaneceu sem solução ao longo do século XVIII. Mesmo em 1722, quando os limites da Comarca do Rio das Mortes já haviam sido confirmados por ordem régia, moradores das vilas de Taubaté e de Guaratinguetá insistiam em tomar posse da região sul mineira, alegando legitimidade sobre o descobrimento e povoação da mesma
.......................................................................................................
Fonte: Pérola Maria Goldfeder e Castro Fonte: http://migre.me/fQwcp

MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/fQwLg)
Nota: Alto da Serra, espaço colonial de Piqute-SP, constituiu-se em uma das  zonas de conflitos divisórios, quando então foi construidos no local  "piquetes" e o Registro de Itajubá.

TRÁFICO ATLÂNTICO, ESCRAVIDÃO E PROCEDÊNCIAS CATIVAS NO SUL DE MINAS GERAIS (1799-1850)* (Transcrição)

4. Procedência dos cativos africanos.
No geral, as fontes que contemplam algum tipo de informação em relação à população  escrava, as dividem em dois grandes grupos: crioulos, nascidos no Brasil, ou africanos. Do primeiro grupo fazem parte crioulos, pardos, cabras e mulatos. O segundo está definido por critérios de origem como, por exemplo, os mina, os angola, os benguela, os cabinda, os caçanje e muitos outros. Como tem alertado a historiografia, esses termos não correspondem a denominações étnicas, pertencem a uma nomenclatura do tráfico e referem-se a regiões ou a portos da África.13 Segundo Waldemar de Almeida Barbosa, nas primeiras décadas do século XVIII houve uma importação, em larga escala, de escravos da África Ocidental para Minas, definidos genericamente como “negros mina”.14 Estudos recentes têm demonstrado que, desde a segunda metade do setecentos, ocorreu uma mudança na rota do tráfico, passando a predominar os escravos oriundos do centro-oeste africano, especialmente os angola.15 Mary Karasch constatou que a grande maioria dos escravos que desembarcaram na cidade do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX, procedia do centro-oeste africano. Mesmo no período em que houve um decréscimo na representação deste grupo, nunca ficou abaixo de 66%. Os escravos da África Oriental vinham em segundo lugar, oscilando entre 16% e 26%, seguidos, por último, pelos cativos da África Ocidental, com cifras que não ultrapassavam 7%. O centro-oeste africano era dividido em três regiões principais: Congo Norte (Cabinda), Angola e Benguela. Como reitera a autora, “o significado destes termos variava muito e o uso deles no tráfico de escravos não era consistente com a verdadeira identidade étnica, nem com os nomes nacionais cariocas”.16 Isto não quer dizer que essas referências devam ser menosprezadas. Estudos recentes têm demonstrado as formas de apropriação dos nomes de procedência e sua utilização na configuração de novas identidades nas relações do cativeiro, especialmente nas de compadrio, na formação da família escrava, nas irmandades religiosas e nas revoltas escravas.17 Se uma grande parte dos cativos que desembarcava no porto do Rio de Janeiro tinha como destino a província de Minas Gerais, é mais ou menos evidente que as informações constantes dos registros locais corroborem os dados encontrados pelos autores que estudam a demografia do tráfico na Corte. Ao analisar uma lista de remessa de escravos para Minas Gerais, entre 1831-1832, Mary Karasch encontrou os seguintes percentuais: 40,6% do centrooeste africano, 38,4% da costa oriental e 7,5% da África Ocidental.18 Como constatam João Luís Fragoso e Roberto Guedes Ferreira, ao examinarem os dados dos despachos e dos passaportes da Intendência de Polícia da Corte, entre 1819 e 1833, as fontes tendem a acompanhar os resultados das estimativas do tráfico internacional, uma vez que, entre 1795 e 1840, cerca de 81,8% dos navios negreiros procediam da África Central. Em 1831, por exemplo, 63%  dos cativos registrados nos despachos e nos passaportes eram provenientes da África Central, 24% da Oriental e 9% da Ocidental.19 Com base no levantamento sistemático das informações sobre a origem dos cativos, contidas em inventários post mortem dos termos de São João del-Rei, São José del-Rei, Vila Rica e Mariana (1715-1888) e Diamantina (1790-1888), Laird Bergard também chega a conclusões semelhantes. Dos escravos africanos que tiveram a origem mencionada, os que ocupavam maiores índices eram os banguela (28,3%), os angola (23,9%) e os congo (10,7%), ou seja, a grande maioria dos cativos era procedente da África Central Atlântica. Os mina correspondiam a 10,5%.20 O autor fez um levantamento sistemático das informações contidas em 10.028 inventários, arrolando um total de mais de 110 mil cativos. As principais críticas ao seu trabalho   foram formuladas por Douglas Cole Libby e se referem aos limites das fontes utilizadas, e,  particularmente, ao fato de ele desconsiderar as diferenças no tempo e no espaço para algumas regiões das Minas Gerais. Embora o argumento central de Laird Bergard seja a ênfase na  capacidade de reprodução natural da população escrava, hipótese que não é de modo algum negada por outros estudiosos, as discordâncias se manifestam nos percentuais apresentados para algumas regiões, sobretudo aquelas localizadas nos termos de São João, São José e Diamantina, áreas com alto nível de desenvolvimento econômico e um percentual de africanos bem maior do que o encontrado por Laird Bergard.21 Os dados levantados para os termos de Campanha e Baependi confirmam o que a historiografia mineira e do tráfico tem enfatizado, ou seja, que a região participou ativamente do tráfico negreiro internacional pelo menos até os primeiros anos  da década de 1830.
Fonte: Marcos Ferreira de Andrade http://migre.me/fQsp5
 
 
Origem do Mapa: http://migre.me/fQtRj
Parafraseando - PIQUETE - ROTA DA AFRO-DIÁSPORA - Em conformidade com o Mapa, quando então alcançava-se a região de Marmelópolis à partir do Alto da Serra, (espaço colonial de Piquete-SP),  assim como os termos de Campanha e Baependi, confirmam o que a historiografia mineira e do tráfico tem enfatizado, ou seja, que a região também participou ativamente do tráfico negreiro internacional pelo menos até os primeiros anos da década de 1830.
 
 
 
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O ESTADO DE SÃO PAULO EM 1600 (Transcrição)


Nas minhas limitadíssimas capacidades com o programa de desenhos, tento comparar os limites do atual Estado de São Paulo (contorno em preto) com o que seriam os territórios das capitanias de São Vicente (esta dividida em duas porções) e a de Santo Amaro (no meio das duas porções da outra). Em vermelho, o que resultou disto, considerando-se a linha aproximada de Tordesilhas. Desconsiderei os territórios das capitanias em Estados como o Paraná, Minas e Rio. Estão localizadas os cinco municípios da época.Como seria o Estado de São Paulo em 1600?
Em primeiro lugar, há que se definir o que chamaríamos de "estado de São Paulo" naquela época: havia a capitania de São Vicente, com delimitações em linha reta a partir mais ou menos da cidade de Macaé, hoje Estado do Rio de Janeiro até Caraguatatuba. Daí para o sul, a Capitania de Santo Amaro, até a ilha de Santo Amaro (Guarujá). E mais ao sul, da ilha citada até Cananéia, a segunda secção da Capitania de São Vicente - que abrigava o primeiro município constituído no Brasil, a atual cidade de São Vicente.
Se juntássemos os três, elas englobariam terras de cinco Estados hoje: São Paulo (menos o extremo norte), Minas Gerais (pequeníssima parte do sul), Rio de Janeiro (3/4 do atual), Mato Grosso do Sul (a metade sul) e Paraná (a metade norte). Porém, as capitanias chegavam em domínio apenas até parte do atual território desses Estados interior adentro: elas paravam no meridiano de Tordesilhas.
Tordesilhas passava, com extrema aproximação, onde hoje estão cidades como Olímpia, Catanduva, Bauru, Cerqueira César e Itararé. Portanto, o Mato Grosso do Sul de hoje estaria fora, assim como quase todo o Paraná (o meridiano passava próximo à atual Curitiba). Imagine então, isso seria o Estado naquela época, "dividido" em duas capitanias, sendo que uma delas tinha duas porções. No início do século XVII, elas se juntaram, absorvidas por São Vicente, mas, em 1600, não eram um bloco conjunto.
Nesse bloco dividido havia cinco vilas (os municípios de hoje): São Vicente, Santos, Itanhaém, Cananéia (criada em 1600) e São Paulo. Este último era o único município no planalto. A cidade era, então, "boca-de-sertão": além dela, para oeste e norte, nada existia, a não ser três pequenos povoados a cerca de 30-40 km da futura capital: Aldeia de Carapicuíba, Aldeia de Barueri (não nos locais onde hoje está a sede dos dois municípios) e Parnaíba, além de povoados que hoje são bairros da Capital: Pinheiros, Penha, Freguesia do Ó. Os dois últimos às margens do Tietê. Talvez alguma outra coisa, extinta hoje ou não.
Enfim: se considerássemos São Paulo de 1600 como tendo os limites que tem hoje, a civilização não passaria de 40 km a oeste da sua atual capital. Dali para a frente, o "sertão desconhecido povoado por índios". Curioso que esta expressão se manteve até próximo de 1920, portanto 320 anos mais tarde: até o ano de 1900, essa expressão começava, coincidentemente ou não, no já de há muito então extinto meridiano de Tordesilhas
. Fonte: http://migre.me/fQ3JP

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Topónimos - MINAS GERAIS (Transcrição)

 
Minas Gerais, localizava-se, segundo as informações contidas na Breve Descrição Geográfica, Física e Politica de Minas Gerais de Diogo de Vasconcelos, entre os 335o a 343o e 30’ de longitude e entre os 13o e 22o e 51’ de latitude na América meridional. A região integrou a Capitania do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Em 9 de Novembro de 1709, por Carta Régia, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas Gerais separando-se do Rio de Janeiro. D. João V, em 2 de Dezembro de 1720, criou a Capitania de Minas Gerais separada de São Paulo. Teve como primeiro governador D. Lourenço de Almeida (1720-1732). Os habitantes da Capitania de São Paulo se lançaram pelos sertões desconhecidos, desbravando as matas em busca do aprisionamento dos indígenas. Nesta tarefa acabaram por dar configuração geo-espacial à Capitania de Minas Gerais. As primeiras descobertas de ouro datam de 1693. As três oitavas (unidade de peso utilizada à época) de ouro, apresentadas ao Capitão-mor regente da Capitania do Espírito Santo, foi o resultado das descobertas da expedição de António Rodrigues Arzão que, partindo de São Paulo, foi dar por aquelas bandas. Arzão dirigiu-se ao Rio de Janeiro e a São Paulo para agrupar homens e meios. Gravemente enfermo e delegou a responsabilidade da expedição a Bartolomeu Bueno. Em 1694, partiu da vila de São Paulo a expedição de Bueno seguindo, na medida do possível o roteiro de Arzão. Doze oitavas foi o montante de ouro apresentado, pela primeira vez, ao governador da Capitania do Rio de Janeiro, António Paes de Sande. Em 1700, João Lopes de Lima e Miguel Garcia já eram dados como povoadores da região do córrego do Ribeirão do Carmo e as terras de faiscadeiras (local onde se encontrava o ouro em faíscas) foram repartidas. Dos córregos e morros de Ouro Preto foram descobridores António Dias, o Padre João de Faria Fialho e Tomás Lopes de Camargos. As faiscadeiras de Sabará foram participadas por Borba Gato. Sucederam-se outras descobertas: de Caeté, das lavras de São João e de São José do Rio das Mortes. Com a notícia das riquezas, as pessoas começaram a chegar as Minas causando embates e disputas como a Guerra dos Emboadas, entre paulistas e portugueses (emboabas). Ciente da situação nas Minas, o governador da Capitania do Rio de Janeiro, D. Fernando Martins de Mascarenhas, dirigiu-se à região em Junho de 1710. Nesse tempo, chegou seu sucessor, António de Albuquerque Coelho de Carvalho. Albuquerque seguiu para as Minas para por fim as disputas. António de Albuquerque regulamentou a arrecadação dos tributos (o quinto, a quinta parte). Em 17 de Julho de 1710, reuniram-se os representantes da câmara de São Paulo e as das outras vilas e acordaram que o quinto seria pago por bateias (espécie de bacias utilizadas por cada um dos que trabalhavam na mineração) ou por cabeça de escravos. Tal resolução foi aprovado pelo Rei em carta de 24 de Junho de 1711. Pagavam-se 10 oitavas de ouro por bateia. D. Brás Baltasar, o governador seguinte, convocou as câmaras de São Paulo e, em Vila Rica à 7 de Dezembro de 1713, acordou uma finta (arrecadação total) de 30 arrobas em cada um dos anos de 1714 a 1717. Deste ano até 1722 desceu a finta a 25 arrobas. Entre 1723 e 1724, elevou para 37 arrobas. Por decreto do Rei de 8 de Fevereiro de 1719 já ordenava-se o estabelecimento das casas de fundição e moedas onde o quinto da produção era retirado e enviado para os cofres metropolitanos. A criação das casas de fundição foi objeto de oposição da parte dos mineradores. Não foram poucos os conflitos que as tentativas de imposição desta forma de arrecadação causou: o motim dos povos do Morro Vermelho (1715), a revolta de Felipe dos Santos em Vila Rica (1720). Em 1725, o governador D. Lourenço de Almeida estabeleceu as casas de fundição onde se deduziu o quinto até o ano de 1735. As notícias de extravio, as descobertas de casas de fundição clandestinas lançaram as bases da arrecadação por meio da capitação, implementada a partir do governo de Gomes Freire de Andrade. Nas reuniões de 30 de Junho e 1 de Julho de 1735 ficou acertado que cada escravo, homem livre dedicado a qualquer ofício pagaria 4 oitavas e ¾ de ouro; as grandes lojas caberia o pagamento de 24 oitavas, as médias e pequenas, respectivamente, os valores de 16 e 8 oitavas de ouro; as vendas administradas por escravos pagariam 16 oitavas; anualmente.  Em alvará de 3 de Dezembro de 1750, o Rei mandou restabelecer as casas de fundição aceitando a quota de 100 arrobas anuais. Há que se destacar que a chegada do governador D. Luís da Cunha Menezes (1783), as proibições relativas às atividades fabris e artesanais na Colónia e a diminuição do montante de ouro extraído ocasionaram insatisfação nas Minas Gerais. A impossibilidade de se cumprir o pagamento das 100 arrobas anuais, levou D. Luís da Cunha a marcar data para a derrama (dia em que todos os devedores deveriam saldar a qualquer custo suas dívidas com a arrecadação metropolitana) que culminou com o desmantelamento da Inconfidência Mineira (1789) na qual se encontrava envolvida significativa parte da elite da Capitania. Desde finais do século XVI, pode-se encontrar referências à descoberta de diamantes no nordeste da Capitania. Foram as descobertas do início do século XVIII, na região de Serro Frio, que fizeram da América Portuguesa grande exportadora de diamantes. Em 1729, O governador da Capitania, D. Lourenço de Almeida, enviou à Corte a notícia oficial das descobertas e organizou a exploração e a cobrança de tributos. Entre os anos de 1729 e 1734, todos aqueles que tivessem escravos e capital podiam dedicar-se à exploração pagando uma taxa de capitação sobre cada escravo empregado no trabalho das lavras. O excesso de oferta ocasionou a diminuição do valor dos diamantes no mercado mundial. Em 1734, estabeleceu-se a demarcação do Distrito Diamantino, um quadrilátero em torno do arraial do Tejuco. Toda a exploração de diamantes na área foi suspensa com o objetivo de causar a queda dos preços. A exploração de diamantes foi reaberta, em 1739, sob uma nova forma: o estabelecimento de contratos particulares, arrematados à Coroa com prazo de quatro anos. Com vistas a aumentar o controle sobre a região, dificultar e diminuir o contrabando, a partir de 1745, a entrada na área da Demarcação só podia ocorrer em locais determinados chamados Registros (possuíam, cada um, um fiscal e um destacamento militar). Com a falência do quarto contratador, A Coroa passou a monopolizar o comércio de pedras e os contratadores passaram a ter apenas o direito de exploração. Na última década de 1771, o sistema de contratos foi extinto por alvará régio e a exploração ficou a cargo exclusivo da Coroa. Foi criada a Real Extração dos Diamantes e uma legislação própria para a região, o Regimento Diamantino. Por decreto imperial, em 13 de outubro de 1831, o arraial do Tejuco foi elevado á categoria de vila. Em 6 de Março de 1838 foi criada a atual cidade de Diamantina. Em 24 de Setembro de 1845, foi extinta, por decreto, a Real Extração e criada uma nova administração que instituía o arrendamento das áreas diamantinas em hasta pública pelo prazo de quatro anos. Tal legislação só entrou, efetivamente, em vigor em 1853. As Minas Gerais contava, também, com a produção agropecuária e os caminhos Velho (ligava Vila Rica ao porto de Paraty e foi o caminho oficial para escoamento de ouro e escravos até 1728 quando foi substituído) e Novo (possibilitava a ligação entre Vila Rica e o porto do Rio de Janeiro) garantiam o abastecimento das vilas, arraiais e fazendas. Os tropeiros e comerciantes que se dedicavam ao transporte e comércio de tudo que se fazia necessário cumpriam o papel de dar as notícias. Minas Gerais, Capitania central, sem acesso direto ao mar, dependia dos portos, sobretudo do Rio de Janeiro. No ir e vir das mercadorias, os tropeiros submetiam-se ao pagamento dos direitos de passagens (postos de controle de passagem de pessoas e mercadorias, em geral, arrendados por particulares à Coroa a um custo determinado em contrato e localizados em pontos estratégicos, onde se cobrava o pagamento sobre o que era transportado).  A população da Capitania era, originalmente os indígenas, pertencentes a diferentes nações e diversas tribos e foi em função da captura dos indígenas que os aventureiros adentraram o interior. Suas expedições acabaram por proporcionar o próprio povoamento da região uma vez que formaram pequenas povoações, mais tarde arraiais, pelos caminhos que percorriam. Depois, com a exploração do ouro e dos diamantes o afluxo de pessoas para a região foi intensificado com a chegada dos europeus e seus descendentes, negros escravos. Havia muitos mulatos ou pardos fruto das uniões entre, principalmente, europeus e negras; negros nascidos na Colónia e mestiços nascidos de pai europeu e mãe americana, ou ao contrário.  À Metrópole interessava manter a quietação dos povos e garantir a exploração e o escoamento das riquezas para Portugal. Para tanto, a partilha de um mesmo código de valores ético-moral e religioso foi fulcral para fazer da sociedade mineradora um reflexo da própria sociedade metropolitana. E, conquanto, todos os esforços das autoridades metropolitanas nas Minas e das prescrições que vinham da Metrópole não foi tarefa fácil manter os colonos sob os moldes civilizacionais europeus e, sobretudo, sob o cumprimento estrito das diretrizes da religião católica.  Em 1745, foi criada por ordem régia de 23 de Abril, a cidade de Mariana, antiga vila de Ribeirão do Carmo. A elevação da vila à condição de cidade preparava a criação do primeiro bispado da Capitania (1748). D. Frei Manoel da Cruz foi o primeiro bispo de Mariana. Tempo em que era preciso apresentar à sociedade colonial a “civilidade” metropolitana, as celebrações públicas que marcaram a implantação do bispado encontram-se narradas de forma pormenorizada no Áureo Throno Episcopal (relato anônimo mandado imprimir em Portugal por Francisco Ribeiro da Silva).  Quanto à organização politica da Capitania, em 6 de Abril de 1714, foram convocados todos os procuradores de todas as vilas, o então governador D. Brás Baltasar da Silveira e demais autoridades que decidiram pela divisão da Capitania em quatro comarcas (distritos): a de Vila Rica do Ouro Preto, sendo Vila Rica a principal desta comarca e residência dos governadores e capitães-generais, sediava a administração e a arrecadação da fazenda real, a casa da intendência e fundição; a de Vila Real de Sabará ou Rio das Velhas, a do Rio das Mortes e a do Serro Frio. Todas as vilas possuíam uma câmara composta de dois juízes ordinários, três vereadores e de um procurador. O ouvidor geral presidia toda a comarca. Assim foi até tornar-se em uma província do Brasil em 28 de Fevereiro de 1821.  Autor: Maria Paula Paes http://migre.me/fPs0q



 Fonte:Mensagens Educativas Positivas(http://migre.me/fPsC5)
Parafraseando: Segundo as informações contidas na Breve Descrição Geográfica, Física e Politica de Minas Gerais de Diogo de Vasconcelos, a região fica entre os 13o e 22o e 51’ de latitude na América meridional. A expedição de Antônio Rodrigues Arzão bandeirante nascido em Taubaté (latitude 23º 01' 35" S.),  partindo de São Paulo, conforme o texto, (latitude -23° 32' e 51”), que foi dar por aquelas bandas. Teria ignorado o fato de que, a região de transposição da Serra em conformidade com o mapa, em direção ao alto Sapucaí, Caminho Geral do Sertão, constituídas do lado Paulista por Piquete-SP e do lado Mineiro por Marmelópolis-MG ficam respectivamente nas (latitude 22º 36' 49" S)  e (latitude 22º 26' 57" S)? Desconsiderando esses coordenadas de orientação, coincidentes com os traçados de caminhos mostrados pelas cartografias históricas. Ou esse não foi o mesmo caminho com o qual contava as Minas Gerais também, no que diz respeito ao transito da produção agropecuária (Caminho dos Tropeiros) via caminho Velho e Caminho Geral do Sertão que ligava Vila Rica ao porto de Paraty caminho oficial para escoamento em especial de ouro e escravos até 1728, quando foi substituído, pelo caminho Novo da Piedade. Nestas condições após a transposição da Serra, entrando pela localidade onde veio a se instalar do Registro de Itajubá ou pelo Registro Mantiqueira (Garganta do Embaú) passando por Piquete-SP, ao alcançar a região do Guaipacaré (Lorena-SP) os produtos eram transportados pelo referido caminho da Piedade, até a fazenda Santa Cruz, pelo chamado hoje, Vale Histórico. Quando então se chegava a cidade do Rio de Janeiro em detrimento ao caminho de Paraty. Ademais esse mesmo caminho foi pensado como alternativa ao escoamento do ouro produzido na Região de Goiás.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mapa da Villa de Campanha em 1814

sábado, 17 de agosto de 2013

AO SUL DA CAPITANIA DAS MINAS (Transcrição)

3. Disputas territoriais ao Sul das Minas
Podemos perceber que a região ao sul da Capitania das Minas foi sempre território de disputas entre essa capitania e a Capitania de São Paulo, o que gerou inúmeros conflitos entre os dois lados pela cupação das terras. Vários episódios marcaram essa disputa, como o que se observa na documentação do Arquivo do Estado de São Paulo, em que a freguesia de Santa Anna do Sapucahy, ao sul do Rio Sapucahy se tornou região de conflitos por volta das primeira décadas do século XVIII, até que em 1749, o ouvidor geral do Rio das Mortes, Thomaz Rubim de Barros demarcou a região para a capitania das Minas. Contudo, anos antes, eram registradas essas disputas nas cartas do governador da apitania de São Paulo ao Capitão-mor, de Santa Anna do Sapucahy, Francisco Martins Lustoza, no ano de 1746:
                                       Na carta que vossa mercê me escreve de 22 de maio, vejo a noticia que me dá do attentado que cometeerao os officiaes da Comarca do Rio das Mortes e o louvável modo com que Vossa Mercê lhes rebateo o animo com que vinhao de espoliar a Vossa Mercê, e a esta Capitania, da posse em que está desse descuberto(...) novamente lhe recommendo a mesma cosntancia, no caso que elles voltem a querer insistir na sua terra, ainda que entendo o não farao, baldando segunda vez a sua viagem; porem no caso o fazerem, Vossa Mercê sustentara a todo o custo as ordens que lhe tenho dado, não lhes consentindo que facão acto algum possessório, ou de jurisdição, antes me fora logo aviso, porque quero ter o gosto de ir pessoalmente a esse descuberto com alguns soldados desta praça e fazer conduzir presos(...) 16
Da mesma forma, a sede do termo, em que se encontra a freguesia de Itajubá, Campanha da Princesa, foi ocupada e exigida sua posse pelo governador de São Paulo por várias vezes e o mesmo tipo de providência teve que ser tomado pela Comarca do Rio das Mortes. Marcos Ferreira afirma que os conflitos entre os homens da Capitania de São Paulo e os representantes da Comarca do Rio das Mortes não cessaram, nem mesmo com a chegada do ouvidor, muito menos com a criação do arraial, perdurando boa parte dos setecentos. Assim, o autor da posse foi ratificado em 1745, pela Câmara da Vila de São João del Rei, pois um representante do governo de São Paulo exigia a posse do arraial. Segundo o autor, disputavam, na verdade, uma área estratégica, de fácil acesso ao Rio de Janeiro e a São Paulo, o que facilitava o extravio do ouro.  Podemos perceber, a partir da documentação analisada, que mesmo depois da criação do bispado de Mariana, em 1745, a freguesia de Itajubá e outras próximas,  continuaram pertencendo ao bispado de São Paulo, até meados do século XIX, mesmo  sob jurisdição administrativa da Capitania das Minas. Talvez ainda não seja possível compreendermos – e isso será nossa preocupação para trabalhos futuros – como se dava essa organização administrativa para a Capitania das Minas e a organização religiosa para o bispado de São Paulo, para o caso da região sul mineira. De acordo com Caio Boschi, sabemos que os bispados tinham mais do que a função de executar os sacramentos e cuidar da vida moral e espiritual dos colonos, servindo também para complementar a administração civil do Império Português. 18 Para o sul da Capitania das Minas é possível entender essa função também administrativa do bispado. Entretanto, acreditamos ser provável que a jurisdição do bispado de São Paulo sobre essas freguesias - mesmo muito tempo depois da criação do bispado de Mariana – se explique pela forte presença de representantes da Capitania de São Paulo nesse território, provocando conflitos pela posse dessas terras e por uma disputa também eclesiástica dos dois bispados por essa região. É o que se verifica para o caso da disputa pela matriz da freguesia de Itajubá:
                               Senhores officiaes da Câmara- diz o procurador da Mitra deste  Bispado de São Paulo que para certos requerimentos que tem o  bem da mesma me he precizo huma atestação de vmcês. pela qual  conste que os primeiros moradores de Itajubá sempre foram  súbditos deste bispado, tendo por parocho no principio da  povoação da frequezia da Piedade e depois de se erigir capella  naquelle lugar, Capellao Curado que foi o primeiro Revdo.  Antonio da Silveira e hoje se acha freguezia provida de vigário e dividido da Piedade, sem que em tempo algum fossem os seus moradores sugeitos no espiritual ao Bispado de Mariana.(...) 19
.............................................................................................................
4. Transformações socioeconômicas para a Freguesia de Itajubá Segundo Armelim Guimarães, em 1762, a capela curada foi elevada à freguesia, com igreja matriz, conforme a portaria desta data de Dom Frei Antonio de Madre de Deus, bispo de São Paulo. A construção da capela há alguns anos atrás resolvia o problema da população que, dentre as outras dificuldades encontradas, tinha que manter suas obrigações religiosas no Vale do Paraíba (mais precisamente na freguesia de N. Sra. da Piedade, atual cidade de Lorena/SP, logo após descerem a Serra da Mantiqueira), por falta de um padre que cumprisse com as funções religiosas na própria freguesia. A freguesia de Itajubá também era considerada um julgado, isto é, uma povoação sem pelourinho, nem privilégio de vila, mas mantendo justiça própria.20 Ao receber a função de julgado, possivelmente, a freguesia de Itajubá não se restringiria a atuar somente em sua localidade e poderia atender a outras regiões do  termo de Campanha da Princesa. Fonte: http://migre.me/fMbI1
Parafraseando: Itajuba Velho alto da Serra da Mantiqueira, lado Mineiro(atual área ocupada pelo Municipio de Delfim Moreira-MG e Marmelópolis-MG). Piquete-SP, alto da Serra lado Paulista, - "os primeiros moradores de Itajubá na época estavam subordinados ao bispado de São Paulo, tendo por parocho no principio da povoação o da frequezia da Piedade Lorena e depois de se erigir capella naquelle lugar, Capellao Curado que foi o primeiro Revdo. Definitivamente, nestas condições a rota percorrida entre as duas localidades sempre foi via espaço colonial de Piquete-SP, sem nuca haver dependido do beneplácito do cognominado Capitão Lázaro Fernandes. Ou, os índios bravos que viviam entre a Rio Paraiba e as montanhas da Mantiqueira, dependeram de alguém para dar nome à localidade de Itajubá, toponimia de origem tupi-guarani?
.............................................

 

Os muares e as Minas: relações entre a demanda mineira e o mercado de animais de carga nos séculos XVIII e XIX (Transcrição)

.............................................................................................................................
Os animais de carga constituíam demanda direta do setor mercantil envolvido na distribuição das importações. Desta forma, deve haver relação direta entre a demanda por bestas muares e o trânsito de entradas de mercadorias nos registros. Em 1716/17, os registros mineiros anotaram 11.612 cargas de secos e de molhados importadas, 83,3% via estrada velha de São Paulo (registro da Mantiqueira), as quais exigiriam cerca de 4.000 viagens de mula. Mais comumente feito em lombo de cavalos, o transporte exigiria mais viagens. Gastavam os paulistas dois meses “desde a vila de São Paulo até as Minas Gerais dos Cataguás” em 1703, ou seja, pelo menos 1.500 animais estavam envolvidos no comércio de importação. Em 1718 aportaram em Portugal 8.926 kg de ouro, os quais poderiam ser conduzidos aos portos do Brasil em apenas 100 viagens de mulas(6) (Fonte:  http://migre.me/fLV8j)
.......................................................................................................
Parafraseando: “desde a vila de São Paulo até as Minas Gerais dos Cataguás”, o registro da Mantiqueira, após a transposiçao do Rio Paraiba Guaipacaré (Lorena-SP) era alcançado passando pelo Registro (Piquete-SP) e Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP) em conformidade com os Mapas.
 


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OS SERTÕES PROIBIDOS DA MANTIQUEIRA (Transcrição)

Com a intenção de coibir o contrabando do ouro por caminhos “não oficiais” e a existência de lavras imemoriais, o governo metropolitano mandou que se fechassem quaisquer trilhas e logradouros existentes nas imediações das áreas mineratórias, tornando algumas regiões “áreas proibidas” à ocupação. Foi o caso, por exemplo, dos sertões da Mantiqueira / sertões do Leste, na fronteira Sul da capitania de Minas Gerais 3. Nessa área proibiu-se a existência de sítios volantes e do trânsito de homens dispersos, sem ocupação definitiva. A denominação “áreas proibidas” foi criada em 1736 pelo Bando de Aditamento ao Regimento de Minerar, que proibia que se lançassem posses de terras situadas nas extremidades não povoadas da capitania, tentando-se evitar extravios do ouro ao impossibilitar a abertura de novos caminhos e picadas nos matos em áreas onde inexistiam registros e vigilância das patrulhas. Fonte: http://migre.me/fLSRA



Nota: Parafraseando, Piquete-SP, divisa com Marmelópolis-MG, no Sertão da Mantiqueira, extremidades não povoadas das capitanias, respectivamente de São Paulo e Minas Gerais,  Caminho Geral do Sertão, Sertão dos Indios Bravos.

Mulheres na Mata: Tropeirismo e Trekking (Transcrição)

Mulheres na Mata: Tropeirismo e Trekking:  Eu não gosto de comida liofilizada, salvo miojo (que acredito ser) todas têm um único gosto que não me agrada.
Acertar a quantidade de água e a temperatura no meio do mato não é fácil e se a hidratação da refeição não ocorre corretamente, o organismo será forçado a equilibrar roubando do próprio corpo a água a ser utilizada.
Lembrei da frase de um amigo naturapeuta sobre quais são os melhores alimentos a consumir e o mesmo me jogou que "aquilo que está ao ser redor já é suficiente". Então, para que inventar com produtos importados ou industrializados se poderia transportar e consumir alimentos que meus ancestrais utilizavam.
Busquei na nossa história pessoas que precisavam se deslocar em grandes distâncias e quais alimentos carregavam e cheguei nos tropeiros. Fonte: http://migre.me/fL6SH

Nota: Após Marmelópolis-MG, que se constitui no Caminho Geral do Sertão alcança-se o Alto da Serra, espaço Colonial correspondente ao  Núcleo Embrião de Piquete-SP, Caminho dos Tropeiros.

Blog de Tropeiros: Patrimônio da Humanidade

Blog de Tropeiros: Patrimônio da Humanidade:   Patrímônio Da Humanidade Atualmente os Estados do Rio Grande dos Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, cujas matas e campos, ...

domingo, 11 de agosto de 2013

ROTA FRANCISCANA FREI GALVÃO - EQUILÍBRIO

Piquete é ponto de passagem para caminhantes que percorrem a
Rota Equilíbrio.
Fonte: http://migre.me/fIxUE

Plano altimétrico:


Tabela passo a passo

 




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A fé move a Mantiqueira - Valéria Fernandes de São Lourenço-MG (Transcrição)


A serra da Mantiqueira de mil nascentes, coberta pela Mata Atlântica, inspira orações e é um convite à meditação.
......................................................................................................
Diz o ditado que “a fé move montanhas”. No sul de Minas Gerais podemos constatar que, literalmente, ela atravessa as montanhas. Todos os anos, no mês de maio, milhares de fiéis transformam-se em peregrinos. Eles partem em grupos com destino a santuários, percorrendo caminhos antigos, esquecidos pelos calçamentos, que fazem fronteira com os quintais de inúmeras cidades na serra da Mantiqueira.
O percurso é feito a pé ou a cavalo e, embora as trilhas não sejam tão famosas como a que leva a São Tiago de Compostela, na Espanha, são conhecidas como a palma da mão dos romeiros. Cruzando caminhos que beiram riachos, passam por cachoeiras, concentram enorme variedade de pássaros e vislumbram um mar de montanhas, os romeiros se sentem bem perto de Deus. Mas, por falar em São Tiago de Compostela, foi inspirado nesse caminho que nasceu, há 14 anos, a Peregrinação à Nhá Chica. No final dos anos 90, dois empresários, Sidney Cabizuca e João Vítor Gorgulho, acostumados a trilhar os arredores de São Lourenço, tiveram a ideia de definir o percurso em estradas de terra que liga São Lourenço a Baependi, passando por Soledade e Caxambu, como Caminho Santo de Nhá Chica.
O Caminho de Nhá Chica
Nhá Chica viveu na região no final do século 19, fazendo caridade e cuidando de enfermos. Os milagres atribuídos a ela fizeram aparecer um número grande de devotos no Sul de Minas e entre os muitos turistas que frequentam o Circuito das Águas. A casa onde viveu os últimos anos, ao lado do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que a serva ajudou a construir e onde estão seus restos mortais, é visitada por grande parte das pessoas que passam pela região. Esse caminho tem 33 Km e passa por povoados e fazendas, onde a natureza inspira a prática do turismo rural. Plantações de café, criação de gado e cavalos, muitos pássaros, belas paisagens. E, nas primeiras horas da manhã, ao alvorecer, geralmente uma névoa compõe o cenário para as cerca de 1500 pessoas que, sempre no dia 1º de maio, partem às 5h de São Lourenço com destino ao Santuário, em Baependi. São cerca de 6 horas de caminhada.
Peregrinação a Aparecida do Norte
O Caminho de Nhá Chica é pequeno para quem está acostumado a sair da mesma cidade, São Lourenço, com destino à Aparecida, no Vale do Paraíba paulista. De carro, pelas rodovias (BRs,MGs e SPs), o trajeto de cerca de 150 Km demora 2h. A pé, no entanto, são três dias. José Antônio Domingues Guerra, o Tonhão da Palmela, começou a fazer a caminhada em 1982, contabilizando, em abril passado, 51 vezes, já que faz isso pelo menos três vezes por ano. Aos poucos foi reunindo um grupo de orações que, no ano passado, juntou 42 pessoas.
A caminhada passa por estradas vicinais e rodovias que cortam 10 cidades mineiras e paulistas. Junto aos romeiros vai um caminhão de apoio, para levar as mochilas, um fogão e alimentos. Eles dormem em pousadas, mas preferem andar à noite, fugindo do sol e do calor. Vão rezando o terço, cantando músicas religiosas, aproveitando a luz da lua e vendo o sol nascer entre as montanhas.
Um caminho bem mais longo, mas que também leva os romeiros à Basílica de Aparecida é feito pelos Cavaleiros de Maria. Há 28 anos o grupo de cavalgada que reúne de 50 a 80 cavaleiros faz o percurso em três dias. Ao contrário do grupo de oração do Tonhão eles preferem o dia para cavalgar. Vão acompanhados de um caminhão de apoio e veterinário. Passam as noites em pousadas, mas não dispensam as rodas de fogueira, viola e churrasco. Seguem por um outro caminho, passando por D. Viçoso, Virginia e Marmelópolis. Mas quando chegam perto de Piquete (SP), segundo o organizador da cavalgada, Nelson Roque, começam a encontrar cavaleiros vindos de sítios ainda mais distantes. Quando chegam à basílica são mais de 1500 cavaleiros, que pernoitam na cidade para assistir a missa no dia seguinte.
Mas não é só de São Lourenço que partem peregrinos. Em toda a região sul mineira é comum, principalmente no mês de maio, mês de Nossa Senhora, cavalgadas e romarias pelas estradas e trilhas que cruzam as montanhas. A paisagem da Mantiqueira, serra de muitas nascentes, coberta pela Mata Atlântica, inspira orações e é um convite à meditação. Contemplar a paisagem e desfrutar do ambiente natural é um privilégio. E os romeiros agradecem por isso.
Fonte: Folha do Meio Ambiente Edição Impressa 2012 05 http://folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2012/05/eco230.html

Fonte do mapa: http://migre.me/fHq03
Nota: Quanto a citação: "Seguem por um outro caminho, passando por D. Viçoso, Virginia e Marmelópolis. Mas quando chegam perto de Piquete (SP) segundo o organizador da cavalgada, Nelson Roque, começam a encontrar cavaleiros vindos de sítios ainda mais distantes." Faz-se necessário considerar que, existem outros caminhos, mas esse é o caminho original, contido em relatos desde 1596, ou seja, Piquete-SP, Cidade Paisagem Sagrada, "Vale da Fé", Rota Transmineira de peregrinação, Caminho das Tropas, Caminho dos Romeiros, Caminho dos Paulista, Estrada Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, no Caminho da História.
.........................................................................................
Piquete - Rota Transmineira da Fé, Itinerário consolidado de peregrinação, Caminho de Goiás, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulista, via para o Potosí,  o Caminho de Compostela Brasileiro:
A) Fé: Romeiros da Paz pecorrerão 1.500 km até Aparecida
O grupo Romeiros da Paz iniciará no próximo dia 5, em Brasília, a cavalgada de 1.500 km. O destino final é a cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba.
A previsão de chegada é dia 12 de maio, véspera da missa que será celebrada pelo Papa Bento XVI.
O propósito da romaria é empunhar a bandeira da paz e levá-la desde a capital federal, Brasília, até a capital nacional da fé, Aparecida. Durante o percurso, serão coletados os pedidos e agradecimentos dos devotos de Nossa Senhora Aparecida, que queiram fazê-los, e colocados na “bruaca da fé”, que será conduzida em romaria até o Santuário de Aparecida.
PERCURSO
Os Romeiros da Paz estarão fazendo o seguinte trajeto: sairão de Brasília, entrando no Estado de Goiás, passando pelos municípios de Luziania e Cristalina. A maior parte do percurso será feita em Minas Gerais, em um total de 24 cidades: Paracatu, João Pinheiro, Três Marias, Diamantina, Santo Antônio do Itambé, Conceição do Mato Dentro, Caraça, Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Carandaí, Tiradentes, São João Del Rei, Madre de Deus de Minas, Carrancas, Cruzília, Caxambu, São Lourenço, Carmo de Minas, Maria da Fé, Itajubá e Wenceslau Braz. No Estado de São Paulo, o grupo vai passar por Piquete, Lorena, Guaratinguetá e, finalmente, Aparecida.
De acordo com Marco Aurélio Chrispim essa iniciativa faz parte do Projeto Caminhos do Brasil, idealizado por ele em 1999. “Após a conclusão dos Romeiros da Paz, vamos dar seqüência ao projeto Caminhos do Brasil. Nós devere-mos sair de São Paulo, rumo ao
Arroi Chuí e seguir para o Monte Caburaí, em Roraima.
 Fonte:  http://migre.me/lUJ5g 
B) "Caminhada com fé leva cerca de 500 romeiros de Varginha até Aparecida Peregrinação acontece há 21 anos e reúne gente de todas as idades. Trajeto é de cerca de 200 quilômetros e termina na próxima quarta-feira."
"O primeiro destino dos romeiros é Cambuquira (MG), onde eles chegaram na manhã desta sexta-feira (22) e foram recebidos com um almoço especial no ginásio poliesportivo da cidade. Depois eles seguem para Olímpio Noronha (MG), Cristina (MG) e Rio Claro, que é um distrito de Delfim Moreira (MG). A partir daí, a romaria entra no Estado de São Paulo e passa por Piquete (SP), Guaratinguetá (SP) e então os peregrinos chegam a Aparecida."

sábado, 3 de agosto de 2013

Bandeirantes

Afonso Sardinha, o Moço, ou o Mameluco, acompanhou o pai em todos seus feitos e morreu pobre, no sertão, em meio a uma expedição guerreira. Iniciador do ciclo do ouro das minas de São Paulo, descobrira ouro de 1589 a 1600 na serra da Mantiqueira, em Guarulhos, Jaraguá, São Roque e Ipanema.
Amador Bueno da Ribeira, dito O Aclamado, (c. 1584 — c. 1649) foi um bandeirante paulista que o povo aclamou rei em São Paulo.
Antônio da Cunha Gago, dito o Gambeta, foi um bandeirante natural de (São Paulo, 1605 - ?), membro de importante família em que abundam exploradores dos sertões de Minas Gerais e da descoberta do ouro.
Antônio do Prado da Cunha foi um bandeirante, alferes e depois capitão de uma das companhias criadas por Fernão Dias em sua famosa bandeira de 1674 para o descobrimento das esmeraldas.
Antônio Gonçalves Figueira, muito moço, em 1674, desde a bandeira de Fernão Dias acompanhava seu cunhado Matias Cardoso de Almeida.
Antônio Rodrigues Arzão foi um destemido bandeirante, e o primeiro que descobriu ouro em Minas Gerais.
Baltasar Borba Gato (São Paulo, 1655 – Santana do Parnaíba, 27 de outubro de 1698) foi um bandeirante paulista, filho de Belchior de Borba Gato e Ana Rodrigues de Arzão.
Baltasar da Costa Veiga foi um bandeirante, descrito pelos cronistas como «Potentado dos Arcos», foi filho de Jerônimo da Veiga e Maria da Cunha; regressou a São Paulo com Garcia Rodrigues Pais, depois de penetrar os sertões na bandeira de Fernão Dias em 1674.
Bartolomeu Bueno de Siqueira foi um bandeirante nascido em Taubaté em 1653, companheiro de seu concunhado Antônio Rodrigues Arzão, herdou seus roteiros e descobriu ouro em Minas Gerais
Domingos Luís Leme foi um bandeirante que em 12 de fevereiro de 1651 fundou a vila de Guaratinguetá, capitania de São Vicente, onde já vivia desde 1646. Foi companheiro do capitão Jaques Félix o Moço ao devassar o vale do rio Paraíba nas regiões limítrofes com as atuais Minas Gerais. Em 1643 obteve sesmaria na paragem, onde estabeleceu povoação que em 12 de fevereiro seria criada vila pelo capitão-mor de Itanhaém, Dionísio da Costa.
Domingos Rodrigues do Prado foi um bandeirante paulista, um dos primeiros descobridores de ouro em Minas Gerais. Foi ele uma das mais características figuras do paulista antigo, altivo, insubmisso e desassombrado.
Fernão Dias Paes Leme (São Paulo, c. 1609 — Rio das Velhas, 1681) É o bandeirante de mais largo renome, juntamente a Antônio Raposo Tavares. Ficou conhecido como "O Caçador de Esmeraldas".
Francisco Pires Ribeiro Sertanista muito ativo, acompanhou Fernão Dias até sua morte em 1680. Pedro Taques conta seu ardil de fazer arder aguardente numa escudela na presença do cacique de uma tribo que queria escravizar.
Garcia Rodrigues Pais abriu o chamado Caminho Novo, entre a baía de Guanabara ou seja, o Rio de Janeiro, e as Minas Gerais. Até então o caminho se fazia por mar, até Parati, galgava a serra do Mar e subia pelo interior de São Paulo, transpondo a serra da Mantiqueira – o chamado Caminho Velho
Jacques Félix foi um bandeirante paulista que fundou a localidade de Taubaté em 1639.
Manuel de Borba Gato (Beja, Portugal, c. 1649 — Brasil, 1717) foi um bandeirante paulista. Era casado com uma das filhas de Fernão Dias Paes Leme.

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...