segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Caminho de São Paulo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O chamado Caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulistas ou Caminho de São Paulo, era a mais antiga via de acesso ao sertão das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia, através da qual haviam passado as inúmeras bandeiras até os afluentes superiores do rio São Francisco. O Caminho de São Paulo foi objeto de muitos relatos, entre eles o Itinerário de Glimmer e o Roteiro do Padre Faria, que o denomina como Estrada Real do Sertão.
Originado numa antiga trilha indígena, percorrida pelos índios Guaianases, era primitivamente conhecida como Trilha dos Guaianases.
O trajeto iniciava-se na altura da atual Jundiaí, passava por São Paulo de Piratininga e alcançava as margens do rio Paraíba do Sul, onde, em função do garimpo, se constituíram diversos arraiais - Mogi das Cruzes (que posteriormente declinaria em favor de Guarulhos, gerando uma variante do percurso), Jacareí, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, que até ao século XVIII se constituiu o maior entrocamento viário da região Centro-Sul da Colônia. Deste ponto, o caminho se bifurcava:
Estes dois percursos formavam o chamado Caminho Velho das Minas, ligando o Rio de Janeiro a Paraty, Paraty a Guaratinguetá, e Guaratinguetá a Vila Rica (hoje Ouro Preto).
A via afirmou-se de maneira mais ou menos espontânea com a intensificação das incursões dos paulistas. O rio Paraíba do Sul era navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista, o que facilitou o trânsito na região. As principais mercadorias transportadas eram tropas de muares, comboios de escravos e boiadas. Além desses itens, das vilas paulistas era remetido gado bovino, toucinho, aguardente, açúcar, milho, trigo, marmelada, frutas, panos, calçados, drogas e remédios, algodão e outros. Do reino provinham sal, ferramentas (enxadas, almocafres, etc.), armas, azeite, vinagre, vinho e aguardente. A cidade de Lorena, por exemplo, nasceu em função da travessia do rio, pelo porto fluvial de Guaypacaré.
Com a abertura do Caminho Novo, por Magé e Petrópolis, na Capitania do Rio de Janeiro, a ligação entre Guaratinguetá e o Caminho Velho, para Minas Gerais, ficou obsoleta. Entretanto, em Santa Anna e em Conceição (Guarulhos), ainda era praticado um caminho por São Pedro, Sapucaí e a Serra de Mogi-Açu, percurso mais curto para os paulistas atingiram as Minas Gerais e as trilhas para Goiás e Mato Grosso.
Em 1717, o Governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, D. Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, viajou por roteiro semelhante, do Rio de Janeiro a São Paulo, passando daí às Minas.
Em meados do século XVIII, com a abertura de caminhos terrestres diretamente para o Rio de Janeiro, o Caminho de São Paulo passou a ter variantes, como:
Uma dessas variantes, o Caminho da Calçada, aberta em 1724, ficou conhecida também como Caminho da Independência, por ter sido utilizado por D. Pedro I (1822-1831) quando de seu retorno de Santos ao Rio de Janeiro, quando da proclamação da Independência, às margens do rio Ipiranga. Este caminho ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, de onde se tomava o rumo a São Paulo ou a Vila Rica.
À época do Primeiro Reinado, o percurso iniciava-se em São Paulo, prosseguindo por Santa Anna (atual bairro de Santana), Conceição (Guarulhos), Escada (Guararema), Jacarahi (Jacareí), S. José (São José dos Campos), Tubate (Taubaté), Pindaminhaguba (Pindamonhangaba), Guratinguito (Guaratinguetá), Piedº (Lorena) e Guarda do Coutinho (Porto Seco).
Nota: Quando a tergiversação não se sustenta
         "O rio Paraíba do Sul era navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista, o que facilitou o trânsito na região. As principais mercadorias transportadas eram tropas de muares, comboios de escravos e boiadas. Alem desses intens.........."???????
*Quer se dizer que, as principais mercadorias transportada era por barco assim como os comboios de escravos e boaiadas?
*Quer se dizer que, em conformidade com o expressos termos do texto, Guaratinguetá não constituia-se no maior entroncamento viário da região Centro-Sul da Colônia ?
*Quer-se dizer que o caminho em Guaratiguetá, não se bifurcava, inflectindo para o Norte, para a serra da Mantiqueira?
* Se no que diz respeito ao  caminho que ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, somente neste local, poderia se tomar o caminho de São Paulo ou a Vila Rica, em conformidade com o texto. Resultaria absurdo considerar que, existia um caminho para Minas apenas para os que iam em demanda do Rio de Janeiro na localidade que veio a dar origem a Cachoeira Paulista e não para os que de lá retornavam, sendo obrigados a vir até Guaratinguetá ?
Obs: Significado de Tergiversação: s.f. Ato ou efeito de tergirversar, hesitação, vacilação, dubiedade, evasiva.



Ossada pré-histórica é encontrada em Cajati no Vale do Ribeira


Segundo o Site O Estado de São Paulo foi encontrada uma ossada pré-histórica (denominada de luzio) no município de Cajati-SP no Vale do Ribeira . 
Estudo revela hábitos de Luzio, caçador que viveu há 10 mil anos; sua ossada, encontrada no Vale do Ribeira, é a mais antiga do Estado.Infografia: Marcos Müller e Glauco Lara/AE | Fonte: Sabine Eggers - Instituto de Biociências - USP, Relatório Final de Projeto FAPESP 2004, Neves et al 2005 

Veja a matéria completa no Site O Estado de São Paulo  

 Fonte: O Vale do Ribeira - http://migre.me/620Dm 

domingo, 30 de outubro de 2011

AVENTURA & ANTROPOFAGIA - Tradução de Angel Bojadsen e introdução de Eduardo Bueno

Duas vezes,  em meados do século XVI, o mercenário e arcabuzeiro alemão Hans Staden (c. 1524-c.1576) aportou nas costa do recém-descoberto Brasil. A primeira, em 1549, passando por Pernanbuco e pela Paraíba: e a segunda, em 1550, quando chegou na ilha de Santa Catarina, dirigindo-se posteriormente à capitania de São Vicente, no litoral sul do atual estado de São Paulo.
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BREVE RELATO VERÍDICO SOBRE OS MODOS E COSTUMES DO TUPINAMBÁS,DE QUEM FUI PRISIONEIRO. ELES VIVEM NA AMÉRICA, SUAS TERRAS FICAM 24 GRAUS DO SUL DA LINHA EQUINOCIAL E FAZEM FRONTEIRA COM O ESTUÁRIO DE UM RIO QUE SE CHAMA RIO DE JANEIRO.
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CAPÍTULO 3
Sobre uma grande serra que fica naquela terra
Existe lá uma serra que avança até umas três milhas do mar, em alguns lugares mais e em outros menos. Começa aproximadamente na altura da Baia de Todos os Santos, um lugar construído e habitado pelos portugueses, e estende-se no total por 204 milhas ao longo da costa, até que termina em 29 graus ao sul do Equador. Em alguns lugares tem oito milhas de largura. Do outro lado dessa serra também há terra. Entre as montanhas há numerosos e belos cursos de água, onde há caça em abundância.
Na serra há uma raça de selvagens chamados Guainás. Eles não têm moradia fixa como os outros selvagens, que moram aquém e além das montanhas, e travam guerras com todas as  outras tribos. Quando pessoas de tribos estranhas caem em seu poder, eles as comem. Da mesma forma o fazem os outros com eles. Perseguem a caça na serra. atiram habilmente nos animais com arco e demonstram grande habilidade também com outras coisas, como laços e armadilhas, com os quais pegam os animais. Também na serra há muito mel silvestre, que eles comem. As pessoas geralmente sabem reconhecer os gritos dos animais e o canto dos pássaros e usam-nos para surpreendê-los e caçá-los mais facilmente. Acendem fogo com dois paus, como todos os outros selvagens. Normalmente, assam a carne que comem. Locomovem-se com as mulheres e os filhos.
Quando acampam próximo de  terras inimigas, erguem perto de suas cabanas uma cerca de varapaus, de forma que não possam ser atacados desprevenidamente, e também como proteção contra onças. Também  enfiam espinhos pontiagudos chamados maracá-ibás, no solo em torno de suas cabanas da mesma farma que aqui colocamos armadilhas,. Fazem isso por temor de seus inimigos.
Matém um fogo durante a noite todo. Apagam-no ao amanhecer, para que não se possa ver a fumaça e localizá-los.
Deixam crescer bastante os cabelos e as unhas. Como outros selvagens, têm ídolos chamados maracás, que consideram deuses. Também organizam festas com bebidas e danças. Cortam com os dentes de animais selvagens e  retalham-nos com cunhas de pedra, como as tinham também outras tribos antes de fazerem comércio com os navios.
Frequentemente, empreenderm excursões contra seus inimigos. Quando quererm capturar inimigos, escondem-se atrás de galhos secos perto das cabanas inimigas. Quando vem gente a apanhar a madeira, tentam capiturá-los. Tratam seus inimigos de forma muitomais cruel que estes os fazem, pois muitas vezes cortam, cheio de ódios, braços e pernas de seres vivos. Os outros, no entanto, primeiro matam a golpes seus inimigos antes de os despedaçar e comer.
Fonte: Hans Staden, Duas viagens ao Brasil, Introdução de EDUARDO BUENO, Primeiros registros sobre o Brasil, Tradução de Angel Bojadsen,  Coleção L&PM-POCKET, 2009, RJ, vol. 674, pag. 134/135.
Nota: Núcleo Embrião: Piquete das Muralhas, da trilha dos Guainazes, das Cinco Serras Altas, da Raiz do Monte, do Sertão dos Indios Bravos, do Sertão da Mantiqueira, do Sertão Proibido, do Caminho Velho, da Estrada Geral para o Sertão, do Caminho dos Paulista, das Roças de Bento Rodrigues, da Rota das Expedições e Bandeiras, do Caminho dos  Tropeiros, do Original Caminho do Ouro, Estrada Real, "......a certeza de se estar percorrendo o caminho certo" 



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Foto de Stock Royalty Free: Bull e cerca de pedra.

El Dorado Em busca dos antigos mistérios Amazônicos Texto de Dalton Delfini Maziero

Em entrevista exclusiva, o pesquisador e artista Roland Stevenson nos revela fatos surpreendentes sobre o mito do El Dorado. A descoberta de uma estrada inca em plena floresta brasileira, o saque sistemático de estrangeiros ao nosso patrimônio cultural e a comprovação da existência do lendário lago Parime, são apenas algumas das polêmicas desta matéria. Seria o ouro inca, proveniente do Brasil? Seria o El Dorado, mais do que uma lenda?



5) Além do lago Parime, você encontrou indícios de um antigo caminho pré-colombiano na região do Amazônas. Como foi essa descoberta?
Em 1977 comecei as pesquisas no Alto Rio Negro, onde fomos em busca das fortificações de pedras a que alguns escritores se referiam, a exemplo de Barbosa Rodrigues. Conseguimos localizá-las através de guias indígenas. Tratava-se de restos de muros de pedras que os nativos brasileiros não costumam utilizar, tornando-se para nós um grande mistério, pois seus vestígios achavam-se invariavelmente a cada 20 km, situados paralelamente à linha equatorial, cerca de uns 60 km. O enigma começou a se desvendar quando achamos próximo de uma delas o petroglifo de uma lhama, animal de carga dos povos andinos. Ao estudar as características deste camelídeo, reparamos que ele caminha somente 20 km por dia, negando-se a continuar além disso. Então, as fortificações eram pousadas de descanso dos viajantes, dispostas em função do rendimento das lhamas. Tratava-se evidentemente de um caminho extinto, apagado pela floresta, exceto os Tambos como chamam as pousadas no Peru. Em contato com diversas tribos da Bacia do Uaupés, ouvimos as lendas a respeito deste caminho, contada pelos velhos de boca em boca através das gerações. Curiosamente todos os grupos indígenas coincidiam com a mesma narrativa, especialmente entre os Dessana, Pirá-tapuya e Tukano, chamando-a de Nhamíni-wi. Explicavam ser um grande caminho que alcançava as montanhas dos Andes, ou a "casa da noite", onde obscurece o sol. Por ele transitavam numerosos "soldados", carregando pesadíssimas caixas contendo "insetos de ouro". Tais caixas não podiam ser abertas porque eram oferendas para que o sol não apagasse. Mas os índios desobedeceram abrindo-as, e o sol se apagou durante vários dias.
Toda essa história parece-nos a lembrança do último capítulo da existência do caminho, quando os espanhóis invadiram o Peru, exigindo o resgate de Atahualpa, representante do Sol. O carregamento de ouro transportado por Ruminháui não chegou ao destino justamente pelo assassinato de Atahualpa. Os insetos de ouro referidos na lenda, seriam simplesmente peças confeccionadas pelos ourives da época, que copiavam a natureza, como borboletas, besouros, aranhas, pássaros, macaquinhos, etc.
O destino do grande caminho para o ocidente nos Andes, já estava resolvido, mas qual era sua origem? De onde vinha procedente do leste? Os tukanos explicavam que ele iniciava-se no "lago branco", ou "lago de leite", axpekõ-dixtara, na língua deles.

 OBS: "O ciclo do muar nasceu com o ouro, na madrugada do século XVII e depois de uma vigência de mais de século e meio, morreu em 1870, mais ou menos, com o advento da ferrovia (1) . Nota:(1) Passava por Sorocaba, isto é pelas suas afamadas feiras em número formidável e inimaginável de muares atestando a importância fora do comum desse ciclo que esteve desligado como subsidiário aos ciclo do ouro, durante o setecentismo e ao do café, durante o oitocentismo. O ciclo do muar nasceu com a feitura da estrada do Rio Grande do Sul a São Paulo em 1729 e terminou em 1875, mais ou menos com o advento da ferrovia...."  - Fonte: (Alfredo Ellis Junior e Myriam ellis, A ECONOMIA PAULOSTA NO SÉCULO XVIII, Boletim 115, História da Civilização Brasileira n.º 11, pag 55).
UMA BREVE ANALOGIA: 1) Ciclo do ouro,  2) Muro de pedra, 3) Caminho que alcançava as Montanhas 4) O Muar animal de carga 5) Fortificações usada como pousadas de descanso dos viajantes, dispostas em função do rendimento dos Muares etc.  Mera conincidência ou Piquete, dada a toponímia, não se constituiu em um dos  caminhos, quando não, princinpal caminho,   rumo ao  Eldorado  na América Portuguesa? Não se tratando de um caminho extinto, desta feita, não precisamos de petroglifo do muar, para contar essa História.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766

Clique na imagem para ampliá-la 
Apresentando  o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Na aproximação, os detalhes relacionados à Baixada Santista. Há uma outra versão, copiada em 1869 e colorida (clique nas imagens para ampliá-las):

BARREIRA DE PIQUETE - MAPA DE 1801 DA DIVISA DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS COM SÃO PAULO NA SERRA DA MANTIQUEIRA (Créditos Adhemar Rodrigues de Oliveira)

 
DOC. ARQUIVO PUBLICO MINEIRO
(Transcrição) Este mapa nos mostra como a região estava cortada e recortada por vários caminhos e muitas picadas. Vê-se, ainda o Caminho Velho e as diversas "fazendas" já existentes na região mineira.
1) Monte; 2) Ita-Picu e estrada velha; 3) Lagoa da Iuruoca; 4) Arraial de Baependi; 5) Registro da Mantiqueira; 6) Capela do Imbaú; 7) Registro de Itajubá; 8) (Barreira de Piquete)...lugar por onde se deve transpor a Cerra...após o Registro de Itajubá; 9) Arraial de Itajubá; 10) Vila da Campanha; 11) Arraial de São Gonçalo; 12) Vista do Sapocahi Mirim; 13) Arraial de Santa Ana do Sapocahi (Silvianópolis); 14) Arraial de Camanducaya; 15) Registro de Jaguari; 16) Morro do Lopo; 17) Campos do Selado (...de Camanducaya); 18) Estrada... para caminho principal para Pindamonhangaba; 19) Fazenda de Itajubá; 20) Lugar do quartel da patrulha...do Campo de São Pedro; 21) Fazenda de Ignacio Caetano Vieira de Carvalho; 22 -Fazenda de João Pereira; 23) Moradores de Itajubá (fazendeiros ?); 24) Estrada para Itajubá; 25) Estrada para as Bicas (rio); 26) Registro das Bicas; 27) Fazenda de João da Costa Manco; 28) Fazenda que foi do Cardoso; 29) Fazenda dos Pastos Novos...; 30) Quartel de São Paulo- casa da guarda da ordenança da Vila de Pindamonhangaba; 31) Estrada que segue da Vila de Campanha para a de São José (?); 32 Estrada que segue da Cerra da Mantiqueira para São Paulo.
 Fonte Blog do Vieira:
http://vieiras-adhemarfilho.blogspot.com/
Clique na imagem para reduzi-la
Fonte: Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766 http://migre.me/8rKZN
Estrada Real do Sertão - Caminho do Paulista - Caminho do Ouro -
 Obs: A partir de Marmelópolis-MG,  entrava-se pela  Barreira de Piquete-SP,  Alto da Serra,  espaço colonial de Piquete-SP.

Nota: O Mapa que pode gerar alguma dúvida, no que diz respeito a sua interpretação, em um primeiro momento, uma vez que o Sul, aparece na parte de cima e o Norte na parte de Baixo, definitivamente, esclarece que a Barreira de Piquete, tinha uma posição estratégica, ou seja, definir e defender a fronteira entre Minas e São Paulo. Neste contexto, o Piquete toponímia definida também, como muro de pedra, haja vista no Sul, usado em larga escala, em longos trechos na definição de divisas, teve a mesma função aqui, ao ser utilizado no único ponto em aberto na Serra neste trecho, autorizado à passagem, marco divisório entre as Capitania de Minas e São Paulo, dando origem às toponímias, Alto da Serra, Garganta do Sapucaí, Garganta do Piquete, Garganta de Itajubá, hoje Garganta do Meia Lua. ".....a certeza de se estar percorrendo o caminho certo"

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ROMEIROS DE DOM VIÇOSO-MG NA RAIZ DO MONTE ALTISSIMO, ROTA PERCORRIDA POR ANDRE DE LEÃO EM DEMANDA DO SERTÃO, EM 1601, NA DESCRIÇÃO DE GUILHERME GLYMMER, (1)







Nota: No dia 13 de maio de 2011, estando no Alto da Boa Vista, caminho do Meia-lua, em Piquete-SP, no pé do morro, deparamos com  romeiros vindo da cidade de Dom Viçoso-MG, após a transposição da garganta, cujo destino era a cidade de Aparecida-SP,  refazendo o que  fora,  caminho dos Guainazes, Caminho do Sertão,  Itinerário Cultural consolidado,  contido em documento de mais de 400 anos. Hoje Estrada Real, um verdadeira Rota Transmineira da Fé. Em conclusão, resta agredecer,  a atenção da comitiva, que nos dispensaram toda atenção, oportunidade na qual, fizeram um breve relato da jornada.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...(Fernando Pessoa)
                                                        PARAFRASEANDO
Pedras no caminho ? Guardo todas, um dia vou reconstruir um Piquete do verdadeiro pertencimento e memória.
(1) Fonte: http://migre.me/5ZnWb
(2) Fonte: http://migre.me/5Zq4S

 

domingo, 23 de outubro de 2011

A Macha para o OESTE - Caminhos que andam e uma analogia do Rio Tocantins com o Rio Paraiba do Sul e a navegação fluvial nos sertões do Brasil, relativamente a sua importância.

Caminhos que andam: o rio Tocantins e a navegação fluvial nos sertões do Brasil (Kátia Maria Flores).
Ir aos sertões, como era imprecisamente denominada a região, constituiu-se num empreendimento de grandes proporções, exigindo gigantesco capital humano e financeiro; acima de tudo, espírito aventureiro e conhecimento dos meios de sobrevivência naquele ambiente. As “Entradas” constituíram-se então, numa verdadeira junção de diferentes tipos humanos, com propósitos e participações diferentes: o português e o mameluco buscando riquezas fáceis e os ameríndios, com o trabalho físico, conduzindo, carregando, remando incessantemente55. Eram os índios, também mediadores culturais56 pois faziam a ligação dos elementos materiais do meio ambiente com a cultura colonial européia, guiando e conduzindo os desbravadores por entre caminhos que constituíam um repositório mental próprio dos nativos. Esses colonizadores se apropriavam desses mesmos elementos naturais aprisionando-os numa teia de palavras que agregavam nomes indígenas e europeus, os quais serviam para nomear os rios, os acidentes naturais, a flora e a fauna que encontravam pelo percurso57. O rio e sertão se configuraram, então, como espaço de fronteira, no sentido proposto por Russell-Wood58, de limite entre dois pólos, nem sempre antagônicos, e, também como fronteiras metafóricas, consideradas por aquele autor, como o lugar de encontro entre diferentes culturas. É nessa perspectiva, que o tema agora será tratado. Quem eram os primitivos habitantes dessa região e como esse povoamento inicial sofreu impacto com a interiorização dos portugueses?
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O sertão, que abriga grande parte da malha fluvial brasileira, foi então cenário do encontro dos mais diferentes tipos étnicos: os índios em seu habitat natural ou interiorizado por força da pressão do povoamento costeiro; os africanos fugitivos ou envolvidos na exploração mineral; os bandeirantes (portugueses e brasileiros); os franceses que ocuparam o norte do território; os mestiços que foram resultados dos diversos cruzamentos étnicos. Essa combinação múltipla, contrária, às vezes, mas conformada na sobrevivência nos sertões, dava contorno e forma àquele meio.
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No sul, a exploração inicial dos sertões ocorreu pela região do rio São Francisco, mas logo os paulistas iriam efetivar um novo roteiro, que resultaria no abandono, quase por completo, da rota do São Francisco para atingir a região centro – oeste do Brasil. Enquanto paulistas efetivaram novos caminhos, a Bahia, mais particularmente, Porto Seguro configurou-se como o portal de entrada às “serras douradas”72.
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Nota: Piquete no caminho do Território Goiano, no Caminho do Alto São Francisco; No caminho da Integração do Brasil: Resta definitivamente esclarecido que, assim como na exploração da região do alto São Francisco, como a do território Goiano pelos paulistas, havendo abandonando essa opção, ou seja, pelo Sul da Bahia, o novo roteiro para atingir essas regiões, em um primeiro momento, dada a importância e imprescindibilidade da utilização dos Rios, foi através do Vale do Paraíba. A assertiva encontra fundamento no magnífico trabalho da professora Ana Villanueva, intitulado “OS MARCOS GEOGRAFICOS COMO REFERÊNCIAS NA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PAULISTA”(2). Desta feita afirma que: “em 1596, a bandeira chefiada pelo Capitão-Mor João Pereira de Souza Botafogo, configurou-se pelo deslocamento seguindo o Vale do Rio Paraíba, quando então alcançou as regiões dos rios Verdes e Sapucahy, após travessia da Mantiqueira pela Garganta do Embaú, passando pelo morro do Cachambú em direção ao território Goiano(grifos meu). Por outro lado, esclarece que a bifurcação do caminho se dava na região de Guaratinguetá. Portanto, não obstante a importância do Rio Paraíba, havia um limite possível de navegabilidade em razão das catadupas pois, do contrario, não se justificaria, o porto Guaipacaré, como ponto limite do sertão, que obrigava a transposição. Sendo oportuno lembrar que a região de Guaratinguetá, se constitui em um dos trechos mais estreitos do Vale do Paraiba, para reafirmar que se trata de uma geografia com condições propricias as formações das referidas catadupas. Em definitivo, no que tange a transposição da Serra, via Garganta do Embú, ou Garganta do Piquete (Meia-Lua), pela identificação das toponímias contidas em inúmeros roteiros é possivel afirmar que, estas referências como exemplo, estão contidas no roteiro de Alexandre Grymmer de 1601, quando da expedição de Adré de Leão. Após transpor a serra da Mantiqueira, passa pelos Pinheiros e por rios navegáveis, cuja confluência, tomava a direção Oeste, ou seja, Rio Verde, Lourenço Velho, Sapucaí e outros, juntando-se ao Rio Grande, um dos formadores da bacia do Paraná, rumo ao Paraguai. Fazendo um paralelo, prescidir do Rio Paraiba naquela época, seria o mesmo que hoje, deixar de usar uma auto-estrada e viajar do Rio a São Paulo pela estrada velha.



 

OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PAULISTA (Ana Villanueva1)

2- OS CAMINHOS DAS “BANDEIRAS” E OS REFERENCIAIS GEOGRÁFICOS
2.1- Os principais caminhos para Minas e o caso do morro do Lopo
Em 1561, para se tentar alcançar a região de Sabarabuçu (região da atual Sabará), no território de Minas Gerais, ocorreu a “Entrada” de Dom Vasco Rodrigues Caldas, sendo seguida da de Martim Carvalho em 1568. E assim, sucessivamente várias “Entradas” foram organizadas durante o século XVI, com roteiros partindo principalmente da Bahia e do Espírito Santo. Por outro lado as “Bandeiras” paulistas, no final do século XVI, abriram alguns caminhos partindo de São Paulo de Piratininga incentivadas pelo Governador-Geral das capitanias do sul, Dom Francisco de Sousa.
Capistrano de Abreu destaca a posição geográfica estratégica de São Paulo que(...) impelia-a para o sertão, para os dois rios de cuja bacia se avizinha, o Tietê e o Paraíba do Sul, teatros prováveis das primeiras bandeiras, que tornaram logo famoso o temido nome paulista.15
Costa16 relata que um dos primeiros registros de expedições  partindo de São Paulo em 1596, é a que foi chefiada pelo  Capitão-Mor João Pereira de Sousa Botafogo, e se configura pelo deslocamento seguindo o Vale do Rio Paraíba. E é nessa trilha que se configura um dos mais importantes caminhos partindo de São Paulo, que chegava a Minas, a partir da *bifurcação em Guaratinguetá, atravessando a Serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú,17 atual cidade de Cruzeiro no Estado de São Paulo (Figs. 6, 8, 9, 10 itens 8, 9 e 11). Também ficou conhecido como “Caminho Velho”. Esse caminho, entre outros, fazia parte de trilhas indígenas que já se encontravam dispostas segundo o sentido dos cursos de água, atravessando os campos abertos ou aproveitando as gargantas naturais, que permitiam a passagem de uma bacia para outra.18 Os mais conhecidos nesta época eram os: “Caminho dos Guaianases” e “Caminho dos Goytacases”. Existia um outro caminho importante que aproveitava também uma trilha indígena, que fez com que as vilas paulistas do Vale do Paraíba se  comunicassem com o Rio de Janeiro através de Paraty, no século XVII. Este derivava da bifurcação do caminho paulista para Minas através da garganta do Embaú, só que no sentido oposto, pois seguia a direção do litoral, passando pelos campos de Cunha e pela Serra do Mar (Fig. 10, itens 11, 15 e 16). A descoberta dos rios Sapucay e o Verde, no final do século XVI, foi de fundamental importância para ligação à Goiás (Fig. 10, itens 5 e 6). Conforme Costa,19 em 1596, membros da expedição de Martim Correia de Sá perseguiram índios tamoios próximo a esses rios, e ainda no mesmo ano a Bandeira de João Botafogo, já mencionada, alcançou as regiões dos rios Verde e Sapucahy, após travessia da Mantiqueira pela garganta do Embaú, passando pelo morro do Cachambú em direção ao território Goiano (Fig. 10, itens 1, 3, 9, 12 e 13).
Fonte: http://migre.me/5YOqB



sábado, 22 de outubro de 2011

Garganta do Embaú

A Garganta do Embaú é um ponto notável na Serra da Mantiqueira, na região do Vale do Paraíba, por ser seu ponto mais baixo e visível a várias dezenas de quilômetros; uma passagem por onde os bandeirantes que vinham de cidades do Vale, como Taubaté, se embrenhavam pelo chamado "caminho geral do sertão" em direção a Minas Gerais.
Embaú, na língua tupi, quer dizer “a derradeira aguada” segundo Teodoro Sampaio mas Silveira Bueno, em seu “Vocabulário Tupi-Guarani-Português, afirma que quer dizer “bica d'água”. 
História
Por ele passaram as bandeiras como as de Fernão Dias, Antonio Delgado da Veiga e de Miguel Garcia e este caminho, mais tarde, fez parte do antigo caminho da Estrada Real, que levava o ouro de Minas Gerais até o porto de Parati. Gentil Moura, em seu “Dicionário da Terra e da Gente de Minas”, afirma que:
pelo Embaú deve ter passado a expedição de Martim Afonso, em 1531, assim como aquela que fez parte o inglês Anthony Knivet, em 1596.
Um documento escrito entre o final do século XVII e o princípio do século XVIII, descreve o caminho do Embaú, por onde subiam os paulistas, que descobriram as minas de ouro, como:
este era o único caminho que havia para Minas de todas as povoações do Sul, a saber, de todos os distritos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
João Camilo de Oliveira Torres, em sua “História de Minas “, escreve que a garganta era passagem obrigatória e afirma que o Conde de Assumar quando veio para Minas como governador, em 1717, procurou fazer um levantamento dos caminhos existentes, notando o “caminho velho” do Rio, o caminho de São Paulo, o “ caminho novo”, construído por Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias. Analisando-os, deu preferência ao de São Paulo, passando por Taubaté e Embaú.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre - http://migre.me/5YA6I 
Nota: Capistrano de Abreu destaca a posição geográfica estratégica de São Paulo que
(...) impelia-a para o sertão, para os dois rios de cuja bacia se avizinha, o Tietê e o Paraíba do Sul, teatros prováveis das primeiras bandeiras, que tornaram logo famoso o temido nome paulista.15
Fonte: http://migre.me/5YOzH 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PIQUETE, BOCA DO SERTÃO, PORTÃO DO REFÚGIO NO NOVO MUNDO, DO IMAGINÁRIO DA IDADE MÉDIA, DA BUSCA DA ABUNDÂNCIA, DO SONHO DE UMA FRANÇA ANTÁRTICA E DA FORTUNA, DA BUSCA DOS METAIS PRECIOSOS POR ANDRÉ DE LEÃO EM 1601, SÉCULO XVII, A REPRODUÇÃO DO FANTÁSTICO, NOS RELATOS DE ALEXANDRE GLYMMER.


No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes:
"Julgo a propósito inserir aqui o roteiro que recebi de Wilhelm Glymmer, nosso compatriota. Conta ele que, na época em que vivia na Capitania de S. Vicente, chegara àquelas paragens, vindo da Capitania da Bahia, Francisco de Souza; pois recebera de um brasileiro um certo metal, extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason, de cor azul-escura ou celeste, salpicado de uns grânulos cor de ouro. Tendo sido examinado pelos entendidos em mineração, reconheceu-se que esse metal continha, em um quintal, trinta marcos de prata pura. Fascinado por essa amostra, o governador, julgando conveniente explorar mais cuidadosamente esses montes e as minas que eles encerravam, resolveu mandar para lá setenta ou oitenta homens, entre portugueses e brasileiros. Fez parte dessa expedição o nosso Glimmer, que dela faz a seguinte descrição:
"Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de S. Vicente, chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente), à margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui, aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuamos rio abaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior que corria da região ocidental. Aquele primeiro riacho desliza por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendo descido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado setentrional da Serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama Rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também este rio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas (presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.
"Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de Norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o Sul, ou para o Ocidente. Em toda a viagem até aqui descrita nada vimos que denotasse cultura, não encontramos homem algum, apenas aqui e ali aldeias em ruínas, nada que servisse para alimentação, além de ervas e algumas frutas silvestres; todavia, observávamos às vezes fumaça, que se erguia no ar, pois por aquelas solidões vagueavam com suas mulheres e filhos alguns selvagens, que não tinham domicílio certo e não curavam de semear a terra. Junto a este último rio, encontramos, finalmente, numa aldeia de indígenas, víveres em abundância, que vinham muito a propósito, visto que já estavam consumidos os que conosco tínhamos trazido, e já a fome nos obrigava a comer frutos silvestres e ervas do campo.
"Tendo-nos demorado aqui quase um mês, abastecidos de vitualhas, prosseguimos a nossa viagem em rumo de Noroeste e, decorrido um mês, sem encontrar rio algum, chegamos a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa, que, correndo do Sul, entre as serras Sabaraasu, rompem para o Norte; e é minha opinião que esses dois rios são as fontes ou cabeceiras do Rio S. Francisco.
"Da aldeia sobredita até estes rios não vimos pessoa alguma, mas soubemos que além das montanhas vivia uma tribo de selvagens assaz numerosa. Estes, informados (não sei como) da presença de europeus naqueles sítios, despacharam um dos seus para nos espreitar. Caindo este em nosso poder, demo-nos pressa em arrepiar carreira, de medo desses bárbaros e por nos escassearem os viveres, ficando por explorar o metal por cuja causa havíamos sido mandados; e, quase mortos de fome, voltamos aquela aldeia de selvagens.
"Daí, recuperadas as forças e aparelhados os víveres, pelo mesmo caminho por onde viéramos regressamos àquele rio, onde havíamos deixado as canoas, e, revigorados, saltamos nela e subimos o rio até as suas fontes; e assim gastos nove meses nesta expedição, voltamos primeiro a Mogomimin, depois, à cidade de S. Paulo".
1) O Sonho da Fortuna: 
"....um certo metal, extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason, de cor azul-escura ou celeste, salpicado de uns grânulos cor de ouro"
2)Invocação a São Miguel, em proteção as artimanhas de satanas: 
" Partindo da cidade de São Paulo, na Capitania de São Vicente, chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente)"

3) A busca da abundância (Rio Paraiba do Sul):
"...chama Rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos"
4) A representação do fantástico: 
 ".....se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como a castanhas, e são mui agradáveis ao paladar  e nutritivos"
5) O índios Bravos, "horror diabolius" do sertão:
"Da aldeia sobredita até estes rios não vimos pessoa alguma, mas soubemos que além das montanhas vivia uma tribo de selvagens assaz numerosa. Estes, informados (não sei como) da presença de europeus naqueles sítios, despacharam um dos seus para nos espreitar. Caindo este em nosso poder, demo-nos pressa em arrepiar carreira, de medo desses bárbaros....".
Fonte: http://migre.me/5XEdH
Fonte:http://migre.me/5Y2dG
Fonte: http://migre.me/5Y4gA 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MARMELÓPOLIS-MG NO ROTEIRO DO CAMINHO PERCORRIDO POR ANDRE DE LEÃO EM DEMANDA DO SERTÃO, EM 1601, NA DESCRIÇÃO DE GUILHERME GLYMMER, (1)

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Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas. (presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.
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Alto da Serra no Mapa, corresponde a raiz do monte altíssimo, ou seja, Pico do Meia Lua.
Clique na imagem para reduzi-la
(Fonte: http://migre.me/8XRV4)
Marmelópolis MG
Araucária (Pinnheiro) - Marmelópolis MG Brazil
por Cesar Ribeiro Jr. (3)
Title Araucária (Pinheiro) -
por Cesar Ribeiro Jr. (2)
Nota: É possivel duvidar que Glymmer não estivesse se referido aos Pinheiros, cuja predominância da árvore, ainda hoje se faz presente, inclusive, dando origem à toponímia da localidade constituida por "campos mui descortinados, cobertos por araucárias", Serraria-Pinheiros? De outro lado, a analise crítica do roteiro, no que diz respeito às árvores do caminho, quanto a ser Pinheiros ou Sapucais, ao contrário não se opõe ao contexto, uma vez que,  a presunção transforma se definitivamente em verdade e se confirma, haja vista, da definição do termo, enquanto toponímia: "O Sapucaí é um rio do estado de Minas Gerais. Seu nome deriva das sapucaias - árvores que crescem em suas margens".(4) . Sendo certo que,  o afluente do Sapucaí que passa por Marmelópolis vindo do nascente é o Rio Loureço Velho, cuja confluência desagua no Rio Grande, que por sua vez, desagua no Rio Paraná, seguindo o rumo Oeste, em direção ao Paraguai, em conformidade com o roteiro. Sem deslembrar do Rio Verde, também formador da referida bacia. Restando indubitável que,  Sapucais ou Pinheiros só confirmam o roteiro
1) Fonte: http://migre.me/5Xv27
2) Fonte: http://migre.me/5Xvhi
3) Fonte: http://migre.me/5Xwog
4) Fonte: http://migre.me/5XQRE

terça-feira, 18 de outubro de 2011

História do comércio de Guaratinguetá

CAPÍTULO I
1- A história do comércio de Guaratinguetá
Por Regiane Aparecida 
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Por sua privilegiada localização, Guaratinguetá era ponto de passagem para Minas Gerais, para as vilas de Taubaté e São Paulo e para o porto de Paraty.
As tropas vinham dos municípios de Cunha, Parati, Lagoinha, Taubaté e mesmo de São Luiz do Paraitinga. Havia também um outro rancho de tropas do outro lado do Rio Paraíba, perto da ponte metálica. O Rancho da Pedreira, porém era o mais importante pela forma de seu grande movimento, pois ali os tropeiros não permaneciam mais de um dia. O lema era: “Mercadoria vendida, mercadoria comprada”. Semanalmente perto de 300 animais traziam: feijão, milho, salgado, carne de porco e ainda frutas como o marmelo, pêra, pêssego, ameixa. Essas mercadorias vinham em jacás e balaios próprios para cada espécie.
De Parati destacam-se o peixe salgado, deliciosas tainhas, e a aguardente azulada. Este comércio consistia, principalmente na troca de mantimentos para homens e para animais, por tecidos, por sal e por instrumentos necessários à lavoura. Ampliou-se, depois, com a criação de porcos e com a plantação do algodão, para suprimento das bandeiras que buscavam as riquezas das minas.
O retorno iniciava-se nas primeiras horas da madrugada, muito antes do sol nascer. Assim a jornada rendia mais e os burros não se cansavam muito, pois tinham de cobrir longas caminhadas com pesados fardos. Do rancho partiam para a estação de trem, carroças cheias de mercadorias com destino, principalmente para o Rio de Janeiro. Era o comércio dos tropeiros, que desde o frio, sob o sol, sob a chuva, envolvendo-se na poeira ou sujando-se na lama, rudes como os próprios animais, traziam de longe para Guaratinguetá, o produto de seu trabalho, acolhido e consumido não só aqui, mas também em outras regiões, que impulsionou o nosso comércio para o que ele se transformou hoje.
Durante as primeiras décadas do século XVIII, teve importante participação no ciclo do ouro nas Minas Gerais. Foi o principal centro abastecedor do território mineiro, e para lá mandou muitos de seus filhos, junto aos bandeirantes de Taubaté e de Pindamonhangaba, no desbravamento e penetração dos sertões de Minas. A essa época, a vila recebeu uma Casa de Fundição do Ouro, depois transferida para Paraty. A vila, porém, era modesta, com poucas e tortuosas ruas que, a partir da Matriz, acompanhavam os caminhos. Vivia de uma economia de subsistência e do comércio de beira de estrada mais voltado para os viajantes que transitavam pela região. 
Guaratinguetá era usada como caminho, dos “Paulistas”, ligando a Vila de São Paulo às Minas Gerais. Iniciava-se na cidade de São Paulo, percorrendo o Vale do Paraíba até atingir Guaratinguetá, onde se encontrava com o “Caminho Velho”. De Guaratinguetá iam em direção do “Porto de Guaypacaré”, onde ficavam as roças de Bento Rodrigues Caldeira.
O Caminho de São Paulo seguia até Guaratinguetá, onde se bifurcava no Caminho Velho: para o Norte, Minas Gerais; para o Sul, Parati e Rio de Janeiro (por mar). Em meados do séc. XVIII, com a construção de acessos terrestres para o Rio de Janeiro, o caminho de São Paulo passou a ter mais opções de prosseguimento, como a trilha que passava por Cachoeira Paulista, Silveiras, S. José do Barreiro, e Bananal, até a Guarda do Coutinho (Pouso Seco), na divisa estadual, próximo a Rio Claro. Ou seguindo até Campo Alegre (Resende, Quatis, Piraí, no RJ), e daí escolhendo algum de outros diversos caminhos para chegar ao Rio. [Sodero]
Fonte Info Escola http://migre.me/5X3WS 
Nota: Toponímias que definem caminhos: "um outro rancho de tropas do outro lado do Rio Paraíba", (Racho da Pedreira) com grande movimento de tropas, na margem esquerda do rio, estrada das posses, abastecimento das Minas, Piquetes, potreiros e cercas de pedras, Vila do Norte, ou seja, uma Estrada Real, que ligava Guaratinguetá a São João Del-Rei.

Guaratinguetá - História

Desde de o início de seu povoamento, em 1600, Guaratinguetá teve em seu território uma grande quantidade de garças que marcavam a paisagem.[14] Os índios dominavam as terras do município até a chegada dos brancos; estes chegam ao município em 1628, através da doação a Jacques Félix e seus filhos, de terras no Vale do Paraíba. Em torno da antiga capela de Santo Antônio, hoje a Catedral do município, é que se desenvolveu o município de Guaratinguetá. No ano de 1651, foi elevada a Vila, pelo Capitão Domingos Luiz Leme.[14][15][editar] Século XVIII

Por sua localização, Guaratinguetá era ponto de passagem para Minas Gerais e para as vilas de Taubaté e São Paulo, além de ser ponto de partida para Parati. Durante as primeiras décadas do século XVIII, o município teve importante participação no ciclo do ouro em Minas Gerais. Foi o principal centro abastecedor do território mineiro, e para lá mandou vários bandeirantes, juntamente com os bandeirantes de Taubaté e de Pindamonhangaba. Nessa época o município recebeu uma Casa de Fundição de Ouro, que mais tarde foi transferida para Parati. A economia não era desenvolvida, e estava voltada para o comércio de beira de estrada. Morgado de Mateus, Governador da Capitania na época, no ano de 1765 nomeou Guaratinguetá para ser sede do "Segundo Grupo de Infantaria" e do "Segundo Corpo de Dragões de Guaratinguetá e Vilas do Norte".

No século XVIII, também foi achada no Rio Paraíba a imagem de Nossa Senhora Aparecida, hoje Padroeira do Brasil. Em 1739, nasce em Guaratinguetá, Antônio Galvão de França, Frei Galvão, primeiro santo brasileiro.

Neste século novos templos religiosos se ergueram na cidade como é o caso da "Igreja de Nossa Senhora do Rosário".

No final do século XVIII, Guaratinguetá perde uma grande parte de seu território, com a emancipação do município de Cunha. Ainda assim, a economia do município começa a se desenvolver, junto com o plantio da cana-de-açúcar e produção de açucar, que passa a ser a principal fonte de renda de Guaratinguetá. Por consequência, Guaratinguetá se tornou uma das principais vilas da Capitania de São Paulo.[14][15]
Fonte: http://migre.me/5WLun 
Nota: A proposta militarista do Capitão-General da Capitania, Morgado de Mateus,  nomeando Guaratinguetá, como sede de grande aparato militar,  teve a Vila do Norte (Núcleo Embrião de Piquete) Caminho Geral do Sertão, Caminho Velho, Caminho do Ouro, como um dos principais alvo. Uma vez que os índios bravos, e quilombolas desse região aparecem tratados em vários documentos como incluídos no rol dos  desordeiros e inimigos de El-Rei, dando origem a um movimento truculento, que veio a dar origem a Aldeia São Miguel do Piquete, cujo objetivo era reunir em um único espaço, toda e qualquer pessoa que não tinham atividade definida na região, como os plantadores de roças para o abastecimento das expedições rumo ao Sertão. Em definitivo, considerando que a formação de uma aldeia, implicava na nomeação de um Diretor, depois de Guaratinguetá, essa foi a  primeira unidade adiminstrativa autônoma. Ou seja, não sendo possível que tivesse submetida a freguesia, cujo capitão-mor, deveria tão somente se reportar ao Capitão-General. Tanto assim que, os territórios das aldeias sempre foram terras devolutas, no caso em questão pertencente a Coroa Portuguesa e somente mais tarde, objeto de concessão de sesmarias.  Não sendo deconhecido os conflitos resultantes do apossamente irregular dessa área.  Sendo a tônica da discussão como exemplo, a contida no suposto processo de Capitão Lázaro Fernandes, buscando provar que era dono por legítima sucessão de terras na região e não posseiro. Valendo-se inclusive do absurdo argumento no sentido que, havia aberto um caminho em direção as Minas de Itajubá, entre 1742/1745.  Para tanto, teria que haver chegado na região antes dos indigenas. Sendo desnecessários maiores argumentos dada a fragilidade da assertiva.  

domingo, 16 de outubro de 2011

Ocidente (Latim: occidens-pôr do sol,) (2) - Para aqueles que escalam e não entendem muito bem o movimento do sol aqui vão uns toques que podem ajudar! (Flávio Wasnieski)

Suponhamos que o objetivo, por exemplo, seja escolher uma via que esteja na sombra durante a parte do dia em que você estiver na parede. Assim sendo, a via deve estar na face oposta à face iluminada pelo sol naquele horário.
Mas como saber qual a direção do sol em cada horário?

Figura 2
É preciso então ter em mente dois princípios básicos: 
1) Para nós que estamos no hemisfério sul, a trajetória do sol descreve no céu um ‘arco’ tombado sempre para o norte.
Isto significa que, entre o nascente e o *poente, ele vai percorrer, de leste para *oeste, todas as direções do quadrante norte. Então, pode-se considerar aproximadamente que às seis da manhã ele está a leste (E), às nove a nordeste (NE), ao meio-dia ao norte
(N), às três da tarde a noroeste (NW) e às seis da tarde a oeste (W). A fig. 1 ilustra a projeção dessa trajetória sobre o chão, supondo que você (ou a montanha que vai ser escalada) esteja no centro do “+” que contém as quatro direções principais. Dessa maneira, quem estiver na parede por volta das três da tarde, por exemplo, deverá procurar uma via na face SE da montanha, pois o sol estará na face oposta, isto é, a NW.(1)

sábado, 15 de outubro de 2011

ROTEIRO DO CAMINHO PERCORRIDO POR ANDRE DE LEÃO EM DEMANDA DO SERTÃO, EM 1601, NA DESCRIÇÃO DE GUILHERME GLYMMER; (Transcrição)

No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes:
"Julgo a propósito inserir aqui o roteiro que recebi de Wilhelm Glymmer, nosso compatriota. Conta ele que, na época em que vivia na Capitania de S. Vicente, chegara àquelas paragens, vindo da Capitania da Bahia, Francisco de Souza; pois recebera de um brasileiro um certo metal, extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason, de cor azul-escura ou celeste, salpicado de uns grânulos cor de ouro. Tendo sido examinado pelos entendidos em mineração, reconheceu-se que esse metal continha, em um quintal, trinta marcos de prata pura. Fascinado por essa amostra, o governador, julgando conveniente explorar mais cuidadosamente esses montes e as minas que eles encerravam, resolveu mandar para lá setenta ou oitenta homens, entre portugueses e brasileiros. Fez parte dessa expedição o nosso Glimmer, que dela faz a seguinte descrição:
"Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de S. Vicente, chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente), à margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui, aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuamos rio abaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior que corria da região ocidental. Aquele primeiro riacho desliza por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendo descido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado setentrional da Serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama Rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também este rio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do *lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas (presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.
"Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de Norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o Sul, ou para o *Ocidente. Em toda a viagem até aqui descrita nada vimos que denotasse cultura, não encontramos homem algum, apenas aqui e ali aldeias em ruínas, nada que servisse para alimentação, além de ervas e algumas frutas silvestres; todavia, observávamos às vezes fumaça, que se erguia no ar, pois por aquelas solidões vagueavam com suas mulheres e filhos alguns selvagens, que não tinham domicílio certo e não curavam de semear a terra. Junto a este último rio, encontramos, finalmente, numa aldeia de indígenas, víveres em abundância, que vinham muito a propósito, visto que já estavam consumidos os que conosco tínhamos trazido, e já a fome nos obrigava a comer frutos silvestres e ervas do campo.
"Tendo-nos demorado aqui quase um mês, abastecidos de vitualhas, prosseguimos a nossa viagem em rumo de Noroeste e, decorrido um mês, sem encontrar rio algum, chegamos a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa, que, correndo do Sul, entre as serras Sabaraasu, rompem para o Norte; e é minha opinião que esses dois rios são as fontes ou cabeceiras do Rio S. Francisco.
"Da aldeia sobredita até estes rios não vimos pessoa alguma, mas soubemos que além das montanhas vivia uma tribo de selvagens assaz numerosa. Estes, informados (não sei como) da presença de europeus naqueles sítios, despacharam um dos seus para nos espreitar. Caindo este em nosso poder, demo-nos pressa em arrepiar carreira, de medo desses bárbaros e por nos escassearem os viveres, ficando por explorar o metal por cuja causa havíamos sido mandados; e, quase mortos de fome, voltamos aquela aldeia de selvagens.
"Mogomimin, depois, à cidade de S. Paulo".(1)

, Municípios Mineiros da Bacia do Alto Rio Sapucaí
 
Bacia Platina (4)
Clique na imagem para reduzi-la
Mapa: Apresentando  o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. No roteiro de Guilherme Glymmer, Raiz de um monte altíssimo, no Mapa, Alto da Serra, Núcleo Embrião de Piquete.(http://migre.me/9kJqv)
Nota: É possível ter dúvida quanto ao caminho percorrido por André de Leão, dada a assertiva de Glymmer no sentido que os três rios a que se refere, confluem em um só leito segue seu curso o sentido *OCIDENTAL e vão desaguar no Paraguai? Antes porém por uma questão de lógica direcional, afirma "marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado *ocidental e não se presta a navegação" Ou seja, a partir de Lorena, seguindo o curso do ribeiro da limeira, que nasce no lado ocidental. Hoje que podemos dispor de GPS, resulta injustificável ter dúvidas, sendo certo que, todas referências do roteiro estão, rigorosamente baseadas na orientações por bússola. Quando então, chega-se a raiz de um monte altíssimo, sendo este transposto em seguida (Garganta do Meia-Lua), caminha-se por campos descortinados com muitos pinheiros. Indubitavelmente, por se tratar de fato notório e incontroverso temos as evidências geográfica no sentido que, da confluência do Rio Verde com o Rio Sapucai e outros,  surge em seguida o rio Grande e seus afluentes, que por sua vez, pertence a bacia do rio Paraná, que sem mais delonga, torna absoluta a sentença quanto ao destino dos rios da região do Alto Sapucai,  por onde transitava a expedição. O Paraguai.  Essa é mais uma conclusão da Comissão do Exército de um homem Só, patrono São Miguel Arcanjo, Defensor da Fé.
Obs: Ocidente (Latim: occidens-pôr do sol,)(3)

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...