Artigo da respeitável professora Dóli de Castro Ferreira “DISCUTINDO AS ORIGENS DA CIDADE DE PIQUETE” (1) desfaz toda e qualquer falácia relativa à origem da cidade de Piquete, atribuída a presença de um piquete de cavalaria das forças comandadas por Caxias, que no local havia se estabelecido por ocasião da Revolução Liberal de 1842. Desta feita, faz referência ao documento oficial datado de 1828, encontrado no Arquivo do Estado de São Paulo comprovando que a denominação de Piquete como um bairro do Termo da Vila de Lorena situado à margem esquerda do Paraíba, e pertencente a área integrada sob o comando da 7ª Companhia das Ordenanças em 1828. Nesta direção conclui: “Se em 1828 o Bairro possuía essas referências, vinha de mais longe a sua origem”.
Por conseguinte, ao atribuir a origem do Núcleo Embrião de Piquete a um caminho aberto em 1741 ou 1744-1745, pelo capitão Lázaro Fernandes, à partir da Fazenda do Campinho esclarece em nota de roda pé que: “Referências ao caminho do Capitão Lázaro Fernandes são dadas por Ignácio Vieira de Carvalho em Questão de Terras – Justificação de Posse, 1773 em depoimento em juízo sobre essa questão”
Estamos falando de prova testemunhal, que no jargão jurídico; " É a chamada “prostituta das provas”, eis que muito sujeita a imprecisões, seja pela natural falibilidade humana ou mesmo pela conduta dolosa da testemunha distorcendo a verdade dos fatos a fim de favorecer uma das partes." (2). Assim sendo, não se deu conta a Ilustre professora que sua fonte se fundamenta na mesma premissa de influência da oralidade que levou a preterir, face a documento oficial, a atribuição da origem de Piquete a um agrupamento de cavalaria. Uma vez que, sua tese fundamenta-se em documento que atribui a origem de Piquete ao caminho aberto pelo capitão Lázaro Fernandes, constante de depoimento prestado em juízo, não restando dúvida quanto ao objetivo de distorcer a verdade, haja vista da incontrastrável evidencia toponímica, que nos remete a um período pré-colonial, "tapera dos índios". Resulta que, as razões aduzidas em uma Justificação de Posse, pode se afirmar com tranquilidade que está relacionada, tão soment a um dos atos de um processo, não possibilitanto afirmar que, o capitão Lázaro Fernandes tenha tido sucesso na demanda, ou seja, atendido as condições legais, dada a inconsistência de tais argumentos, diante de fatos incontroversos, notório, quando não, insofismável.. É sabido que, a região que veio a constituir-se no Núcleo Embrião de Piquete, está relacionada em boa parte, às terras devolutas, uma vez que, as áreas ocupadas por aldeamentos indígenas sempre pertenceram a Coroa, bem como hoje, em se tratando de reservas indigenas, pertencem a União. A assertiva acima encontra fundamento na sentença "até a Tapera dos Índios". Resultando de uma interpretação literal que, tais áreas estão excluidas no que tange a concessão de sesmarias. Tanto é verdade que, o topônimo "Bairro das Posses" em Piquete, estrada das posses na cidade de Potin-SP, está também nas magem esquerda do Rio Paraiba, que; "nasceu nas terras de Guaratinguetá, em local antes ocupado por índios tupi-guarani, de quem herdou o nome", (3) não estavam abrangidas no Instituto da Sesmaria, em um primeiro momento, por pertencerem ao El-Rei. Em conclusão: a) Se consta em documento oficial os nomes dos sesmeiros, ou seja, dos beneficiados pelas sesmarias e os limites das propriedades concedidas. b) Sendo certo que da Vila de Lorena seguindo rumo Norte (direção a Piquete), deparava-se com Tapera dos Índios. c) Se quando da concessão das sesmarias na Vila de Lorena existia referência a existência de Tapera dos Índios. Teriam esses indigenas tão somente transpostos a serra em direção ao arraial da Soledade de Itajubá, após a grande façanha de Lázaro Fernandes ? Em definitivo, a existência de Tapera dos Índios no rumo Norte (em direção ao Núcleo Embrião de Piquete) partindo da vila de Lorena, quando da concessão de sesmarias, possibilita afirmar que, estamos falando dos caminhos dos Guainazes utilizados pelas Expedições e Bandeiras, restando provado, ser o Núcleo Embrião de Piquete original caminho do ouro.
Texto: "Francisco Bellarmino de Assumpção, dá Villa de Lorena, testamenteiro de Nicolau da Costa Gomes. Um sitio da referida testamenteira que principia a testada no corrego que o divide com Marcos Rodrigues, ou o visinho deste, seguindo pela estrada que dirige ao dito sitio nelle fazendo pião no ribeirão que atravessa, seguindo outra tanta quantidade a rumo de Leste com seu sertão para o Norte até a Tapera dos Índios inclusive; e para o Sul até entestar com os campos do dito testador que são todas as terras da sua possessão. (L. 26. Fls. 188)"
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(FERREIRA - MARCO ANTÓNIO COSTA, Diretor da Divisão do Arquivo do Estado - Repertório das SESMARIAS, Concedidas pelos Capitães Gerais da Capitania de São Paulo desde 1721 até 1821, ORGANIZADO PELA SECÇÃO HISTÓRICA DO DEPARTAMENTO DO ARQUIVO DO ESTADO VOL. VI, 1944 TIP. DO GLOBO S.PAULO, Edição fac-similar. A obra relaciona em odem alfabética os nomes dos sesmeiros e os limites das propriedades concedidas, pag 148.)
(1) Fonte pesquisada no dia 30 de Novembro de 2010. http://migre.me/1Supz
(2) Fonte pesquisada no dia 30 de Novembro de 2010. http://migre.me/1SEXR
(3) fonte pesquisada no dia 02 de Novembro de 2010. http://migre.me/1WtvB |
