domingo, 29 de maio de 2011

O NEFASTO RESULTADO DA PRIVAÇÃO DO DIREITO: A MEMÓRIA, AO PERTENCIMENTO, À IDENTIDADE CULTURAL, RESULTA NA SAUDADE DA ALDEIA, OU SEJA, SAUDADE DE UM VERDADEIRO VIVER COMUNITÁRIO, POR CONSEGUINTE, TEMOS; UM NOVA VERSÃO DO BANZO PROTRAINDO NO TEMPO: " Por favor meu ego Não dê força ao prego Que nos põe contra a parede Pra nos afogar de sede" (1)

OEscravidão e nostalgia no Brasil: o banzo
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“Os [negros] que desde novatos se meteram em alguma fazenda, não é bem que se tirem dela contra sua vontade, porque facilmente se amofinam, e morrem.” Cultura e opulência do Brasil... (Antonil, 1711).
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Nas palavras de Oliveira Mendes, o banzo era uma das principais moléstias de que sofriam os escravos, uma “paixão da alma” a que se entregavam e que só se extinguia com a morte, um entranhado ressentimento causado por tudo o que os poderia melancolizar: “a saudade dos seus, e da sua pátria; o amor devido a alguém; a ingratidão e aleivosia que outro lhe fizera; a cogitação profunda sobre a perda da liberdade” (Oliveira Mendes, 2007, p. 370 [1812]) e o pesar pelos maus-tratos recebidos.
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   Nas décadas de 1930-40, os estudos afro-brasileiros recuperarão o interesse pelo significado do banzo; em análise sobre a influência africana no português do Brasil, ele tem sua etimologia ligada ao quimbundo mbanza, aldeia: “banzo, saudade da aldeia e, por extensão, da terra natal”. A abonação do sentido vem de João Ribeiro, eminente gramático e historiador brasileiro: “Uma moléstia estranha, que é a saudade da pátria, uma espécie de loucura nostálgica, suicídio forçado, o banzo, dizima-os pela inanição e fastio, ou os torna apáticos e idiotas” (Mendonça, 1935, p.177, grifos no original).
(2) Fonte: .http://www.fundamentalpsychopathology.org/8_cong_anais/SIMP_29a.pdf

TRANSCRIÇÃO - PORTAL SÃO FRANCISCO - Fernão Dias Pais

A NOVA MISSÃO É ENCONTRAR PRATA
Garcia Rodrigues Pais resolve decidir de uma vez por todas a situação de Borba Gato e procura o governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses. O governador, que já conhecia amostras do ouro descoberto por Borba Gato, não perde tempo:
- Pelas notícias que tenho, nas paragens a que chamam Sabarabuçu, haverá mina de prata; a cujo serviço mando Borba Gato para que explore os morros e serras que houver naquelas partes...
Só a descoberta de novas riquezas perdoaria o crime do bandeirante. E Borba Gato volta ao sertão, com dois genros, Antônio Tavares e Francisco de Arruda, rumo à região que tão bem conhecia. Pouco tempo depois, pelo caminho de Taubaté, surge um emissário do governo, querendo notícias da expedição: Borba Gato manda dizer que encontrara a serra de Sabarabuçu e que lá não havia nem prata nem esmeraldas. Mas, acrescenta, na serra existe ouro, muito ouro, tão puro e tão rico como nenhum outro.
O governador, avisado, entra sertão adentro para ver de perto a grande descoberta, concedendo a Borba Gato, desde logo, uma carta de franquia para andar pela região sem ser molestado. Por outro lado, consta que o governador visitou as minas mais como particular que como funcionário do rei. Com isso, Artur de Sá e Meneses ficou rico, mas acabaria perdendo o posto.
Apesar da pressa com que se dirigiu para as minas, o governador já encontrou muita gente minerando ouro, inclusive no lugar em que se ergueria Vila Rica.

sábado, 28 de maio de 2011

Caminho Velho Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

O chamado Caminho Velho, ou Caminho do Ouro, era uma das vias que dava acesso à região das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia.
O caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba, atravessando a serra do Mar. Por esse Caminho dos Guaianás, avançaram as forças de Martim Correia de Sá (cerca de setecentos portugueses à frente de dois mil indígenas) que, partindo do Rio de Janeiro em 1597, desembarcaram na enseada de Paraty, subindo a serra do Mar para combater os Tamoios, aliados dos corsários franceses naquele litoral.
A partir da descoberta de ouro no sertão das Minas Gerais, em fins do século XVII, o seu trajeto alcançava a vila do Falcão (atual Cunha), de onde descia alcançando o vale do rio Paraíba (Guaratinguetá), prosseguindo até Vila Rica (atual Ouro Preto), transformando-se no caminho oficial para o ingresso de escravos na região (ida), assim como para o escoamento do ouro das minas (volta), transportado por via marítima de Paraty para Sepetiba, e daí, por via terrestre novamente, pelos domínios da antiga Fazenda de Santa Cruz, até ao Rio de Janeiro, de onde seguia para Lisboa, em Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 quilômetros, percorridos, normalmente, em cerca de 95 dias de viagem. O trecho entre Guaratinguetá e Cunha se tornou a atual rodovia SP-171.
Foi por estas vias que o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses (1697-1702), se dirigiu ao sertão dos Cataguás e do rio das Velhas, em 1700. Foi a primeira visita de uma autoridade Colonial à recém-descoberta região das Minas


quinta-feira, 26 de maio de 2011

TRANSCRIÇÃO - A SAGA DO EXISTIR

O homem não é apenas um fazedor de coisas, mas um artesão de símbolos.
As coisas só têm realmente valor para o homem, quando estão impregnadas de símbolos e significados.
Somos seres significadores e vivemos em função de tudo o que significamos.
Nossa vida é um conjunto de signos e significados.
O homem é aquilo que significativamente fez de si mesmo.


Transcrição - Patrimônio Cultural: da memória ao sentido de lugar1 [O novo projeto do Observatório de Cultura] Yolanda Flores e Silva2

".......o Turismo predador acentua o pecado, mostrando-se irresponsável, quando investe na invenção do nada, para atrair pessoas; algo que se torna cada vez mais comum nas grandes e pequenas cidades, que improvisam rituais, dramas, peças artesanais, a fim de capturar o interesse do turista".
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"Compreender a relação que envolve o poder na produção do espaço turístico, observando as contradições que fazem parte deste universo, seduz nos, mas ao mesmo tempo nos mostra que o ser humano pode ser beócio, tolo quando não compreende que sua identidade cultural é parte do que deve preservar e cuidar. A liberdade, a capacidade de compor a História e a Memória, de fazer brotar da terra a arte e o ofício de um povo, é complexo; por sua própria natureza, é dinâmico porque somos constantemente levados a mudar e transcender, mas não se fica imune à falta de perspectiva e sensibilidade daqueles que não  valorizam, desde uma pequena peça de cerâmica à relevância dos aspectos históricos e culturais de um cemitério antigo. "

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Senso de pertencimento (Eloi Zanetti)

A idéia de pertencer a uma coletividade é tão antiga e óbvia que não nos damos conta da sua importância e passamos direto sobre o tema quando tratamos dos assuntos de gerenciamento da convivência, análise do clima organizacional e de estímulo aos colaboradores. Pertencer e se identificar com um grupo é tão necessário ao ser humano quanto para a maioria dos animais. É por isso que nos unimos e formamos famílias, tribos, torcidas e até gangues. Empresas, governos, partidos e impérios se esfacelam quando o senso de pertencimento - o amálgama que une seus participantes - deixa de existir. Inseridas no contexto e com a noção clara do rumo a trilhar, as pessoas gostam de contar às outras que pertencem a uma empresa e ajudam a criar a história da mesma. – “Tenho orgulho de participar do local onde trabalho e de ajudar a construir esta história. Tenho minha equipe e nela as minhas referências e conexões”. O senso de pertencimento nos dá a sensação de participarmos de “alguma coisa maior do que nós mesmos”. nos dá força e incentivo para lutar por uma causa, que será comum também aos parceiros, àqueles que estão ao nosso lado no dia-a-dia. Foi esta identificação de causas semelhantes que fez nossos antepassados se reunirem em diferentes clubes sociais. Não há cidade no Novo Mundo formada por imigrantes que não tenha um clube italiano, alemão, polonês, japonês, etc. Existem CTGs – Centro de Tradições Gaúchas - até na Amazônia e Japão. Por isso, empresários, em vez de ficar aplicando em seus colaboradores doses cavalares de campanhas motivacionais, façam esforços inteligentes, sutis e constantes para despertar neles o velho e bom senso de pertencimento. Pois, seja trabalhando em um hospital, na construção de uma estrada, torcendo por um time de futebol, estudando em uma faculdade ou participando de um programa de governo, as pessoas adoram dizer que fazem parte de algum grupo ou programa e que têm orgulho em pertencer àquele momento da história. Uma das mais fortes motivações para o ser humano é pertencer e ajudar a construir algo grandioso. O senso de pertencimento nasce no desenrolar da história contada. Por isso, uma das habilidades do bom líder é saber contá-las. Com elas, os rumos são indicados, caminhos, dificuldades e benefícios, tangíveis e intangíveis, das metas a serem atingidas, são explicados.
Quando o povo de um país sente durante muito tempo a falta de bons projetos estruturais e de lideranças autênticas, desencadeia um processo de deterioração do seu tecido social. As conseqüências são: a “não identificação” com o lugar e a destruição das bases do bom relacionamento. Sobra uma situação de “salve-se quem puder”.Esta situação de anomia - falta de projetos consistentes e desafiadores - esta pasmaceira geral e a rapinagem oficial descontrolada obriga nossa juventude a procurar outros grupos e abandonar o senso de pátria. “Só pertenço ao Brasil em época de Copa do Mundo”, imagino que pensem nossos jovens. Deve ser por isso que mais de 70% destes grupos de Internet Orkut são ocupados por brasileiros. Pelo menos virtualmente são aceitos e podem se manifestar, mas deste período da história não querem participar.
Ele não lança desafios, só envergonha.

TRANSCRIÇÃO: AS MINAS GERAIS - PERTENCIMENTO CULTURAL

O Pertencimento Cultural é a percepção de uma identidade cultural entendida como um sistema de crenças, tradições orais, atitudes e comportamentos coletivos; uma percepção de fazer parte, integrar, partilhar, pertencer a uma comunidade, religião ou tribo, que compartilham certas características como costumes, tradições e sentimentos de lugar.






Transcrição: Texto organizado a partir de “Museu e Virtualidade”, escrito por Karen Worcman - História Pessoal e História Social (1)

A nossa história é a narrativa que montamos a partir de marcos que guardamos seletivamente em nossa memória – é como organizamos e traduzimos para o outro, seja um ouvinte ou um “outro” invisível, partes daquilo que reconhecemos em nossa memória. É o que nos faz reconhecer a nós próprios. É o que nos dá identidade. Nessa construção do que lembramos, montamos a narrativa a partir de nossa memória.
A memória, porém, não é um depósito de tudo o que nos aconteceu. A memória é, por excelência, seletiva. Guardamos aquilo que, por um motivo ou por outro, tem ou teve algum significado em nossas vidas.
Assim como nossa história pessoal é uma organização do que seletivamente guardamos em nossa memória, a história de um grupo é também a organização do que foi seletivamente demarcado como significativo na memória social. Essa organização do que é considerado significativo é o que dá coesão a um grupo.
Enquanto o que cada indivíduo marca em sua memória tem a ver com sua história afetiva e com sua experiência de vida preliminar, no grupo, o que fica marcado tem a ver com o que, em cada momento, o grupo tem consolidado como significativo em sua trajetória. Mas quem constrói essa história no grupo?   (1) Fonte: http://www.museudapessoa.net/ummilhao/biblioteca/historiapessoalehistoriasocial.pdf

TRANSCRIÇÃO: O HOMEM MEDÍOCRE E O IDEALISTA (1)

“O HOMEM MEDÍOCRE é incapaz de usar sua imaginação para conceber ideais que lhe proponham um futuro pelo qual deva lutar”. “Torna-se submisso a uma rotina, aos prejuízos, às domesticações que o tornam parte de um rebanho”. “Não questiona”. “É ignorante”. “Um ser vegetativo, carente de personalidade, inimigo da perfeição, solidário e cúmplice dos interesses que o transformam em burro de carga do rebanho social”. “Vive de acordo com as conveniências e não consegue aprender a amar”. “Torna-se vil, cético e covarde”. “Nunca será genial, herói ou santo”. “Só aceita as idéias recebidas por tradição”. “Não admite idéias diferentes”. “Luta por inveja contra o idealista e procura escurecer qualquer idéia nobre, para que o idealista nunca esteja acima dele”. “O IDEALISTA é capaz de usar sua imaginação para conceber ideais de perfeição muito elevados, põe neles sua fé, para mudar o passado em favor do futuro, sempre está em transformação”. “Contribui para a evolução social”. “É original e único, sonhador, entusiasta, generoso”. “Busca a qualidade, distingue o melhor do pior”. “Tem sua própria verdade e não despreza a dos outros”. “Levanta sua cabeça acima do seu meio, da sua educação e das pessoas que o querem tutelar”.

terça-feira, 24 de maio de 2011

ORIGEM DE PIQUETE - QUILOMBOS COM SEUS MOCAMBOS E MALOCAS INDÍGENAS

  (1)
....um plano de revolta de escravos programado para o dia de São João foi surpreendido e sufocado pelas autoridades em Vassouras, Província do Rio de Janeiro, em 1847. No ano seguinte, foi descoberto outro plano, dessa vez para uma revolta em meio às festividades de Santo Antônio, no mês de junho (Slenes 1991-92: 64). Em fevereiro do mesmo ano, o Delegado de Polícia de Lorena, município da Província de São Paulo situado no Vale do Paraíba, informou ao delegado de Parati, sul da Província fluminense, que havia denúncias a respeito de uma insurreição de escravos de seu município no dia da festa de São João e/ou de São Pedro, em junho. Além disso – e pior –, os ditos escravos “há muito trabalham em sociedades secretas em combinação com os escravos de vários municípios, entre outros com os dessa cidade [Parati], e servem-se dos escravos tropeiros como emissários, e estes trazem a notícia do que tratam” (idem: 291). (1)
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                               O Quilombo vai falar ! O núcleo que veio a dar origem a Piquete sempre foi uma verdadeira trincheira, de negros e índios na busca de liberdade, lutando contra a opressão imposta por um regime cruel escravocrata.
                                 A carta do Delegado de Lorena em fevereiro de 1848, nos da essa exata dimensão. Fala-se até em sociedade secreta. Dando conta da existência de um movimento organizado, em especial no que tange a rede de informação utilizada. Os escravos tropeiros. Diante de tais planos, o pânico se justificava. Nestas constatações é possível afirmar que, a realidade trazida, não se resume a um único momento, tratava-se de um movimento que jamais se arrefeceu, como na serra da barriga, as muralhas do sertão da mantiqueria, se tornaram um ambiente propricio ao sempre movimento de luta pela liberdade .
                                  A assertiva encontra fundamento na Obra da Professora Mafalda P. Zemella: “O Abastecimento da Capitania das Minas Gerais no Século XVIII, pág. 139, ao afirmar que: “a missão dos agentes tropeiros”, os boiadeiros e comboieiros, objetivando o abastecimento das Gerais, tinham qualquer coisa de heróico, pelo sacrifício da jornada e pelos perigos que era preciso enfrentar nos trajetos infestados de ladrões, negros fugidos, feras, etc. (grifo meu).
                                  Na mesma direção cita uma carta que Rodrigo César Meneses escreveu ao rei datado de 14 de junho 1728, sobre os perigos que inçavam os caminhos das minas, transcrevendo um trecho:
                                “.....representando-me o governador vosso antecessor Rodrigo César de Menezes os riscos e perigos que têm os viandantes pelas estradas dessa Capitania e a respeito de que nos grandes mattos não só há feras muito ferozes, mas facínoras escondidos e negros fugidos que uns e outros vivem de roubos, mortes e insultos e para defensa e guarda dos passageiros seria muito conveniente permitir-se que podessem levar pistolas, clavinas e espingardas e todas as mais armas que lhes parecessem..."(2)
                                  Faz-se necessário considerar que entre uma missiva e outra, 1728 e 1848, existe um lapso de 120 anos, deixando claro que em ambas, temos revelada a preocupação com os negros fugidos. Ou seja, 160 anos antes da declaração oficial da abolição da escravatura, pelas terras por onde viveu Luis Gama, já se fazia presente um povo guereiro. Desta feita, quando nos referimos a toponímia Quilombo, no contexto do território que veio a dar origem a Piquete, estamos falando de verdadeiro espaço de luta e resistência. Não restando dúvida que essa luta resultou da união do povo dos mocambos, com o povo das malocas. Povos do Sertão Bravio da Mantiqueira.
(1) Tropeiro escravo negro conduzindo tropa de mula. Pintura de Jean Baptista Debret. 
(2) http://migre.me/5yUSh 

                                       

A ÁGUIA E A GALINHA Leonardo Boff (1)

Uma metáfora da condição humana
1ª orelha: Ao ver uma galinha e uma águia, você vai ver mais que uma galinha e uma águia. Você vai se confrontar com duas dimensões fundamentais da existência humana. A dimensão do enraizamento, do cotidiano, do prosaico, do limitado: o símbolo da galinha. A dimensão da abertura, do desejo, do poético, do ilimitado: o símbolo da águia. Como equilibrar estes dois pólos? Como impedir que a cultura da homogeneização afogue a águia dentro de nós e nos tolha voar? Para dar uma resposta convincente a esses desafios, o autor visita a moderna cosmologia, a psicologia profunda, a nova antropologia, a ecologia, a espiritualidade e a mística. O resultado é uma reflexão instigante que provoca entusiasmo na busca da identidade humana através da inclusão das contradições e da superação dos eventuais obstáculos a nível pessoal, social e planetário.
4ª capa: Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados de :eu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir- nos a simples galinhas, confinadas aos limites do terreiro. Como vamos dar asas à águia, ganhar altura, integrar também a galinha e sermos heróis de nossa própria saga? Este livro sugere caminhos, mostra uma direção e projeta um sonho promissor.  
Dedico este livro: – aos sensíveis à dimensão feminina, a águia mais aprisionada e reprimida de nossa cultura. Sem ela, ]ames Aggrey jamais teria contado a história que contou. Eu, certamente, não teria tido a sensibilidade para guardá-Ia e refleti-Ia no coração. E vocês não seriam capazes de experienciá-Ia.
– a todos os que, sendo águias, são impedidos de o ser e se vêem reduzidos à condição de galinhas. – de maneira especial ao povo negro e às nações indígenas, naturalmente portadores da ânsia de ser-águia.

domingo, 22 de maio de 2011

Filosofia: A Arte de Engolir Sapos - Rubem Alves

Filosofia: A Arte de Engolir Sapos - Rubem Alves: "A Arte de Engolir Sapos Publicada Mar 09, 2005 - 12:00 Envie a um amigo Imprimir O Adão, meu amigo, professor de biologia, já encantado..."

O QUILOMBO VAI FALAR ! A CRUELDADE DA ACULTURAÇÃO, FACE A LUZ DO NOVO SOL, EM BUSCA DA TRANSCULTURAÇÃO:(1)

"Para Rodrigues (1997), o turismo enquanto concepção estratégica de desenvolvimento local encontra-se justamente ao nível de micro-regiões, de pequenos territórios, de cidades pequenas e médias, onde são fortemente sentidas as mediocridades de condições de vida, manifestadas no êxodo e na pobreza.  Em regiões estagnadas ou carentes são postuladas as atividades turísticas  com o propósito de corrigir os desníveis de desenvolvimento, na expectativa de que elas possam oferecer um aumento na geração de renda e empregos, consequentemente, refletindo na melhoria da qualidade de vida da população." (1)
Parafraseando - reflexão: é possível falar em atitude responsável e comprometimento na busca do entendimento de “turismo enquanto concepção estratégica de desenvolvimento local”, se o povo da localidade em foco, foi vitimado por um processo de aculturação violenta e sistemática? Ou seja, como se haverá de desenvolver um turismo de base comunitária cuja motivação em especial é “a troca de experiências, a troca de cultura, constituíndo o que se chama de transculturação” se  o grupo foi privando da essência, isto é, do direito a apropriação de sua História, de sua identidade e memória coletiva? (2). Piquete encontra-se incluso como cidade participante de importantes projetos voltados ao turismo regional e Nacional, quiçá mundial, ao buscar Paraty, agora também o Instituto Estrada Real, o reconhecimento do caminho do ouro como patrimônio da humanidade junto a UNESCO: 1)A Rota da Liberdade:  "O projeto de turismo da Rota da Liberdade, desenvolvido no Estado de São Paulo, em parceria com a Coordenadoria de Turismo do Estado, segue as orientações da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que coordena as ações do projeto Rota do Escravo em nível mundial, desde 1994, quando da realização da Conferência onde se discutiu a Diáspora Africana e as implicações do Tráfico Negreiro no mundo." (3)
2) Circuito Mantiqueira - “Projeto de integração turística entre 07 cidades que se localizam na Serra da Mantiqueira”: Campos de Jordão; São José dos Campos; Santo Antonio do Pinhal; São Bento; Piquete; Monteiro Lobato; Pindamonhangaba.
3) Estrada real - O que é a Estrada Real ? Um dos maiores complexos turísticos do Brasil
- Entretanto, a comunidade vitimada pela mesma aculturação, deixou de ser vista como verdadeira rota de turismo religioso, como venho chamando, “Rota Transmineira da Fé”, dado ao imenso afluxo de romarias à pé, a cavalo, ônibus, carro, que passam pela comunidade, com destino a Guaratinguetá, (Frei Galvão) e Aparecida, sendo certo que, com relação a está ultima localidade, há séculos. Infelizmente sem receber qualquer atenção das lideranças local. 
- Por outro lado, superada a irresponsável e secular  aculturação imposta, é possível falar em Vale Histórico, desconsiderando a relevância Histórica do núcleo que veio a dar origem a Piquete? As estradas abertas no periodo Colonial, pela Coroa Portuguesa, são chamadas estradas reais. Todavia nem todas as estradas reais são caminhos do ouro. Estamos falando do primeiro caminho oficial em direção as Gerais,  ou seja, do primitivo e  original caminho do ouro, Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, Caminho Velho.. 
- É preciso dar um basta a essas “histórias pra boi dormir”. A divulgação do reconhecimento pelo Instituto Estrada Real, de Piquete como parte do circuito, de forma precipitada foi levado ao conhecimento da imprensa, infelizmente, fundamentado na mesma história tosca e excludente que em verdade, perpertua uma odiosa aculturação.  Afinal, Lázaro Fernandes era índio? Faz-se necessário lembrar que o Reconhecimento pelo Instituto da importância de  Piquete deveu-se a bases solidas, estamos falando do caminho dos índios guainazes, utilizados pelas Bandeiras e Expedições que seguiam rumo ao sertão do Sabaraçu, estamos falando, das cinco serras altas do roteiro de Andre João Antonil de 1711. De um núcleo que teve sua origem nos pousos, vendas contidos nas roças de Bento Rodrigues. Uma vez, em especial que, a toponímia Piquete está relacionada diretamente à atividade do tropeirismo, haja visto de seu sinônimos: Curral de Pedra, Cerca de Pedra, Mangueiro, Potreiro, espaço destinado a contenção de animais.  Quando não, também era usada essas estruturas em em larga escala, na definição de divisas. Como podemos constatar em mapa de 1801, no Alto da Serra, logo após a transposição da Garganta do Sapucaí, local onde veio a se instalar o Registro de Itajubá, referência à barreira de piquete.
- Hipocrisia tem limite, o reconhecimento da relevância Histórica de Piquete, como primitivo caminho do ouro,  exige com que passemos a construir um turismo comunitário de bases solidas, verdadeiro fator de transformação social,  respeitando a identidade e a memória desse povo, fator inclusive, de sanidade, no sentido de saúde, como "um estado de bem estar geral".
- Chega de miséria e usurpação. Sabido que, os benefícios advindo da transformação dos fazeres e quefazeres de uma comunidade, em produto mercadológico, somente se justifica se implicar em promoção da dignidade desse povo. No caso de Piquete não obstante a truculência imposta pela invisibilidade e ostracismo, o sentimento de pertencimento  se mantem vivo, "os tambores nunca se calaram". A navalha da aculturação que feriu de morte a tradição de nosso povo, não foi capaz de destruir a verdade, preservada por pessoas e Instituições compromissadas com a História legitima, uma vez que,    não existe transculturação sem verdade Histórica !
- Mensagem do quilombo aos bons, para que entendam que, não é mais possivel permanecerem calados, diante dessas circunstâncias, que nos leva a inferir que, o processo vivido, se constitui de maior gravidade.  Trata-se de uma tentativa real de inculturação, ou seja, a busca da prevalência de uma História, na versão dos dominadores.

(1) Fonte Revista Espaço Acadêmico N.º 72, maio/2007- Ano VI - http://migre.me/4BBwi
(2)  A IMPORTÂNICA DA CULTURA REGILNAL PARA O TURISMO  http://migre.me/4BCmE
(4)   Circuito Mantiqueira http://migre.me/4BCZN
(5) O que é a Estrada Real ? http://migre.me/4BDSQ

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O HOMEM É AQUILO QUE PENSA - Genaura Tormin (1)

PARAFRASEANDO CIRILO VELOSO MORAES: VEJO UM PIQUETE QUE EXISTE E PERGUNTO “PORQUÊ?”  VEJO UM PIQUETÓPOLIS QUE AINDA NÃO EXISTE E ME PERGUNTO  “POR QUE NÃO ?”
(1) http://www.recantodasletras.com.br/artigos/134284

OLHOS DE VER - Cirilo Veloso Moraes (1)

Onde uns vêem um obstáculo,
Outros vêem o término da viagem,
E outros ainda vêem uma chance de crescer

Onde uns vêem um motivo para se irritar,
Outros vêem a tragédia total,
E outros ainda vêem uma prova para sua paciência.

Onde uns vêem a morte,
Outros vêem o fim,
E outros ainda vêem o começo de uma nova etapa.

Onde uns vêem a teimosia,
Outros vêem a ignorância,
E outros compreendem as limitações de alguns companheiros, percebendo que cada um caminha em seu próprio passo e que é inútil querer apressá-lo, a não ser que ele deseje isso.
Assim, cada um vê o que quer, pode ou até onde consegue enxergar.
a.d.
********************
Sempre tive essa certeza: tudo depende da visão de cada um.
Li uma frase certa vez que me chamou a atenção. Dizia: Você vê coisas que existem e se pergunta “porquê?”. Eu vejo coisas que ainda não existem e me pergunto “por que não?”.
Talvez uma das coisas que muito distinga um ser humano de outro, o que torne um bem sucedido e outro fracassado seja a seguinte:
…os olhos de ver.
…além.
(1) Fonte pesquisada em 18 de maio de 2011 - http://www.simplescoisasdavida.com/olhos-de-ver/



OLHOS DE VER....ALÉM: PIQUETE DAS MONTANHAS - DAS MURALHAS - DOS PICOS ALADOS - DAS CINCO SERRAS ALTAS - CIDADE HISTÓRICA - CAMINHO DO OURO - CAMINHO DA SERRA ACIMA - ESTRADA REAL - CAMINHO DOS PAULISTAS - CAMINHO VELHO - TRILHA DOS ÍNDIOS GUAINAZES - ALDEIA SÃO MIGUEL - SERTÃO BRAVIO - CAMINHO DAS MINAS DE ITAJUBÁ - CAMINHO OFICIAL PARA ENTRADA DE ESCRAVOS - ROTA DA DIÁSPORA NEGRA - CAMINHO DOS TROPEIROS - CAMINHO DAS BOIADAS - CAMINHO DOS CRISTÃOS NOVOS - CAMINHO DE FERNÃO DIAS - ROTA TRANSMINEIRA DA FÉ - HIMALAIA PAULISTA (3) - TERRA DO JONGO/CAXAMBU - DOS QUILOMBOS - ROTEIRO DAS FAZENDAS DE CAFÉ - PIQUETE DE MEUS AMORES - CIDADE PAISAGEM - PIQUETE DE UM TREM QUE SE FEZ SAUDADE (4)

PASSEANDO NAS ESTRADAS REAIS  [1]
Caminho de São Paulo (traçado lilás)
Antiga trilha dos índios guaianazes, começava em Jundiaí, passava por São Paulo e chegava em Guaratinguetá, de onde se podia ir a Paraty, ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais. Durante 300 anos, Guaratinguetá foi o maior entroncamento viário do Brasil.
Caminho Velho (traçado vermelho)
A maior (1.200 quilômetros), a mais antiga e a mais utilizada das vias do Brasil, ganhou enorme importância a partir da descoberta do ouro na região das minas no fim do século XVII. Era o caminho oficial para a entrada de escravos nas fazendas e o escoamento do ouro das minas, que era embarcado em Paraty para o Rio, e daí para Portugal. Eram 95 dias de viagem, sendo 43 a pé, para cumprir o seu trajeto integral, do Rio até Diamantina .
(2)OLHOS DE VER http://www.simplescoisasdavida.com/olhos-de-ver/
  (3 Uma aventura no Himalaia paulista   http://migre.me/4Btwp
(1)  Caminhos do Ouro no século XVIII  http://migre.me/4ButU
(4) Um trem que se faz saudade -( Professor Chico Máximo)

domingo, 15 de maio de 2011

ESPAÇO COLONIAL DE PIQUETE, ALTO DA SERRA DE JAGUAMIMBABA, MEIA LUA: ESTRADA REAL DO SERTÃO, CAMINHO DAS MINAS DE ITAJUBÁ, REGISTRO DE ITAJUBÁ, GARGANTA DO SAPUCAÍ





PIQUETE VERDADEIRA ROTA DE TURISMO RELIGIOSO:

No dia 13 de maio, estavamos no Alto da Boa Vista, quando  encontramos com romeiros que atravessando a garganta do Meia Lua, seguiam rumo à  cidade de Aparecida, entre esses encontrava-se Sérgio Mira, que muito atenciosamente, permitiu com que registrasse esse momento, informando que estavam vindo da cidade de Virginia-MG. Estamos diante de um verdadeiro movimento de  perpetuação de uma tradição, que deve ser tutelada e preservada para gerações funturas, dada a sua importância como patrimônio Histórico e cultural. Sendo certo que, esse caminho não obstante ao tempo, continua exercendo sua função de rota de comunicação para o além Mantiqueira, antes voltado ao abastecimento da região do Alto Sapucai, Vale do Rio Verde etc, bem como secularmente, como rota transmineira da fé.



















RESUMO DA OBRA: A LUTA PELO DIREITO - RUDOLF VON IHERING (1)

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." Provérbio chinês
(1) Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2454676

“ESSA TERRA TEM DONO E NÓS A RECEBEMOS DE DEUS E DE SÃO MIGUEL”, (1)

"Aos poucos, os caminhos para as minas foram-se pontilhando de roças, estalagens e pastos que amparavam viandantes e cavalgaruras na áspera viagem . Antonil assinalou o aparecimento dessas comodidades" (2)


"Dos pontos de pouso e abastecimento dos peregrinos surgiram cidades importantes, como Paraíba do  Sul, que nasceu das roças de Garcia Rodrigues "(3)  (Foto: Esposa do Senhor Lucas)


"OS CAMINHOS PAULISTA PARA MINAS: Os  generos paulistas despejavam-se nas minas por três vias diferentes: a que transpunha a Mantiqueira pelo vale do Camanducaia; o caminho que passava por Moji-Mirim e o que se utilizava da garganta do Embau. Este último segundo Antonil, era dentre todos, o mais frequentado". (4)


"Espalhou-se assim por todo o sul, até os confins do Prata, o sopro de prosperidade que se irradiava das minas de ouro de além-Mantiqueira " (5)


"Os caminhos que conduziam às Gerais eram verdadeiras trilhas que, a princípio, só podiam ser palmilhadas por pedestres. Nessa primeira fase, o meio de transporte utilizado foi o dorso do escravo". (6)


"O burro foi o meio de transporte mais adequado para o abastecimento das Gerais, em virtude do acidentado das estradas, mormente na transposição das serras do Mar e da Mantiqueira "(7) 




SEU LUCAS,  UM  ABNEGADO DEFENSOR  DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL  E MEMÓRIA DE "..UMA INDÚSTRIA ESPECIAL DE TRANSPORTES, CONFIADA AOS HISTÓRICOS E HONRADOS TROPEIROS" (8)


(1) Fonte: A famosa frase “Essa terra tem dono e nós a recebemos de Deus e de São Miguel”, segundo alguns pesquisadores, se encontra nos arquivos do Exército Espanhol de Demarcação. Sepé a teria pronunciado em fevereiro de 1753, às margens do rio Camaquã  ,http://migre.me/4xN0Y
(2) Fonte: Zemella, Mafalda P. O abastecimento da Capitania da Minas Gerais no século XVIII, 2.º ed. São Paulo: Hucittec: Editora da Universidade de São Paulo 1990. pag. 134
(3) Ibidem pag 134
(4) Ibdem pag. 115
(5) Ibdem pag. 60
(6) Ibidem pag. 196
(7) Ibidem pag. 196
(8) Ibidem pag. 216


domingo, 8 de maio de 2011

Vila do Sossêgo - Zé Ramalho

Pico do Meia Lua

Pico do Meia Lua by Elbia
Pico do Meia Lua, a photo by Elbia on Flickr.

CAMINHO DAS MINAS DE ITAJUBÁ-MG

Marins visto do Itabaquara

Marins visto do Itabaquara by Elbia
Marins visto do Itabaquara, a photo by Elbia on Flickr.

CINCO SERRAS ALTAS DO ROTEIRO DE ANDRE JOÃO ANTONIL, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL COM SUAS MINAS E DROGAS, PUBLICADO EM 1711 EM PORTUGUAL.

Marins

Marins by Elbia
Marins, a photo by Elbia on Flickr.

Pico dos Marins visto do lado Paulista

PICO DOS MARINS ANOS 80

Pico dos Marins

Pico dos Marins by PIQUETÓPOLIS
Pico dos Marins, a photo by PIQUETÓPOLIS on Flickr.

Pico dos Marins

Pico dos Marins by Claudio Brisighello
Pico dos Marins, a photo by Claudio Brisighello on Flickr.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

COMUNIDADE AFRO-PIQUETENSE, MAIS DE 300 ANOS

Data: 25 e 26 de abril  de 2008 - sexta e sábado .  Local: Município de Piquete, São Paulo O 12º Encontro de Jongueiros reuniu as 19 comunidades do sudeste do Brasil que mantêm viva a tradição do JONGO ,  ritmo considerado uma das origens do samba carioca. Um verdadeiro festival a partir do encontro musical de 1.000 jongueiros. (fonte: http://migre.me/vmOJg)

Grupos de jongo participantes: Quilombo São José - Valença, Barra do Pirai, Pinheiral, Angra dos Reis, Santo Antonio de Pádua, Miracema, Porciúncula, Quissamã, Campos, Carangola, Guaratinguetá, Campinas, São José dos Campos, Serrinha, Arrozal, São Mateus, Vassouras, Recreio e Piquete. (Fonte: http://migre.me/vmOJg)

12º Encontro de Jongueiros dias 25 e 26 de abril de 2008 em Piquete,SP - Dona Zezé Machado (in memória),  com Zé das Moças (in memória) e sua Filha

12º Encontro de Jongueiros dias 25 e 26 de abril de 2008 em Piquete, SP - Dona Zezé Machado e Mestre Gil.

A FORÇA DA TRADIÇÃO - O Roteiro do caminho de São Paulo para as Minas Gerais, contido na Obra "Cultura e Opulência do Brasil" da lavra de Andre João Antonil, trás valiosas constatações, inclusive a que possibilita afirmar que, já em 1711, o Jongo ou Caxambu era praticado no caminho do ouro, em especial no trecho de Guaratinguetá e região, trecho correspondente as Roças de Bento Rodrigues Caldeira, com seus ranchos e pousos, os quais vieram a dar origem ao núcleo embrião de Piquete. A prova da assertiva está no trecho em que afirma o roterista narrando:Tem este campo seus altos e baixo; porém moderados; e por ele se caminha com alegria, porque tem os olhos que ver e contemplar na perspectiva o Monte Caxambu” A sentença, que está relacionada ao relevo que deu origem a cidade de Caxambu-MG, responde valiosa pergunta, no que diz respeito também,  ao espaço que veio a dar origem a cidade de  Piquete. Ou seja, referência feita ao monte Caxambu está relacionada com a forma arredondada do relevo, semelhante ao instrumento de percussão utilizado pelos praticantes do jongo/Caxambu, conclusão inclusive, dos estudos que fundamentaram a busca e levaram ao reconhecimento da manifestação, como Patrimônio Cultural Brasileiro. Desta feita, resta claro que a referência não se deu por acaso, ecoava retumbante na memória do narrador, restando certo que, havia presenciado a prática do jongo enquanto esteve em comunidades do caminho, se é que esteve, ou transcrito com riqueza de detalhe, a partir de informações que lhe foram passadas . O núcleo embrião que deu origem a Piquete especialmente descrito no roteiro, pelas cinco serras altas do caminho, teve resgatada a prática, a qual sempre esteve presente na região Sudeste (O JONGO DO SUDESTE). Ademais, quando da citação da região da Boa Vista,  que passou a chamar Caxambu por causa do relevo ou vice versa,  estava a referida região, contido na área correspondente a Comarca da Vila de Guaratinguetá, marco divisório das Capitanias de São Paulo e  Minas do Ouro. Sendo certo que, a modificação veio a se efetivar, tão somente, com a criação da Comarca de Rio das Mortes. Passando desta feita a constituir o marco divisório, a Serra da Mantiqueira. Local de instalação, mais tarde, dos Registros da Mantiqueira na Garganta do Embaú e Registro de Itajubá, no Alto da Serra, Garganta do Sapucaí, desfiladeiro de Itajubá, por onde entravam obrigatoriamente, tropas, boiadas e comboios de escravos, objetivando o abastecimento das Gerais. Ademais resulta incontrastável em conformidade com a cartografia histórica, no caso em questão, que a toponímia Alto da Serra, e Morro Cachumbu, estão no mesmo contexto. Parafraseando Milton nascimento, “Os tambores aqui estão, os tambores nunca se calaram” Eis a força da tradição!
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OBS: DO ALTO DA SERRA ESPAÇO COLONIAL DE PIQUETE-SP, VAI-SE AO MORRO CACHUMBU.
MAPAS DE SANTOS
Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766

Apresentando  o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Na aproximação, os detalhes relacionados à Baixada Santista. (http://migre.me/9FI82)


PIQUETÓPOLIS - A DECISÃO DE TRILHAR O CAMINHO DA EMANCIPAÇÃO.: ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA MINAS GERAIS, E PARA O RIO DAS VELHAS

PIQUETÓPOLIS - A DECISÃO DE TRILHAR O CAMINHO DA EMANCIPAÇÃO.: ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA MINAS GERAIS, E PARA O RIO DAS VELHAS

PIQUETÓPOLIS - A DECISÃO DE TRILHAR O CAMINHO DA EMANCIPAÇÃO.: REFLEXÃO - A VERDADEIRA HISTÓRIA

PIQUETÓPOLIS - A DECISÃO DE TRILHAR O CAMINHO DA EMANCIPAÇÃO.: REFLEXÃO - A VERDADEIRA HISTÓRIA: "REFLEXÃO - A VERDADEIRA HISTÓRIA “REFLEXÕES SOBRE O “ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA MINAS GERAIS, E PARA O RIO DAS VELHAS”.Ainda que ..."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

PIQUETE NO CAMINHO DO SERTÃO, NO CAMINHO DO OURO, NO CAMINHO DA HISTÓRIA

Em busca de informações objetivando trazer à baila a relevância Histórica do núcleo embrião de Piquete, deparei com o questionamento trazido por renomados cronistas, no que diz respeito ao caminho percorrido por Fernão Dias Paes Leme rumo às minas do Sabarabuçu, jornada iniciada no dia 21 de julho de 1674.
“Afirmam uns que foi pelo Vale do Paraíba e dali penetrou em Minas. Outros, que ele trilhou o caminho de Pedro Castanho Taques, o velho que realizou varias entradas nos sertões da capitania” (Barros Ferreira) (2). “Mas por um atestado da Câmara de Taubaté deduz-se que Fernão Dias passou por ali, seguindo por Vituruna, Paraopeba, Sumidouro do Rio das Velhas, Roça Grande, Tucumbirã, Itamerendiba. Esmeraldas, Mato das Pedrarias e Serra Fria” (ibidem).
O cronista Paulo Prado em sua obra “PAULISTICA” esclarece que, em resposta a solicitação da coroa entre as expedições organizadas, para o sertão dos Cataguazes se encaminhou a tropa de Lourenço Castanho Taques; para a serra de Sabarábuçu, “em procura dos legendários tesouros” seguiu depois de demorados preparativos, Fernão Dias Paes...” (1) pag. 129. Não obstante aos escassos documentos relativamente a bandeira de Fernão Dias, Paulo Prado traz a seguinte assertiva; “Já em dezembro de 1665 estava ele (Fernão Dias) em correspondência com Barbalho, resolvido a conseguir a jornada das Esmeraldas, planejando-a para maio próximo, e para o que cuidava já dos mantimentos” (1) pag. 130. Após citar esse cronista que em 30 de outubro de 1672, foi passado a Fernão Dias patente para promover a expedição afirma: “Só indícios, fornecidos pelas roçadas, para plantações, fornecem a diretriz do caminho seguido pela bandeira até o Sumidouro, onde se deteve cerca de quatro anos em pesquisas e lutas ainda mal conhecidas” (1) pag. 131. Nessa oportunidade ouso afirmar que as roças de Bento Rodrigues, destinatário da patente em sucessão a seu pai com vista ao descobrimento das minas, não estava no meio do nada. Sendo certo que o trecho percorrido em 03 dias a partir o porto Guaypacare ao pé da serra, corresponde ao núcleo embrião de Piquete, pelas cinco serras altas, nas Andre João Antonil. Ademais, afirma Paulo Prado que; “A mais importante informação resultante da carta escrita por Fernão Dias Paes, na véspera da partida de sua expedição e a resposta é a constatação de que a bandeira partiu aos poucos, pois no Sumidouro já se encontrava instalado estrategicamente Mathias Cardoso que fora antes para estabelecer feitorias (grifo meu) (1) pag. 133. Por derradeiro, citando O. Derby o qual considera como sendo grande serviço prestado pelas Bandeiras a abertura do Caminho de S. Paulo até rio das Velhas, trás Paulo Prado sua própria visão sobre as Bandeiras e Expedições, ao asseverar que: “Outro serviço a assinalar foi talvez a organização do sistema de roças e celeiros que permitiam a exploração de novas terras sem falta do necessário abastecimento” (1) pag. 135.
Considerando a grandiosidade das empresas representadas pelas Expedições e Bandeiras, com envio de pessoal, antecipadamente para estabelecer feitorias. Considerando o reconhecimento do valor da logística constituída na organização do sistema de roças e celeiros, pois, o erro representaria falta de alimento e conseqüente morte, realidades trazidas nos relatos da época. Resta afirmar que a localização das Roças de Bento Rodrigues, deveu-se indubitavelmente a sua visão estratégica fundada em uma logística, resultante da experiência, uma vez que participará juntamente com o pai, da jornada e sabia que a partir de Guaratinguetá, onde começava o Sertão dos Índios Bravos e a serraria, seu controle sobre a produção do necessário a transposição do Trecho, o livraria da exploração imposta pelos preços exorbitante dos alimentos, em conformidade com os relatos de Andre João Antonil, bem como de outros riscos como da morte por inanição de sua tropa.
“Diz O. Derby com razão que o grande serviço prestado foi o da abertura do caminho de S. Paulo até o rio das Velhas, que poucos anos mais tarde levaria à descoberta do ouro das Minas Gerais


Fazendo-se necessário usar um desenho, para que não paire mais dúvidas, temos o Mapa de Santos de 1776, cuja Toponía Alto da Serra, corresponde ao espaço colonial de Piquete-SP, Caminho dos Paulistas, Estrada Real do Sertão, desfiladeiro de Itajubá, Garganta do Sapucaí, Boa Vista, Meia Lua, via para o Peabiru etc

Ribeirão Itabaquara

Pico da Meia Lua

Pico da Meia Lua by Lety
Pico da Meia Lua, a photo by Lety on Flickr.

Carro de boi ( Ox cart )

Carro de boi ( Ox cart ) by Lety
Carro de boi ( Ox cart ), a photo by Lety on Flickr.

12º Encontro de Jongueiros em Piquete/SP (Jongo Festival)

Carreiro de Tropa: Reinaugurado o museu do Tropeiro em Ipoema - MG

Carreiro de Tropa: Reinaugurado o museu do Tropeiro em Ipoema - MG: "Encontrei esse post no blog do nosso amigo Sérgio e no sitio Zé Moleza, porém, a notícia é tão boa que vale a pena a g ente espalhar a..."

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...